Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Os jardins, as esculturas e as duas salas com pintura decorativa do antigo Paço Real de Caxias
Designação
DesignaçãoOs jardins, as esculturas e as duas salas com pintura decorativa do antigo Paço Real de Caxias
Outras Designações / PesquisasAntiga Quinta Real de Caxias / Paço Real de Caxias (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Civil / Paço
TipologiaPaço
CategoriaArquitectura Civil
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaLisboa/Oeiras/Oeiras e São Julião da Barra, Paço de Arcos e Caxias
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
EN 6-4, junto ao Jardim Municipal e à estação dos caminhos de ferro de CaxiasCaxias Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
38.700416-9.273619
DistritoLisboa
ConcelhoOeiras
FreguesiaOeiras e São Julião da Barra, Paço de Arcos e Caxias
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
CronologiaEm 21-09-2007 foi solicitado ao Ministério da Defesa Nacional o envio de informações sobre o estado de degradação do imóvel
Despacho de19-04-2005 do presidente do IPPAR no sentido de que se avaliasse a eventual ampliação da classificação
Proposta de 10-01-2005 da DR de Lisboa do IPPAR para que se ponderasse a eventual ampliação da classificação
Decreto n.º 39 175, DG, I Série, n.º 77, de 17-04-1953 (ver Decreto)
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEConjunto
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO12737527
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaConstruído em meados do século XVIII, por vontade do Infante D. Francisco (filho de D. Pedro II), o Paço Real de Caxias destaca-se pelos jardins geométricos, de influência francesa (os denominados jardins à Le Nôtre), onde a cascata introduz o gosto pela imitação da natureza, próprio da segunda metade de Setecentos. De facto, a família real e a corte preferiram o espaço ao ar livre, de forte efeito cenográfico e de grande impacto visual, que foi palco de jogos, teatros e bailados, relegando a Casa para segundo plano (LEITE, 1989, p. 114).
As obras da Quinta arrastaram-se por todo o século XVIII, e a morte de D. Francisco, em 1742, pouco contribuiu para o rápido andamento dos trabalhos. Na realidade, o espaço foi concluído apenas pelo futuro rei D. Pedro V, que aí se deslocava com alguma assiduidade.
Mais tarde (1908), D. Manuel dividiu a propriedade, transferindo a Quinta para a posse do Reformatório Central de Lisboa Padre António Oliveira, estabelecido no convento da Cartuxa. A adaptação às suas novas funções obrigou a uma significativa modificação de toda esta área, nomeadamente ao nível das alamedas, da sua composição geométrica, dos pomares, dos tanques, e mesmo do recinto para o Jogo da Péla. Por sua vez, a Casa e o jardim foram entregues ao Ministério da Justiça, onde permaneceu até 1986, data em que a Câmara Municipal de Oeiras se comprometeu, através de um protocolo, a recuperá-la. Nesta medida, os jardins que hoje conhecemos são o resultado desta intervenção, que procurou recuperar os sistemas originais de distribuição de água e a vegetação, maioritariamente constituída por composições em buxo.
Do Paço destaca-se, para além dos interiores com tectos pintados, a fachada de azulejos azuis e brancos, cujo desenho denota um gosto próprio do período pombalino.
Nos jardins, os canteiros de buxo formam desenhos geométricos, que definem uma série de alamedas, e onde as esculturas contribuem para a criação de um espaço cenográfico e teatral. A principal, ladeada por duas palmeiras de grandes dimensões, encaminha-se directamente para a grande cascata e para o lago de Diana, que domina todo o espaço. De formas naturalistas, e com uma espécie de gruta, que denuncia a imitação da natureza que caracteriza o jardim barroco da segunda metade do século XVIII (ainda que em Portugal a gruta tenha sido substituída pela Casa do fresco (LEITE, 1995, p. 223)), esta é uma das cascatas mais significativas da área de Lisboa (CARITA, 1987, p. 205). Desenvolve-se no sentido vertical, com inúmeras formas e reentrâncias por onde escorre a água, e culmina num pavilhão de planta oitavada, que integra uma fonte de mármore com esculturas de grande requinte e delicadeza. Remata este elemento uma garça real, em loiça. No tanque, é representada a lenda de Diana, com imagens da autoria de Machado de Castro, tal como as restantes esculturas dos lagos, alusivos aos signos do zodíaco (LEITE, 1989, p. 115), actualmente em restauro.
A cascata interrompe um longo conjunto de galerias com terraços, ligados por escadas e preenchidos por vegetação. No seu interior, encontra-se uma série de galerias, cuja humidade contrasta fortemente com o calor do jardim, contribuindo para o jogo de sentidos que os espaços de lazer barrocos propunham. Aquando das obras de recuperação do espaço, foi possível manter a estrutura hidráulica original, cujo sistema funcionava de acordo com a lei da gravidade, em tubagens de chumbo e grês (CMO, Boletim 1998).
De cada lado do espaço, encontra-se um pavilhão octogonal, em tons de salmão - onde hoje está instalada a sala de leitura da Biblioteca, funcionava originalmente como "casa do poço" e, do lado oposto, a "casa da fruta".
Uma última referência para a recente "escada do Céu", com degraus desencontrados, concebida por Bruno de Grüne, que veio substituir uma das árvores de grandes dimensões ( araucárias hetero-phylos ) entretanto desaparecida.
Rosário Carvalho
ProcessoJunto ao jardim Municipal e à Estação dos caminhos de ferro de Caxias
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens17
Nº de Bibliografias6

