Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Kodak Portuguesa, Lda.
Designação
DesignaçãoKodak Portuguesa, Lda.
Outras Designações / Pesquisas(Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / Tipologia /
Tipologia
Categoria
Inventário TemáticoArquitectura Industrial Moderna (1925-1965)
Localização
Divisão AdministrativaLisboa/Oeiras/Algés, Linda-a-Velha e Cruz Quebrada-Dafundo
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Rua Alexandre HerculanoLinda-a-Velha Número de Polícia: 4
LATITUDE LONGITUDE
DistritoLisboa
ConcelhoOeiras
FreguesiaAlgés, Linda-a-Velha e Cruz Quebrada-Dafundo
Proteção
Situação ActualEm Estudo - sem protecção legal
Categoria de ProtecçãoNão aplicável
Cronologia
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEConjunto
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO12707538
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaKODAK
R. Alexandre Herculano, nº4, Linda-a-Velha
Arqº Pedro Fahave Cunha (?) e Profabril - Centro de projectos Industriais, SARL

Decorria o ano de 1919 quando a KODAK Portuguesa se instalou em Lisboa, inaugurando, em Linda-a-velha, o edifício agora analisado, no ano de 1970. O projecto da Profabril responde a um programa que integra uma área da direcção e serviços administrativos, serviço de venda e serviços sociais / serviços comerciais e centrais / laboratório e oficinas / serviços (caldeiras a vapor) / armazém. A racionalidade exigida à integração funcional destes distintos espaços apreende-se na organização em planta e num percurso visual intimamente ligado a escalas de importância sócio-laboral.
Conjunto marcado por uma intencional horizontalidade, acentuada pela utilização de lajes de betão na cobertura de todos os edifícios, exceptuando o do armazém que explora o carácter industrial através de um "shed" voltado a Norte, reafirma esta opção formal nos volumes paralelepipédicos do conjunto, dos quais se destaca o corpo puro de um quadrado que guarda o equipamento tecnológico. Esta geometrização volumétrica é organizada também em função de uma intenção valorativa dos serviços. Assim, o corpo de maior relevo, localizado paralelamente à auto-estrada, é o da administração e direcção, impondo-se com a sua grandeza e ocultando todas as restantes áreas que se desenvolvem no seu tardoz.
A relação perfeita destes volumes e a sua funcional e orgânica distribuição é alcançada através de uma organização centrada em torno de um pátio quadrangular que aproxima e distribui espacialmente as diferentes áreas. Há uma procura de aproximação aos elementos naturais através do recurso à transparência vítrea, que estabelece uma relação de proximidade afectiva entre o construído e a paisagem natural. A água, a escolha das espécies vegetais, a colocação de lajes de betão a definir percursos, a inserção de alguns bancos a cativar um tempo de descanso, faz lembrar alguns dos recantos e ambiências criados nos jardins da Gulbenkian.
Dos diversos volumes construídos o cubo destinado às caldeiras, ainda que secundarizado face ao corpo administrativo assume um arrojo formal pouco comparável neste universo construtivo, recorrendo a soluções que prevêem a ocultação da mecanicidade. A sua imposição natural deriva das soluções construtivas em causa. A casa das caldeiras, escondida na memória descritiva com o nome de serviços, apresenta-se como um volume escultórico no e do conjunto. A recorrência ao uso do betão e a exploração da sua plasticidade através de motivos geométricos desenhados em betão aparente atribuem a esta peça um carácter de unicidade. O brutalismo do betão esbate-se no tratamento plástico sofrido por estas superfícies que integram nesse jogo geométrico as filtradas entradas de luz, lembrando a espiritualidade que Le Corbusier imprimiu ao interior da Capela de Ronchamp. Esta dialéctica entre o sagrado e o profano estabelece-se numa área funcional primordial para o trabalho de laboratório implantado à época, alcançando uma espécie de sacralização, não só através do tratamento plástico de excepção como do recolhimento que aí se antevê.
A hierarquização dos espaços volumetricamente marcada, uma sábia articulação e distribuição das distintas funcionalidades, a utilização de soluções formais para os diferentes corpos, caracterísiticas evidentes do conjunto, articulam-se e alcançam unidade pela modulação e volumetria estrutural dos cinco corpos, pela incontestável e dominante horizontalidade e pelos materiais utilizados, que simultaneamente individualizaram espaços e conferiram um léxico identitário, é o caso do betão aparente, da tijoleira tipo italiano, do alumínio e das cores seleccionadas - branco e preto. O próprio recurso ao elemento - água - poderá ser entendido como um factor que une os diversos espaços, não esquecendo a sua subtil presença frente à casa das caldeiras que, simultaneamente, desenvolve um pequeno e
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens5
Nº de Bibliografias2

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Arquitectura Moderna Portuguesa 1920-1970. Um Património a Conhecer e SalvaguardarAA.VV.Edição2004LisboaCatálogo que organiza o trabalho de levantamento e rastreio divulgado na exposição itinerante ¿Arquitectura Moderna Portuguesa 1920-1970¿ que o IPPAR organizou e que tem vindo a ser apresentada em todo o território nacional e Moçambique. Conjunto de textos de enquadramento e fichas das obras mais representativas de um período de rara criatividade e de verdadeira internacionalização da arquitectura portuguesa, oferecendo simultaneamente uma visão global de toda uma época e sob as mais diversas perspectivas críticas e temáticas.
Coordenação científica da Arqª. Ana Tostões.
"...para mais tarde recordar". Edifício da KODAK e seu contexto", Património - Estudos, nº7, pp.79-90FOLGADO, DeolindaEdição2004Lisboa

IMAGENS

Fachada Principal

Fachada do Edifício das Caldeiras

Jardim Interior Central

Interior do Edifício das Caldeiras

Refeitório - interior

Palácio Nacional da Ajuda
1349-021 Lisboa
T.: +351 21 361 42 00
NIF 600 084 914
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