Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Igreja e sacristia do Convento de Refóios, assim como o teto de uma das salas do antigo mosteiro de frades beneditinos
Designação
DesignaçãoIgreja e sacristia do Convento de Refóios, assim como o teto de uma das salas do antigo mosteiro de frades beneditinos
Outras Designações / PesquisasIgreja e Sacristia do Mosteiro de São Miguel de Refojos de Basto / Mosteiro de São Miguel de Refojos de Basto / Câmara Municipal de Cabeceiras de Basto (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Religiosa / Convento
TipologiaConvento
CategoriaArquitectura Religiosa
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaBraga/Cabeceiras de Basto/Refojos de Basto, Outeiro e Painzela
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
-- -Cabeceiras de Basto Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
41.513449-7.993167
DistritoBraga
ConcelhoCabeceiras de Basto
FreguesiaRefojos de Basto, Outeiro e Painzela
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
CronologiaEm 18-03-2019 foi dado conhecimento do despacho à CM de Cabeceiras de Basto
Despacho de concordância de 31-01-2019 da diretora-geral da DGPC
Parecer de 10-10-2018 da SPAA do Conselho Nacional de Cultura a propor que o assunto só deverá ser apreciado depois de concluída toda a recuperação em curso da responsabilidade da CM
Proposta de 2-10-2017 da DRC do Norte para a ampliação da classificação, a reclassificação como MN e a redenominação para "Mosteiro de São Miguel de Refojos"
Anúncio n.º 146/2015, DR, 2.ª série, n.º 107, de 3-06-2015 (ver Anúncio)
Despacho de abertura de 14-04-2015 do diretor-geral da DGPC
Proposta de 19-03-2015 da DRC do Norte para a abertura de procedimento de ampliação da classificação, de forma a abranger todos os espaços do mosteiro, interiores e exteriores, de reclassificação como MN e de redenominação para "Mosteiro de São Miguel de Refojos"
Requerimento de 6-10-2014 da CM de Cabeceiras de Basto para a reclassificação como MN
Decreto n.º 23 011, DG, I Série, n.º 197, de 31-08-1933 (classificou a "Igreja e sacristia do Convento de Refóios, assim como o teto de uma das salas do antigo mosteiro de frades beneditinos") (ver Decreto)
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO12737527
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaMuito embora tenha existido, neste local, um centro monástico de origem anterior, o antigo Mosteiro de São Miguel, à sombra do qual se desenvolveu a população de Refojos, foi, enquanto casa beneditina, contemporâneo da formação da nacionalidade. Na verdade, não se sabe qual a data da sua fundação, mas o primeiro documento conhecido, que refere a ordem de São Bento (uma carta de couto passada por D. Afonso Henriques), é de 1131, o que testemunha a sua existência nesse ano.
O período seguinte foi de crescimento, com o mosteiro a tornar-se "um verdadeiro latifundiário de terras e propriedades" (DIAS, 2002, p.63), seguindo-se, com a administração ruinosa dos abades comendatários, uma época de decadência, apenas superada, a partir de 1570, com a integração de Refojos na Congregação Beneditina Portuguesa. Foi com o regime dos abades trienais, cuja eleição era efectuada em Capítulo Geral, que o Mosteiro iniciou a sua recuperação económica, e também arquitectónica.
Deste período de obras, iniciado na primeira metade do século XVII, apenas resta o claustro, embora sem o chafariz. A igreja estava ainda a ser edificada em 1644, e a portaria ostenta o ano de 1690, muito possivelmente datando o seu término, o que coincide com o lançamento de uma outra campanha, barroca, que se iria prolongar pela centúria seguinte, remontando à segunda metade de Setecentos a sua época de maior fulgor.
A primeira pedra do novo mosteiro foi lançada no triénio de 1689-1702, mas a falta de documentação não permite saber quem foi o autor do seu risco, considerado magnífico por fontes da época (IDEM, p. 70). Este, desenvolve-se em torno do claustro, com um corpo em L e outro rectangular. O ano de 1703, inscrito no lintel da porta do Capítulo, deverá indicar a data da sua conclusão. Nos anos subsequentes, os trabalhos incidiram sobre o refeitório e a sacristia, cujo mobiliário ainda se conserva. Já o cruzeiro, fronteiro ao mosteiro, remonta a 1737.
A principal campanha de obras, que configurou a igreja tal como hoje a conhecemos - considerada a mais monumental da Ordem e a única com zimbório -, teve início em 1755, ano em que se lançou a primeira pedra do novo templo, e que, apesar das dificuldades de implementação, foi sagrado 16 anos mais tarde, em 1766. Não se conhece o autor do projecto, que tem vindo a ser imputado a André Soares (IDEM, p. 75), embora esta não se inscreva no conjunto de obras atribuídas a este arquitecto por Robert Smith.
A documentação e as datas inscritas no próprio edifício permitem acompanhar a evolução dos trabalhos, remontando o portal a 1763, e o zimbório e torres a 1761-64. A fachada, ladeada por duas torres que se elevam bem acima do frontão que remata o pano central, é aberta por um portal de planta côncava, formada pelas pilastras que o flanqueiam. No registo seguinte, um nicho exibe a imagem de São Miguel, enquanto no alçado das torres, os nichos acolhem São Bento e Santa Escolástica. O zimbório, apresenta uma varanda com 12 estátuas de Bispos e Pontífices, sendo rematado pela imagem de São Miguel Arcanjo, sobre a cúpula do lanternim, e no exterior há a destacar, ainda, a capela do Santíssimo, de planta octogonal, e de volume saliente em relação à massa do templo, bem como a varanda alpendrada da capela-mor.
De planta em cruz latina, com nave única coberta por abóbada de caixotões de granito, a talha é o elemento dominante deste interior, quer nos retábulos dos muitos altares, quer nas sanefas e outros elementos arquitectónicos que envolve. O seu desenho deve-se a frei José de Santo António Ferreira Vilaça, que durante o triénio de 1764-67 integrou o mosteiro, concebendo todo o conjunto, do qual destacamos o retábulo-mor, rococó, e o cadeiral do coro, cujos riscos recordam os de Tibães, onde o monge trabalhara antes.
Actualmente, e depois de muitas vicissitudes decorrentes da Extinção das Ordens Religiosas, em 1834, o mosteiro acolhe os serviços da Câmara Municipal e, na outra ala, o colégio.
(RCarvalho)
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens7
Nº de Bibliografias7

