Capela de Santa Luzia | |||||||||||||
Designação | |||||||||||||
Designação | Capela de Santa Luzia | ||||||||||||
Outras Designações / Pesquisas | Capela de Santa Luzia (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt) | ||||||||||||
Categoria / Tipologia | Arquitectura Religiosa / Capela | ||||||||||||
Tipologia | Capela | ||||||||||||
Categoria | Arquitectura Religiosa | ||||||||||||
Inventário Temático | |||||||||||||
Localização | |||||||||||||
Divisão Administrativa | Viana do Castelo/Vila Nova de Cerveira/Campos | ||||||||||||
Endereço / Local |
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Distrito | Viana do Castelo | ||||||||||||
Concelho | Vila Nova de Cerveira | ||||||||||||
Freguesia | Campos | ||||||||||||
Proteção | |||||||||||||
Situação Actual | Classificado | ||||||||||||
Categoria de Protecção | Classificado como IIP - Imóvel de Interesse Público | ||||||||||||
Cronologia | Decreto n.º 28/82, DR, I Série, n.º 47, de 26-02-1982 (ver Decreto) | ||||||||||||
ZEP | |||||||||||||
Zona "non aedificandi" | |||||||||||||
CLASS_NAME | Monumento | ||||||||||||
Património Mundial | |||||||||||||
Património Mundial Designação | |||||||||||||
Cadastro | |||||||||||||
AFECTACAO | 12707538 | ||||||||||||
Descrição Geral | |||||||||||||
Nota Histórico-Artistica | A capela de Santa Luzia de Campos é uma daquelas construções tremendamente difíceis de catalogar estilisticamente. Por um lado, possui características fortemente conotadas com o Românico rural e tardio, como a extrema robusteza das paredes, a parca iluminação do interior, a singeleza do projecto ou os modilhões lisos. Lourenço Alves, realçando alguns destes elementos, considerou-a um "pobre espécime da arte românica popular" (ALVES, 1982, p.143). Todavia, o seu portal principal é em arco apontado, confirmando uma campanha construtiva em pleno tempo gótico. Na realidade, são dois os períodos construtivos que podemos identificar no conjunto: a capela-mor, presumivelmente das primeiras décadas do século XII, de planta rectangular; e a nave, ligeiramente mais comprida que a ábside, de plano rectangular irregular e datada, muito provavelmente, do século XIV. Cerca de dois séculos separam, portanto, as duas partes constituintes da igreja, mas o aspecto geral é de uma relativa homogeneidade, circunstância conferida pela modéstia arquitectónica e decorativa das duas empreitadas. A obra do século XII andará ligada a um desconhecido mosteiro que, eventualmente, se instalou neste local numa época muito recuada. De acordo com a tradição transmitida por Fr. Leão de São Tomás e pelo Padre Carvalho da Costa, o actual local da capela foi sede do Mosteiro de Santa Maria de Valboa, casa feminina da Ordem de São Bento. Uma inscrição conservada no local foi já lida como tendo a data de 1098 (DGEMN on-line), mas as leituras mais recentes apontam para o ano de 1138 (REAL e ALMEIDA, 1990, p.1487; BARROCA, 2000, pp.191-193), sendo mesmo um dos exemplos mais precoces de reconhecimento escrito de D. Afonso Henriques como Rei. Devem ser dessa época os capitéis do arco triunfal, que "ignoram", ainda, "qualquer relação com a arte figurativa da catedral de Tuy" (REAL e ALMEIDA, 1990, p.1486) e se inscrevem numa tradição local de trabalho escultórico. Igualmente problemática é a obra trecentista. Na capela-mor, em arcossólios, conservam-se dois túmulos decorados com elementos heráldicos. As primeiras referências a eles sugeriram tratar-se de monumentos funerários dos