Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Igreja e parte do antigo dormitório e restantes dependências do Mosteiro de Santa Maria de Coz
Designação
DesignaçãoIgreja e parte do antigo dormitório e restantes dependências do Mosteiro de Santa Maria de Coz
Outras Designações / PesquisasMosteiro de Santa Maria de Cós / Igreja de Santa Maria de Coz (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Religiosa / Igreja
TipologiaIgreja
CategoriaArquitectura Religiosa
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaLeiria/Alcobaça/Coz, Alpedriz e Montes
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
-- -Lugar de Cós Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
39.602065-8.955727
DistritoLeiria
ConcelhoAlcobaça
FreguesiaCoz, Alpedriz e Montes
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MN - Monumento Nacional
CronologiaDecreto n.º 13/2021, DR, 1.ª série, n.º 109, de 7-06-2021 (ampliou a área classificada, reclassificou como MIN com a designação de MN e alterou a designação para Igreja e parte do antigo dormitório e restantes dependências do Mosteiro de Santa Maria de Coz) (ver Decreto)
Classificação aprovada no Conselho de Ministros de 22-04-2021
Relatório final do procedimento aprovado por despacho de 10-07-2020 do subdiretor-geral da DGPC
Anúncio n.º 99/2020, DR, 2.ª série, n.º 84, de 29-04-2020 (ver Anúncio)
Despacho de concordância de 12-02-2020 da diretora-geral da DGPC
Parecer de 7-02-2020 da SPAA do CNC a propor a ampliação, a reclassificação como MN e a redenominação para "Igreja e parte do antigo dormitório e restantes dependências do Mosteiro de Santa Maria de Coz"
Em 10-05-2017 o Departamento dos Bens Culturais da DGPC propôs que se mantivesse a intenção de não reclassificação como MN
Em 26-04-2017 a CM de Alcobaça apresentou reclamação sobre a intenção de não reclassificação como MN
Anúncio n.º 42/2017, DR, 2.ª série, n.º 63, de 29-03-2017 (ver Anúncio)
Despacho de abertura de 6-10-2016 da diretora-geral da DGPC
Proposta de 6-10-2016 do Departamento dos Bens Culturais da DGPC para a abertura de procedimento de ampliação da classificação e de redenominação para Igreja e parte do antigo dormitório e restantes dependências do Mosteiro de de Santa Maria de Coz
Requerimento de 8-02-2016 da CM de Alcobaça para a ampliação da classificação e reclassificação como MN
Decreto n.º 35 443, DG, I Série, n.º 1, de 2-01-1946 (classificou como IIP a Igreja de Santa Maria de Cós) (ver Decreto)
ZEPProposta de 19-10-2007 da DR de Lisboa
Proposta de 18-05-1980 da CM de Alcobaça para que se estabeleça uma ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO9913929
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaImóvel
A atual igreja do Mosteiro de Santa Maria de Coz, no concelho de Alcobaça, é o único espaço preservado do antigo cenóbio. Volta-se para o terreiro formado pelo corpo da nave e pela ala dos dormitórios, tendo adossado, a norte, o corpo da sacristia e salas anexas, sendo a ala perpendicular dos dormitórios, a sul, antecedida por portaria e torre sineira. As restantes estruturas do complexo distribuir-se-iam em redor, ocupando áreas hoje correspondentes a eixos viários, logradouros e imóveis particulares, entre os quais se inclui o celeiro monástico, que funcionaria num edifício vizinho.
O exterior do templo, muito austero, com abside contrafortada nos cunhais, revela um corpo longitudinal alongado pelo coro das monjas. O portal é de verga reta, enquadrado por arquitrave sobre pilastras, e encimado por frontão triangular interrompido com brasão real emoldurado por cartela de volutas, e a data de 1671 inscrita no lintel.
A severidade das fachadas contrasta com a decoração barroca do interior, distribuída pela nave única que se articula com a capela-mor, mais elevada, e com o coro. A nave, coberta por teto em falsa abóbada de berço com caixotões de madeira pintados, é separada visualmente do coro por um grande arco totalmente preenchido por grade, e encimado por passadiço com balaustrada alta. Os muros são animados por silhares de azulejo de padrão azuis e brancos, enquadrando retábulos maneiristas e barrocos de talha dourada. A capela-mor é constituída por tramo único pouco profundo, mais estreito que a nave, inteiramente revestido por lambril e painéis de talha dourada emoldurando telas, revestimento que culmina no retábulo-mor, cuja tribuna exibe um conjunto escultórico representando a Sagrada Família durante a Fuga para o Egipto, sendo o trono ornado por imagem da Virgem.
Do lado oposto, o coro está revestido por azulejos de padrão azuis e brancos, aos quais se encosta o magnífico cadeiral. A eixo com o altar-mor encontra-se um portal quinhentista de cantaria, em arco polilobado, ornado com grutescos, motivos vegetalistas e heráldica, abrindo-se, a sul, uma porta para as dependências conventuais, e, a norte, o acesso à sacristia, cujas paredes se encontram revestidas por painéis de azulejos figurando episódios da vida de São Bernardo, existindo ainda vestígios de pinturas murais.
Das dependências conventuais resta o primeiro troço do corpo arruinado de um dormitório, cujas celas se distribuem ao longo de um corredor abobadado em berço.
História
Datará da primeira metade do século XIII a fundação deste mosteiro, destinado, segundo relatos da época, a receber algumas viúvas devotas que asseguravam o funcionamento da poderosa abadia de Alcobaça. Embora a instituição detivesse grande importância na povoação que se desenvolvia à sua sombra, o número de monjas e professas manteve-se modesto até ao século XVI. O ponto de viragem na vida da comunidade deu-se c. 1530, quando o mosteiro foi reconhecido pela Ordem de Cister, e elevado a abadia regular. As edificações medievais já haviam sofrido pelo menos uma grande intervenção, datada de 1519-27, e talvez conduzida por João de Castilho, da qual o vestígio mais notável é o portal manuelino recolocado no extremo nascente do coro da igreja. A estas obras, concluídas numa campanha terminada em 1562, seguiu-se a grande empreitada da segunda metade do século XVII, da qual resultaram a imponente igreja atual, erguida entre 1669 e 1671, e a moderna feição do claustro e dos dormitórios. Nos anos seguintes, até c.1716, concluiu-se a campanha decorativa barroca que dotou a igreja e seus anexos de altares de talha dourada, revestimentos azulejares e pintura.
O período áureo da comunidade religiosa terminou com a destruição causada pelo Terramoto de 1755, que desalojou as monjas, e com a extinção das Ordens religiosas, em 1834, à qual se seguiram o saque generalizado e a ocupação desordenada dos espaços monásticos.
Sílvia Leite
DGPC
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens9
Nº de Bibliografias11

