Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Sé Catedral de Faro
Designação
DesignaçãoSé Catedral de Faro
Outras Designações / PesquisasIgreja de Santa Maria / Catedral de Faro / Sé de Faro / Igreja Paroquial de Santa Maria / Igreja de Santa Maria (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Religiosa / Templo
TipologiaTemplo
CategoriaArquitectura Religiosa
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaFaro/Faro/Faro (Sé e São Pedro)
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Praça D. Afonso IIIFaro Número de Polícia: 50-56
Rua do TremFaro Número de Polícia: 20
Largo da SéFaro Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
37.013275-7.934709
DistritoFaro
ConcelhoFaro
FreguesiaFaro (Sé e São Pedro)
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
CronologiaDecreto n.º 40 361, DG, I Série, n.º 228, de 20-10-1955 (ver Decreto)
ZEPProposta de 15-11-2010 da DRC do Algarve para alargamento da ZEP do Património Classificado do Núcleo Histórico de Faro Vila Adentro
Parecer de 23-05-2008 do Conselho Consultivo do IGESPAR, I.P.
Proposta de 05-12-2007 da DRC do Algarve para a ZEP conjunta do Núcleo Histórico de Faro, abrangendo este imóvel
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO12699926
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaO local onde se implanta a actual Sé de Faro parece ter uma longa história de sacralidade, apesar de não existir qualquer comprovação arqueológica. De acordo com a tradição, aqui se estabeleceu a primitiva basílica paleocristã, depois transformada em mesquita e, finalmente, convertida em igreja cristã após a conquista da cidade por D. Afonso III (LOPES, 1848, p.343).
As origens do actual templo identificam-se nos meados do século XIII. Conquistada a cidade em 1249, ter-se-á iniciado a construção de uma igreja matriz. De acordo com um documento revelado por Alberto Feio, em 1251 o arcebispo de Braga, D. João Viegas, encarregou dois dominicanos (Pelágio e Pedro) de edificarem a igreja de Santa Maria de Faro (FEIO, 1951), o que parece veio a acontecer. No entanto, tal edifício, que alguns autores sugerem ter sido concluído por 1271 (ROSA, 1984, p.16; PAULA, 1993), "deve ter sido exíguo" (LAMEIRA, 1999, p.28) e, no reinado de D. Dinis, o monarca determinou a venda de um imóvel nas imediações do templo, para que este pudesse ser ampliado (MASCARENHAS, 1974). Dessa intervenção dionisina, que presumivelmente privilegiou um plano tripartido de cariz paroquial (semelhante ao de São Clemente de Loulé, Santa Maria de Tavira e tantos outros templos construídos um pouco por todo o país), nada sabemos, uma vez que, na viragem para o século XIV, nova campanha de obras reformulou radicalmente o edifício.
Data, assim, do século XV o essencial da obra que chegou até nós. Ela foi grandemente transformada na Idade Moderna, mas mantém ainda alguns elementos fundamentais do figurino gótico então conseguido. A torre quadrangular, que se adossa à fachada principal, é o mais eloquente testemunho da obra quatrocentista, impondo-se cenograficamente no amplo adro catedralício. Antecedida por escadaria, possui dois pisos, sendo o primeiro ocupado por um narthex de acesso ao interior do templo e o segundo por uma dependência, amplamente iluminada que, na época moderna, tinha comunicação com o coro-alto. O narthex tem entradas em cada face, através de arcos triplos de perfil quebrado, com impostas marcadas, mas sem colunas e capitéis.
O portal axial da igreja é mais cuidado, parecendo repetir os típicos portais góticos inseridos em gabletes, aqui interrompido pela abóbada de cruzaria que cobre o narthex: de três arquivoltas (a exterior decorada com um friso de estrelas de quatro pontas), os seus capitéis denunciam bem o marco artístico em que a obra foi realizada, assemelhando-se esteticamente ao grande estaleiro da Batalha (LAMEIRA, 1999, p.29), pela flora tendencialmente organizada em dois andares e o contorno fino do colarinho.
No interior, restam duas capelas góticas, colocadas nas extremidades do transepto. De planta poligonal, foram transformadas na época moderna, mas conservam ainda os contrafortes escalonados originais e as janelas de duplo lume, cujos capitéis repetem igualmente uma organização a dois andares de cariz batalhino.
Em 1540, por ordem de D. João III, Faro tornou-se sede da diocese algarvia, determinação que, conjugada com o violento incêndio de 1596 causado pelo ataque de piratas ingleses, originou as grandes obras dos períodos maneirista e barroco. O interior foi radicalmente transformado, primeiro o corpo - cujas arcarias passaram de apontadas a arco redondo, por meio de colunas toscanas, de acordo com um figurino chão (LAMEIRA, 1999, p.45) -, e depois a capela-mor - de planta rectangular e coberta por caixotões, antecedida por arco triunfal com arquitrave e friso, e com brasão axial alusivo ao bispo D. Francisco Barreto (1636-1649) (IDEM, p.52).
Terminadas as obras de arquitectura, o barroco actuou preferencialmente sobre a decoração aplicada, salientando-se os retábulos do Santíssimo Sacramento (a partir de 1676), do Santo Lenho (inícios do século XVIII), da Capela de Nossa Senhora dos Prazeres, entre muitas outras realizações de imaginária, azulejaria, organística, etc.
PAF
Processo
Abrangido em ZEP ou ZPConvento de Nossa Senhora da Assunção
Outra Classificação
Nº de Imagens8
Nº de Bibliografias16