Pereira, estirpe que deteve a fortaleza de Cerveira no reinado de D. João I (VIANA, 1930, pp.42-47). No entanto, eles parecem bem anteriores e, de acordo com os argumentos de Mário Barroca, deverão antes corresponder a um ramo dos Meira, família galega abastada, com extensas proprieadades a Norte do rio Minho e que, por essa altura, passou a deter propriedades no Alto Minho e que aqui se decidiu sepultar por, provavelmente, ter agraciado o mosteiro com alguns bens (BARROCA, 1987, pp.411-412). Os últimos tempos medievais foram de extrema decadência do mosteiro de Valboa, a ponto de a abadessa renunciar ao cargo, por falta de condições monetárias, em 1455. Mais tarde, nos primeiros anos do século XVI, as suas propriedades foram integradas no Mosteiro de Santa Ana de Viana do Castelo (ALVES, 1982, p.143), selando, desta forma, a existência da comunidade monástica. A capela, todavia, manteve a sua função e foi objecto de uma renovação cultual pelos meados do século XVII. De 1642 é o retábulo-mor fingido recentemente descoberto. Sobre uma estrutura classicizante tripartida e delimitada superiormente por arquitrave, desenvolve-se uma imagem do Calvário: Cristo crucificado, com Santa Maria Madalena aos pés da cruz e as figuras de Santa Maria e de São João Evangelista de ambos os lados. Inferiormente, no espaço arquitectónico definido por colunas de capitéis coríntios, três imagens de santos mendicantes: São Francisco, Santo António e São Domingos. Obra de carácter modesto, parece certo que, aos seus promotores, faltou financiamento para encomendar um retábulo de madeira ou de pedra. Adquirida pela Fábrica da Igreja Paroquial, e apesar da consolidação do retábulo fingido, a capela aguarda, ainda, um coerente programa de estudo e de valorização. PAF | ||||||||||||
Processo | |||||||||||||
Abrangido em ZEP ou ZP | |||||||||||||
Outra Classificação | |||||||||||||
Nº de Imagens | 0 | ||||||||||||
Nº de Bibliografias | 9 |
TITULO | AUTOR(ES) | TIPO | DATA | LOCAL | OBS. |
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"Influências da Galiza na arte românica portuguesa", Actas das II Jornadas luso-espanholas de História Medieval, vol. IV, pp.1483-1526 | REAL, Manuel Luís | Edição | 1990 | Porto | |
Epigrafia medieval portuguesa (862-1422) | BARROCA, Mário Jorge | Edição | 2000 | Lisboa | |
Necrópoles e sepulturas medievais de Entre-Douro-e-Minho: séculos V a XV | BARROCA, Mário Jorge | Edição | 1987 | Porto | Tese de aptidão pedagogica Publicado a 1987 |
Notícias históricas, arqueológicas e etnográficas do Alto Minho | VIANA, Abel | Edição | 1930 | Viana do Castelo | |
O Minho Pittoresco | VIEIRA, José Augusto | Edição | 1887 | Lisboa | |
"Influências da Galiza na arte românica portuguesa", Actas das II Jornadas luso-espanholas de História Medieval, vol. IV, pp.1483-1526 | ALMEIDA, Maria José Perez Homem de | Edição | 1990 | Porto | |
"Igrejas e capelas românicas da Ribeira Minho", Caminiana, ano IV, nº6, pp.105-152 | ALVES, Lourenço | Edição | 1982 | Caminha | |
"Os frescos da Capela de Santa Luzia, na freguesia de Campos - Vila Nova de Cerveira", Boletim Cultural - Centro de Estudos Regionais, nº1, pp.70-73 | ALVES, Lourenço | Edição | 1984 | Viana do Castelo | |
Inventário da Heráldica concelhia | DIOGO, José Leal | Edição | 1981 | Vila Nova de Cerveira | |
"Em Vila Nova de Cerveira, entaipada e coberta a cal uma pintura do séc. XVII", O Comércio do Porto, 20/10/1979 | DIOGO, José Leal | Edição | 1979 | Vila Nova de Cerveira |