Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Igreja matriz de Vila do Bispo
Designação
DesignaçãoIgreja matriz de Vila do Bispo
Outras Designações / PesquisasIgreja de Nossa Senhora da Conceição, matriz de Vila do Bispo / Igreja Paroquial de Vila do Bispo / Igreja Nossa Senhora da Conceição (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Religiosa / Igreja
TipologiaIgreja
CategoriaArquitectura Religiosa
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaFaro/Vila do Bispo/Vila do Bispo e Raposeira
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Praça da República ou Largo da PraçaVila do Bispo Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
37.082566-8.90887
DistritoFaro
ConcelhoVila do Bispo
FreguesiaVila do Bispo e Raposeira
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
CronologiaDecreto n.º 42 007, DG, I Série, n.º 265, de 6-12-1958 (ver Decreto)
ZEPPortaria de 20-11-1962, publicada no DG, II Série, n.º 280, de 29-11-1962 (sem restrições)
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO12699926
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaA actual designação de Vila do Bispo tem a sua origem na transição para o século XVI, mais concretamente na viagem que D. Manuel empreendeu ao Cabo de São Vicente. Nessa ocasião, passando pelo lugar de Santa Maria do Cabo, doou a povoação ao bispo do Algarve, D. Fernando Coutinho, passando então esta a designar-se Vila do Bispo. Mais importante para a história da igreja Matriz da localidade é o facto de, já nessa altura, se referir a existência de um templo, de que, todavia, tudo se desconhece. Não existem certezas acerca da sua época de construção, nem da sua traça original, não tendo chegado até nós qualquer outra informação que a permita perspectivar, com bases mínimas de rigor, a sua história até ao início de Quinhentos.
A configuração actual da igreja não data, também, do século XVI, como seria de esperar, mas da centúria seguinte. A 7 de Junho de 1662, por alvará de D. Afonso VI, a localidade passou para a posse de Martim Afonso de Melo, 2º Conde de São Lourenço e, um ano depois, a povoação foi elevada a vila. Deverá datar deste período a integral reconstrução da igreja, beneficiando da renovada atenção que a transferência de tutela certamente motivou.
Com efeito, o templo que hoje conhecemos é uma típica edificação religiosa barroca, de planta longitudinal composta por nave única e capela-mor rectangular, com torre sineira, adossada do lado Sul, e sacristia. Apesar das modificações de épocas posteriores, em particular o coroamento da fachada principal, que deverá datar já do período posterior ao terramoto de 1755, o conjunto mantém ainda as suas características seiscentistas e setecentistas.
A fachada principal é de pano único entre pilares-cunhais encimados por pináculos; o portal é de verga recta, amplamente moldurado, terminando superiormente num pequeno frontão que se liga a um óculo quadrilobado; a empena é em frontão circular, de amplo cornijamento, rematado por entablamento de volutas contracurvadas e cruz axial. Pelas suas características, é muito possível que esta frontaria date já da primeira metade do século XVIII, tendo-se as obras seiscentistas de arquitectura iniciado pela capela-mor (como era costume) e prolongando-se algumas décadas até se concluir. Igualmente de Setecentos parece ser a torre sineira, de secção quadrangular e dois andares marcados por frisos, com quatro arcarias sineiras de volta perfeita e remate em pináculos sobre os cunhais de cantaria e terminação central piramidal.
No interior, é a exuberância barroca setecentista que triunfa, estando as paredes integralmente cobertas por azulejos da primeira metade do século (ao redor de 1715) e talha dourada (documentada a partir da década de 20). Nada mais natural que, terminados os trabalhos de arquitectura, se tenha procedido ao recheio do interior, decorrendo as campanhas de retabulária e de azulejaria praticamente em simultâneo. De nave única relativamente modesta, a exuberância desta decoração total faz com que se reafirme o estatuto de quase-gruta tão ao gosto do Barroco. As composições azulejares são de padrão geométrico e floral, não existindo qualquer cena figurativa. O tecto é de caixotões de três lanços de madeira, profusamente decorados com motivos vegetalistas, e existem três capelas de arco de volta perfeita que integram retábulo de talha dourada joanina. A capela-mor é antecedida por arco triunfal a pleno centro e é coberta por abóbada de canhão, por sua vez integralmente revestida por pintura. O retábulo-mor é de quatro arquivoltas de colunas torsas e integra axialmente ampla tribuna de trono piramidal, com abóbada interior revestida com soluções pictóricas semelhantes à da cobertura da capela-mor.
Parcialmente abalada pelo sismo de 1969, a igreja é uma das mais importantes realizações barrocas do Barlavento algarvio e, certamente, a principal edificação religiosa da época moderna que se conserva nas áridas e ventosas terras da finisterra algarvia.
PAF
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens3
Nº de Bibliografias5

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
A Talha em PortugalSMITH, Robert C.Edição1962Lisboa
A talha no Algarve durante o Antigo RegimeLAMEIRA, FranciscoEdição2000Faro
Corografia ou memoria economica, estadistica, e topografica do reino do AlgarveLOPES, João Baptista da SilvaEdição1841Lisboa
Itinerário do Barroco no AlgarveLAMEIRA, FranciscoEdição1988
Guia turístico e ambiental do concelho de Vila do BispoBAPTISTA, Carlos Manuel MaximianoEdição2000Lisboa

IMAGENS

Igreja matriz de Vila do Bispo - Portaria publicada no DG, II Série, n.º 280, de 29-11-1962 - Texto e planta do diploma

Igreja matriz de Vila do Bispo - Fachada principal

Igreja matriz de Vila do Bispo - Vista geral

MAPA

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