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
A arquitectura gótica portuguesaDIAS, PedroEdição1994Lisboa
A talha no Algarve durante o Antigo RegimeLAMEIRA, FranciscoEdição2000Faro
A arte organística em Portugal (vol. I e II)VALENÇA, Pe. ManuelEdição1990Braga
Faro. Edificações NotáveisLAMEIRA, FranciscoEdição1995Faro
"O maior entalhador e escultor setecentista algarvio: Manuel Martins", I Congresso Internacional do BarrocoLAMEIRA, FranciscoEdição1991Porto
Corografia ou memoria economica, estadistica, e topografica do reino do AlgarveLOPES, João Baptista da SilvaEdição1841Lisboa
Manuelino. À descoberta da arte do tempo de D. Manuel IDIAS, PedroEdição2002Lisboa
História da Arte em Portugal, vol. IV (O Gótico)DIAS, PedroEdição1986Lisboa
Monumentos e edifícios notáveis do concelho de Faro.ROSA, José António Pinheiro eEdição1984Faro
Faro. A arte na história da cidadeLAMEIRA, FranciscoEdição1999Faro
"A primeira igreja e o primeiro reitor de Faro", Correio do Sul, 10 de MarçoFEIO, AlbertoEdição1951
"Algumas doações de D. Dinis em Faro e seu termo", Anais do Município de Faro, nº4MASCARENHAS, José FernandesEdição1974Faro
Visitação de igrejas algarvias da Ordem de S. TiagoLAMEIRA, FranciscoEdição1988Faro
Visitação de igrejas algarvias da Ordem de S. TiagoSANTOS, Maria Helena Rodrigues dosEdição1988Faro
Faro, evolução urbana e patrimónioPAULA, Rui MendesEdição1993Faro
Faro, evolução urbana e patrimónioPAULA, Frederico MendesEdição1993Faro
"A Catedral do Algarve e o seu cabido", Anais do Município de Faro, nº12ROSA, José António Pinheiro eEdição1984Faro
A igreja da Sé. Faro. Portugal, desdobrávelLAMEIRA, FranciscoEdiçãoFaro

IMAGENS

Sé catedral de Faro - Fachada principal

Sé catedral de Faro - Fachada principal: pormenor da janela e brasão no segundo registo da torre

Sé catedral de Faro - Fachada principal: portal principal

Sé catedral de Faro - Portal principal: capitéis do lado Sul

Sé catedral de Faro - Portal principal: capitéis do lado Norte

Sé catedral de Faro - Fachada principal: vista de SOeste

Sé catedral de Faro - Fachada lateral Norte: pormenor de capitel de janela

Sé catedral de Faro - Vista de SE (fachada posterior), tirada do Convento de Nossa Senhora da Assunção

MAPA

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