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Palácios e solares portuguezes (Col. Encyclopedia pela imagem)SEQUEIRA, Gustavo de MatosEdição1900Porto
Tratado da Grandeza dos Jardins em PortugalCARITA, Hélder; CARDOSO, HomemEdição1987LisboaLocal de Edição - Lisboa Data do Editor : 1987
"Quinta do Paço Real de Caxias", Boletim da Câmara Municipal de Oeiras, Fevereiro de 1999BASTO, SaraEdição1999Oeiras
"Caxias, Real Quinta de", Dicionário da Arte Barroca em PortugalLEITE, Ana CristinaEdição1989Lisboa
Monografia do Reformatório Central de Lisboa Padre António de OliveiraFERNANDES, José Maria de AlmeidaEdição1958Caxias
"Quinta Real de Caxias - jardim da cascata", Voz de Paço de Arcos, n.º 66-67, 1986DIAS, RodrigoEdição1986Paço de Arcos

IMAGENS

Jardins do Real Paço de Caxias - Vista geral do jardim e cascata; Fevereiro de 2004

Jardins do Real Paço de Caxias - Pormenor das galerias com terraços; Fevereiro de 2004

Jardins do Real Paço de Caxias - Vista das galerias e terraços do lado norte; Fevereiro de 2004

Jardins do Real Paço de Caxias - Cascata central

Jardins do Real Paço de Caxias - Pormenor das galerias e da torre com a cegonha; Fevereiro de 2004

Jardins do Real Paço de Caxias - Pormenor das galerias e escadaria; Fevereiro de 2004

Jardins do Real Paço de Caxias - Vista a partir dos terraços; Fevereiro de 2004

Jardins do Real Paço de Caxias - Vista do jardim e pavilhão; Fevereiro de 2004

Jardins do Real Paço de Caxias - Pormenor de janela do Pavilhão, onde se encontra fonte barroca; Fevereiro de 2004

Jardins do Real Paço de Caxias - Pavilhão (onde actualmente funciona a Biblioteca); Fevereiro de 2004

Jardins do Real Paço de Caxias - Edifício do antigo paço

Jardins do Real Paço de Caxias - Pormenor de revestimento azulejar

Jardins do Real Paço de Caxias

Jardins do Real Paço de Caxias - Antigo paço

Jardins do Real Paço de Caxias - Cascata

Jardins do Real Paço de Caxias - Cascata: vista de nascente

Jardins do Real Paço de Caxias - Cascata: vista de sul

MAPA

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