Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Conjunto formado pela igreja e torre do antigo mosteiro de Vila Nova de Muia
Designação
DesignaçãoConjunto formado pela igreja e torre do antigo mosteiro de Vila Nova de Muia
Outras Designações / PesquisasMosteiro de Vila Nova de Muía / Igreja Paroquial de Vila Nova de Muía / Igreja de Nossa Senhora da Guia (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Religiosa / Igreja
TipologiaIgreja
CategoriaArquitectura Religiosa
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaViana do Castelo/Ponte da Barca/Ponte da Barca, Vila Nova de Muía e Paço Vedro de Magalhães
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
- -Lugar do Mosteiro Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
41.800924-8.379871
DistritoViana do Castelo
ConcelhoPonte da Barca
FreguesiaPonte da Barca, Vila Nova de Muía e Paço Vedro de Magalhães
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
CronologiaDecreto n.º 35 817, DG, I Série, n.º 187, de 20-8-1946 (ver Decreto)
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEConjunto
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO12707538
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaA história do mosteiro regrante de Vila Nova de Muía é uma história de sucessivas ampliações do espaço monacal e religioso, cujo rigoroso conhecimento está ainda longe de ser satisfatório, pela inexistência de estudos monográficos consagrados ao conjunto. Ela tem muitos pontos comuns com o vizinho mosteiro de São Martinho de Crasto, especialmente durante os séculos XII e XIII, mas apresenta, também, características únicas.
A fundação do mosteiro terá ocorrido no período condal, por volta de 1100 e por iniciativa de Godinho Fajes de Lanhoso, homem próximo do conde D. Henrique. Não se sabe ao certo em que data passou para a posse dos Agostinhos, mas tudo indica que tal tenha ocorrido ainda no século XII, depois de ter sido coutado por D. Afonso Henriques em 1140 (ALVES, 1982, p.53). As parcelas mais antigas que actualmente se conservam têm sido datadas de finais do século XII, mas existem argumentos que podem ser invocados para recuar ligeiramente esta cronologia.
Da época românica, sobrevive apenas parte da capela-mor, de planta quadrangular. Exteriormente, importa referir os modilhões que suportam a cornija enxaquetada, maioritariamente lisos ou com decoração geométrica sumária, características que levaram Carlos Alberto Ferreira de Almeida a considerar uma cronologia excessivamente tardia para a obra (ALMEIDA, 1978, vol.2, p.239). Observações posteriores deste autor conduziram a uma proposta diferente, sendo a cabeceira um produto anterior ao estaleiro de Bravães, e onde confluíram correntes artísticas quer de Braga, quer do Alto Minho, umbilicalmente ligado à Galiza românica (ALMEIDA, 1986, p.65).
O arco triunfal assume-se como um ponto de análise fundamental para a rigorosa avaliação do conjunto. Ele está parcialmente adulterado pela reforma barroca, cuja colocação do retábulo-mor obrigou à sua subida e à picagem das colunas e dos capitéis originais. Mas conserva, ainda, o friso exterior de lanceolados do projecto fundacional, uma solução tipicamente bracarense e que foi aplicada a outras obras vizinhas dos meados do século XII, como São Cláudio de Nogueira e, ainda mais próximo, São Martinho de Crasto.
A construção da nave obedeceu a outros pressupostos estilísticos, sendo nesta parte do edifício que Ferreira de Almeida identificou os pontos de contacto com a Galiza, tradicionalmente considerados dominantes no Alto Minho a partir da segunda metade do século XII. Infelizmente, não possuímos dados concretos acerca da solução dada à fachada ocidental. Como mosteiro regrante, seria natural encontrar uma torre poente a tutelar a frontaria, mas as profundas alterações por que esta parte passou impedem uma qualquer conclusão acerca da obra original. O conjunto possui uma torre quadrangular reforçada por contrafortes nos ângulos, de feição medieval, mas independente do templo. Será obra já dos séculos XIII-XIV, promovida por um senhor local (ou pelo próprio mosteiro), e insere-se num fenómeno relativamente amplo verificado no Entre-Douro-e-Minho tardo-medieval, que consistiu na construção de torres senhoriais tutelares da paisagem como elementos de prestígio e de autoridade (ALMEIDA, 1987, p.122).
Na segunda metade do século XVI, por iniciativa, ao que tudo indica, do prior António Martins, reformulou-se a fachada principal da igreja (SOUSA e MENÉRES, 1980). Ela foi, então, dotada de uma solução maneirista, de portal de volta perfeita encimado por frontão triangular, cujo tímpano ostenta uma inscrição alusiva a Nossa Senhora da Graça. Mais tarde, na primeira metade do século XVIII, o interior foi enriquecido com um retábulo barroco de estilo nacional, de ampla tribuna delimitada por colunas, cuja decoração se prolonga pelas arquivoltas.
Extinto pouco depois de 1834, o mosteiro nunca foi radicalmente restaurado, limitando-se os trabalhos a consolidar a torre e a igreja. Ele aguarda, ainda, um estudo monográfico e um programa de reabilitação, que possa salvaguardar inúmeros elementos actualmente dispersos.
PAF
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens39
Nº de Bibliografias12

