Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Igreja da Misericórdia de Esposende, incluindo todo o seu recheio
Designação
DesignaçãoIgreja da Misericórdia de Esposende, incluindo todo o seu recheio
Outras Designações / PesquisasEdifício e Igreja da Santa Casa da Misericórdia de Esposende (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Religiosa / Igreja
TipologiaIgreja
CategoriaArquitectura Religiosa
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaBraga/Esposende/Esposende, Marinhas e Gandra
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Largo do MunicípioEsposende Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
41.531104-8.780601
DistritoBraga
ConcelhoEsposende
FreguesiaEsposende, Marinhas e Gandra
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
CronologiaDecreto n.º 735/74, DG, I Série, n.º 297, de 21-12-1974 (ver Decreto)
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO22051577
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaNão é conhecida a data concreta da instituição da Misericórdia de Esposende, muito embora se pense que terá ocorrido durante o reinado do Cardeal D. Henrique. Certo é que esta misericórdia viu confirmada a sua instituição e privilégios durante o reinado de Filipe I (ABREU, 2002). A esta fundação não deverá ser estranha a elevação de Esposende a vila, em 1572, uma vez que a instituição de novas misericórdias neste período começa agora a ser relacionada, pela mais recente historiografia, com a autonomia municipal e a questão da repartição de poderes (ABREU, 2003).
Como as restantes misericórdias do país, também a de Esposende se dedicava à assistência dos mais desfavorecidos, e muito embora não dispusesse de um hospital próprio para a cura dos enfermos, há notícia de que possuía um outro, desde 1600, onde acolhia os peregrinos e caminhantes. Ainda hoje se desconhece a localização desta casa (COSTA, 1988, p. 26).
A igreja, com a Casa do Despacho anexa, deverá ter sido construída entre o final de quinhentos e os primeiros anos da centúria seguinte. As suas linhas depuradas denunciam um gosto maneirista, ainda que sejam visíveis as alterações introduzidas pelas campanhas do final do século XVII e do século XVIII.
De planta longitudinal, a igreja articula nave única com capela-mor profunda e, do lado do Evangelho, a capela dos Mareantes que se inscreve no interior da Casa do Despacho.
A fachada principal é definida por pilastras nos cunhais, rematadas por pináculos sobre esferas, e aberta, ao centro, pelo portal com colunelos laterais, e de verga abatida, com cornija saliente. Este, é prolongada por uma cartela enquadrada por volutas e termina numa rosácea que, por sua vez, é sobrepujada pelas armas reais, já no tímpano do frontão que remata o conjunto. De lanços contracurvados, este é próprio de uma época avançada em relação ao portal, muito possivelmente já do século XVIII. Na fachada lateral (aberta para o largo da Câmara Municipal), o portal é idêntico ao principal, terminando com um nicho de volta perfeita rematado por frontão triangular.
No interior, mantém-se a sobriedade da arquitectura, e mesmo os elementos de talha dourada, apesar de bastante mais exuberantes, são muito circunscritos. A nave é revestida por um silhar de azulejos de padrão seiscentista, destacando-se a capela dos Mareantes, em frente da qual se encontra o púlpito, e mais dois arcos de pedraria com retábulos, junto ao arco triunfal. Este, tal como os restantes, é de volta perfeita com impostas salientes. Termina com uma sanefa de talha polícroma. A capela-mor, coberta por abóbada de caixotões, exibe retábulo de talha de estilo nacional com alterações neoclássicas, e uma tela central representando Nossa Senhora da Misericórdia.
A capela dos Mareantes é a que mais se destaca pelo revestimento integral de talha dourada maneirista. No arco, a talha branca e dourada exibe motivos de grotesco, terminando em sanefa. No interior, o tecto em caixotões enquadra representações de profetas do Antigo Testamento identificados através de cartelas. Nas paredes, um silhar de azulejos em forma de losangos, e no registo seguinte molduras de talha enquadram as pinturas alusivas à paixão de Cristo. Uma iconografia que se repete na parede testeira, revestida por talha dourada, com arco de volta a enquadrar Cristo Crucificado, a Virgem e São João. No pavimento, mosaicos pretos e brancos em xadrez.
(Rosário Carvalho)
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens9
Nº de Bibliografias4

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Esposende: monografia do concelhoMACHADO, Manuel Aires FalçãoEdição1951Barcelos
"As Misericórdias de D. Filipe I a D. João V", Portugaliae Monumenta Misericordiarum - fazer a história das Misericórdias, vol. 1, pp. 47-77ABREU, LaurindaEdição2002Lisboa
"O século das Misericórdias", Cadernos do Noroeste (homenagem Maria Manuel Campos Milheiro Fernandes), n.º 20 1-2, pp. 467-484ABREU, LaurindaEdição2003Braga
A Misericórdia de Esposende e a Semana SantaCOSTA, M. M. da SilvaEdição1988Esposende

IMAGENS

Igreja da Misericórdia de Esposende - Fachada lateral direita (DGESBA, 1958)

Igreja da Misericórdia de Esposende - Interior: retábulo do Senhor dos Mareantes (DGESBA)

Igreja da Misericórdia de Esposende - Interior: capela do Senhor dos Mareantes

Igreja da Misericórdia de Esposende - Interior da capela do Senhor dos Mareantes

Igreja da Misericórdia de Esposende - Interior da Capela do Senhor dos Mareantes: pormenor do tecto (DGESBA)

Igreja da Misericórdia de Esposende - Interior da capela do Senhor dos Mareantes: retábulo e tecto (DGESBA)

Igreja da Misericórdia de Esposende - Interior da capela dos Mareantes: nicho lateral com o passo de "Jesus e a Samaritana" (DGESBA)

Igreja da Misericórdia de Esposende - Interior da capela do Senhor dos Mareantes: tecto e parede lateral (DGESBA)

Igreja da Misericórdia de Esposende - Interior da capela do Senhor dos Mareantes: tecto (DGESBA)

MAPA

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