Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Igreja e edifício da Misericórdia, na Guarda
Designação
DesignaçãoIgreja e edifício da Misericórdia, na Guarda
Outras Designações / PesquisasEdifício e Igreja da Santa Casa da Misericórdia da Guarda (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Religiosa / Conjunto
TipologiaConjunto
CategoriaArquitectura Religiosa
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaGuarda/Guarda/Guarda
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Largo João de AlmeidaGuarda Número de Polícia: 5 e 9
LATITUDE LONGITUDE
40.538469-7.267214
DistritoGuarda
ConcelhoGuarda
FreguesiaGuarda
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
CronologiaDecreto n.º 95/78, DR, I Série, n.º 210, de 12-09-1978 (ver Decreto)
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEConjunto
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO22051577
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaSituada no mesmo local onde existiu, no reinado de D. Sancho II, a segunda Sé (posteriormente destruída), a igreja da Misericórdia teve, ainda, como antecedente, um outro templo edificado no século XVII, mas já dedicado a esta instituição (FERNANDES, 1995, p. 60). É possível que a igreja obedecesse a uma planta de inspiração jesuítica ou filipina, encontrando-se anexa ao hospital velho (MARQUES, 1953; FERNANDES, 1995, p. 60).
O templo actual remonta ao reinado de D. João V, destacando-se pela sua imponente fachada, cuja importância é medida também pela abertura à expansão de toda uma área urbana exterior às muralhas e a nascente; abertura essa que haveria de ser consolidada nas centúrias subsequentes (FERNANDES, p. 59).
A fachada principal é formada por um corpo central flanqueado por torres sineiras, ligeiramente recuadas, num modelo arquitectónico bastante comum na região da Beira Alta. Ao centro, abre-se o portal, ladeado por pilares de capitéis coríntios implantados na diagonal em relação ao frontispício, a que se sobrepõe duplo frontão curvo, e em cujo tímpano se exibem as armas de D. João V. Flanqueiam o portal duas janelas de avental curvo, decorado por motivos concheados. Ao centro, um nicho profusamente decorado, com colunas de capitéis coríntios assentes sobre mísulas e encimadas por frontão curvo interrompido, exibe a imagem de Nossa Senhora da Misericórdia. O alçado termina em frontão contracurvado, com fogaréus na continuidade das pilastras laterais.
A distribuição dos vãos das torres procura harmonizar-se com os do corpo central, apresentando janelas simples e janelas de sacada ao nível das que ladeiam o pórtico, óculos no segundo registo e, por fim, as sineiras são abertas em arco de volta perfeita. O remate, em cúpula de bolbos, é antecedido por balaustrada. Sem desenvolvimentos de grande profundidade, a fachada desenha-se num plano único, apenas animado pelo ligeiro recuo das torres, servindo de apoio aos elementos decorativos/escultóricos, "concebidos como peças soltas, reunidas porém sob o efeito da estruturação geométrica" (FERNANDES, p. 60), definindo um eixo vertical, central, acentuado pelas torres, e outro horizontal, com alguma sinuosidade.
No interior, de nave única, os vãos apresentam molduras em cantaria trabalhada, tal como na capela-mor. Apesar de mais austero, tem coro alto, púlpitos e tribunas laterais. Se a fachada remonta ao reinado do Magnânimo, a capela-mor foi objecto de uma intervenção na segunda metade do século XVIII, pois o contrato da obra de pedraria deste espaço (abriram-se duas janelas) e do arco do cruzeiro (então alteado), data de 9 de Setembro de 1773, e foi celebrado entre a Misericórdia e os mestres pedreiros José de Araújo, Domingos Fernandes e Inácio de Araújo (http://historiaaberta.com.sapo.pt, em 19/10/2004).
São, no entanto, os retábulos de talha dourada e policromada dos altares laterais, colaterais e mor que mais se destacam neste espaço. Documentos divulgados por António Neves (IDEM), provenientes do Arquivo Notarial da Guarda (Arquivo Distrital), permitiram identificar o entalhador responsável por estas obras - José da Fonseca Ribeiro, natural de Carregal do Sal e residente em Pinhanços (Seia), tendo falecido em 1815. Trabalhou na região ("Beira Alta", vol. LIX, 2000, pp. 159-162), e na Misericórdia da Guarda concebeu e executou, em primeiro lugar, o retábulo-mor, cujo contrato data de 11 de Setembro de 1773. Os colaterais deverão ser de 1789, aproximadamente, enquanto que os laterias foram contratados em 28 de Fevereiro de 1789. Apesar dos elementos rococó, são já visíveis as influências neoclássicas, principalmente ao nível da estrutura e alguma depuração (http://historiaaberta.com.sapo.pt).
Uma referência final para o edifício contíguo, onde funcionam os serviços da Misericórdia. De planta em U, destaca-se pelas galerias alpendradas, de recorte seiscentista.
(Rosário Carvalho)
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens3
Nº de Bibliografias3

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
GuardaPEREIRA, José FernandesEdição1995Lisboa
Monografia artística da GuardaRODRIGUES, Adriano VascoEdição1984Guarda3ª edição
"A capela da Misericórdia da Guarda", Correio da Beira, n.º 3378-339,Carlos ManuelEdição1053Guarda

IMAGENS

Igreja da Misericórdia da Guarda - Vista geral

Igreja da Misericórdia da Guarda - Fachada principal

Igreja da Misericórdia da Guarda - Torre sineira e janelas do edifício anexo

MAPA

Abrir

Palácio Nacional da Ajuda
1349-021 Lisboa
T.: +351 21 361 42 00
NIF 600 084 914
dgpc@dgpc.pt