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Azulejaria em Portugal no século XVIIISIMÕES, J. M. dos SantosEdição1979Lisboa
Intimidade e Encanto. O Mosteiro Cisterciense de Santa Maria de Cós (Alcobaça)SOUSA, Cristina Maria André de Pina e SousaEdição1998Lisboa Tipo : Outras Publicações - História Este livro convida o leitor a olhar a história do Mosteiro de Santa Maria de Cós pela imagem e pelo documento escrito, propondo-lhe a redescoberta, para além da aridez e do labor historiográfico sério e profundo, da poesia de um reencontro com a História de uma antiga e bela casa cisterciense portuguesa.
Intimidade e Encanto. O Mosteiro Cisterciense de Santa Maria de Cós (Alcobaça)GOMES, Saul AntónioEdição1998Lisboa Tipo : Outras Publicações - História Este livro convida o leitor a olhar a história do Mosteiro de Santa Maria de Cós pela imagem e pelo documento escrito, propondo-lhe a redescoberta, para além da aridez e do labor historiográfico sério e profundo, da poesia de um reencontro com a História de uma antiga e bela casa cisterciense portuguesa.
A Obra Silvestre e a Esfera do ReiPEREIRA, PauloEdição1990Coimbra
O Azulejo em PortugalMECO, JoséEdição1989Lisboa
Routier des abbayes cisterciennes du PortugalCOCHERIL, MaurEdição1986Paris
Les azulejos de l'abbaye cistercienne de Cós, en Estremadura, separata dos Arquivos do Centro Cultural PortuguêsCOCHERIL, MaurEdição1974Paris
"A imagem de S. Bernardo em azulejo do Mosteiro de Santa Maria de Cós", Azulejo, n.º 3/7PAIS, Alexandre NobreEdição1999Lisboa
"O sentido da decoração no painel do cadeiral de Cós", Actas do Congresso Internacional para a Investigação e Defesa do PatrimónioTRINDADE, Maria AugustaEdição1978Alcobaça
"Pintura maneirista e barroca na região dos Coutos de Alcobaça, 1538-1750". Arte e Arquitectura nas Abadias Cistercienses nos séculos XVI, XVII e XVIII (Actas), pp. 121-144SERRÃO, VítorEdição2000Lisboa
Inventário Artístico de Portugal, vol. V (Distrito de Leiria)SEQUEIRA, Gustavo de MatosEdição1955Lisboa
Mosteiro de Santa Maria de Cós (Alcobaça). Contributos para a sua conservação e valorizaçãoMARTINHO, Ana Margarida LouroEdição2011Leiria

IMAGENS

Igreja de Santa Maria de Cós - Acesso à fachada principal

Igreja de Santa Maria de Cós - Planta anexa ao anúncio de abertura do procedimento de ampliação, com a delimitação do bem classificado e respetiva ZGP, e a delimitação do que se encontra em vias de classificação e respetiva ZGP (já é tudo MN desde 2021)

Igreja e parte do antigo dormitório e restantes dependências do Mosteiro de Santa Maria de Coz - Planta anexa ao decreto de ampliação, reclassificação como MN e alteração da designação, com a delimitação do bem classificado e da respetiva ZGP em vigor

Igreja de Santa Maria de Cós - Fachada lateral sul

Igreja de Santa Maria de Cós - Fachada lateral norte

Igreja de Santa Maria de Cós - Fachada lateral norte

Igreja de Santa Maria de Cós - Interior: coro das freiras (cadeiral)

Igreja de Santa Maria de Cós - Interior: cadeiral

Igreja de Santa Maria de Cós - Interior: retábulo-mor

MAPA

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