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
O Minho PitorescoVIEIRA, José AugustoEdição1887LisboaPublicado a 1886; 1987 Número : 1
Portugal antigo e moderno: diccionario geographico, estatistico, chorographico, heraldico, archeologico, historico, biographico e etymologico de todas as cidades, villas e freguezias de Portugal e de grande numero de aldeias...PINHO LEAL, Augusto Soares d'Azevedo Barbosa deEdição1990Lisboa
Corografia Portuguesa e descripçam topographica do famoso Reyno de PortugalCOSTA, Pe. António Carvalho daEdição1712LisboaOff. de Valentim da Costa Deslandes, 1706 - 1712
Benedictina LusitanaSÃO TOMÁS, Frei Leão deEdição1651Coimbra
André Soares, arquitecto do MinhoSMITH, Robert C.Edição1973Lisboa
Frei José de Santo António Ferreira Vilaça escultor beneditino do século XVIIISMITH, Robert C.Edição1972Lisboa
"O Mosteiro de S. Miguel de Refojos - História do monumento emblemático de Cabeceiras de Basto", Mínia, n.º 10, pp. 59-83DIAS, Geraldo CoelhoEdição2002Braga
Portugal antigo e moderno: diccionario geographico, estatistico, chorographico, heraldico, archeologico, historico, biographico e etymologico de todas as cidades, villas e freguezias de Portugal e de grande numero de aldeias...FERREIRA, Pedro AugustoEdição1990Lisboa

IMAGENS

Convento de Refóios - Vista geral posterior da igreja e edifício conventual

Convento de Refóios - Enquadramento geral

Convento de Refóios - Fachada principal da igreja

Convento de Refóios - Vista geral da igreja (DGEMN)

Convento de Refojos - Planta com a delimitação do IIP e respetiva ZGP e do que está em vias de classificação e respetiva ZGP

Convento de Refóios - Vista geral da igreja

Convento de Refóios - Enquadramento geral

MAPA

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