Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Duas grutas situadas junto a Maceira
Designação
DesignaçãoDuas grutas situadas junto a Maceira
Outras Designações / PesquisasGruta do Cabeço da Rainha ou Lapa da Rainha e outra / Duas grutas junto a Maceira (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArqueologia / Gruta
TipologiaGruta
CategoriaArqueologia
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaLisboa/Torres Vedras/A dos Cunhados e Maceira
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
-- uma na margem direira do rio Alcabrichel (Gruta do Cabeço da Rainha) e outra na margem oposta, quase em frente- Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
39.1815-9.32596
DistritoLisboa
ConcelhoTorres Vedras
FreguesiaA dos Cunhados e Maceira
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
CronologiaDecreto n.º 35 817, DG, I Série, n.º 187, de 20-8-1946 (ver Decreto)
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMESítio
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO181504
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaO actual concelho de Torres Vedras tem-se revelado particularmente abundante em vestígios arqueológicos denunciadores de uma ocupação humana na zona que remonta à mais alta antiguidade. Uma procura que terá sido, certamente, facilitada pela diversidade dos recursos cinegéticos essenciais à fixação de comunidades humanas ao longo dos tempos.
E as "Duas grutas junto a Maceira", mais vulgarmente conhecidas por "Lapa da Rainha", são disso bons exemplos.
Na verdade, "Desde os primórdios da actividade arqueológica em Portugal que a Estremadura foi uma área bastante investigada, tanto a partir da iniciativa de arqueólogos regionais como também através da acção das primeiras instituições interessadas na actividade arqueológica." (SOUSA, A. C., 1998, p. 43).
Com efeito, quando, a partir de meados do século XIX, os nomes mais destacados da recém formada Commissão dos Serviços Geológicos principiou os primeiros estudos pré-históricos em Portugal, seguindo a tendência há muito observada em vários países europeus, a região de Lisboa mereceu desde cedo uma atenção muito particular, certamente compreensível em razão da localização da sua sede, justamente na capital, e numa época em que os meios e as vias de transporte não primariam, propriamente, entre nós, pelo seu carácter de excelência.
Foram, então, dados os primeiros passos para a implementação da jovem ciência arqueológica, de igual modo graças à iniciativa de associações de perfil local e nacional, com destaque para a "Sociedade Martins Sarmento" e a Real Associação dos Architectos Civis e Archeologos Portuguezes, esta última fundada em 1863 (RAACAP) (Cf. MARTINS, A. C., 2005), de algum modo coroados pela realização, na cidade de Lisboa, em 1880, da IX sessão do referencial Congresso Internacional de Anthropologia e Archeologia Prehistorica (CIAAP), e da criação, na Universidade de Coimbra, da cadeira de "Antropologia, Paleontologia Humana e Arqueologia Pré-histórica", no mesmo ano (1885) em que a RAACAP abria o 1.º Curso d'Archeologia Prehistorica, e a poucos da fundação do Muzeu Ethnographico Portuguez (1893) (Cf. Ibid.).
Houve, em todo o caso, quem, já no início da nova centúria, atendesse ao Paleolítico, seguindo, no fundo, os estudos iniciados muito antes nos principais centros de investigação europeus, certamente por influência do movimento incentivado pelo antropólogo e pré-historiador L. L. Gabriel de Mortillet (1821-1898).
Foi o que sucedeu com o alferes de engenharia e membro central da já mencionada (vide supra) Commissão, Joaquim Filipe Nery da Encarnação Delgado (1835-1908), a quem se deveram as primeiras incursões na região, assim como na de Lourinhã (Cf. DELGADO, J. F. N. da E., 1867), identificando, justamente, no ano do seu falecimento, a "Gruta da Rainha". Foi, contudo, necessário esperar por algumas décadas para que, a par da sua classificação, já em 1946, o sítio fosse alvo de novos estudos, uma vez mais no quadro de actividades desenvolvidas no âmbito dos "Serviços Geológicos de Portugal", designadamente no que respeitava ao reconhecimento e caracterização das formações quaternárias no actual território português (RIBEIRO, J. P. C., 1990, pp. 39-40).
Contrariamente ao que supuseram alguns investigadores (Cf. ZILHÃO, J., 1994), estaremos perante uma estação do Paleolítico, não de transição do médio para o superior (moustero-aurignacense) (RIBEIRO, J. P. C., Idem, p. 67), mas plenamente superior e, mais propriamente, do Solutrense, representado, neste caso, pela presença de indústria lítica (a exemplo de uma ponta de retoque plano) que lhe é característica, assim como de restos de fauna, tendo sido ainda encontrados corantes utilizados em pinturas e, muito provavelmente, em tatuagens corporais.
[AMartins]
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens0
Nº de Bibliografias5

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Da existência do homem no nosso solo em tempos mui remotos provada pelos estudos das cavernas. Notícia acerca das Grutas da CesaredaDELGADO, Joaquim Filipe Nery da EncarnaçãoEdição1867Lisboa
"Lapa da Rainha", Informação ArqueológicaZILHÃO, JoãoEdição1994Lisboan.º 9, p. 61
O Neolítico Final e o Calcolítico na área da Ribeira de Cheleiros. Trabalhos de Arqueologia, vol. 11SOUSA, Ana CatarinaEdição1998LisboaII
"Os primeiros habitantes", Nova História de Portugal. Portugal - das Origens à RomanizaçãoRIBEIRO, João Pedro CunhaEdição1990Lisboapp. 15-74
A Associação dos Arqueólogos Portugueses na senda da salvaguarda patrimonial. Cem anos de transformação (1863-1963). Texto policopiado. Tese de Doutoramento em Letras.MARTINS, Ana CristinaEdição2005LisboaTese de Doutoramento defendida na Reitoria da Universidade de Lisboa em Junho de 2006. Tese impressa em dois volumes: - I - aparato crítico; - II - aparato iconográfico.

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