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Arquitectura Românica de Entre Douro e MinhoALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira deEdição1978Porto
História da Arte em Portugal, vol. 3 (o Românico)ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira deEdição1986Lisboa
"O mundo românico (séculos XI-XIII)", História da Arte Portuguesa, vol.1, Lisboa, Círculo de Leitores, 1995, pp.180-331RODRIGUES, JorgeEdição1995Lisboa
História da Arte em Portugal - O RomânicoALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira deEdição2001Lisboa
"Igrejas e Capelas românicas da Ribeira Lima", Caminiana, ano IV, nº7, pp.47-118ALVES, LourençoEdição1982Caminha
Alto MinhoALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira deEdição1987Lisboa
Arquitectura religiosa do Alto Minho, 2 vols.ALVES, LourençoEdição1987Viana do Castelo
Egrejas e Capelas Românicas de Ribeira LimaBARREIROS, Manuel de AguiarEdição1926Porto
"Terra da Nóbrega: notas históricas", O Instituto, nº57ABREU, João Gomes deEdição1910Coimbra
"Notas sobre o mosteiro de Santa Maria de Vila Nova de Muia: concelho de Ponte da Barca", Mínia, 2ª sér., nº3, pp.157-179SOUSA, José João Rigaud deEdição1981Braga
"Notas sobre o mosteiro de Santa Maria de Vila Nova de Muia: concelho de Ponte da Barca", Mínia, 2ª sér., nº3, pp.157-179MENÉRES, AntónioEdição1981Braga
"Primeiras Impressões sobre a Arquitectura românica portuguesa", Revista da Faculdade de Letras do Porto, Série História, nº1, pp.3-56ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira deEdição1972Porto
Inventário artístico da região Norte - II, nº3 (Concelho de Ponte da Barca)Edição1973

IMAGENS

Mosteiro de Vila Nova de Muia - Interior da igreja: pormenor de friso

Mosteiro de Vila Nova de Muia - Interior da igreja: porta travessa emparedada

Mosteiro de Vila Nova de Muia - Interior da igreja: arco triunfal

Mosteiro de Vila Nova de Muia - Interior da igreja: fresta

Mosteiro de Vila Nova de Muia - Interior da igreja: pormenor de friso

Mosteiro de Vila Nova de Muia - Zona envolvente: habitação com alpendre

Mosteiro de Vila Nova de Muia - Interior da igreja: arco triunfal e capela-mor

Mosteiro de Vila Nova de Muia - Fachada lateral Sul: corpo da capela-mor

Mosteiro de Vila Nova de Muia - Interior da igreja: fresta

Mosteiro de Vila Nova de Muia - Fachada lateral Sul: corpo da capela-mor

Mosteiro de Vila Nova de Muia - Interior da igreja: pormenor do arco triunfal

Mosteiro de Vila Nova de Muia - Fachada lateral Sul

Mosteiro de Vila Nova de Muia - Zona envolvente: paramento da parte conventual

Mosteiro de Vila Nova de Muia - Zona envolvente: habitação com alpendre (vestígios do mosteiro)

Mosteiro de Vila Nova de Muia - Fachada lateral Sul: pormenor de cachorro

Mosteiro de Vila Nova de Muia - Fachada lateral Sul: pormenor de cachorros da capela-mor

Mosteiro de Vila Nova de Muia - Interior da zona conventual: pormenor de janela

Mosteiro de Vila Nova de Muia - Interior da sacristia: arca

Mosteiro de Vila Nova de Muia - Interior da zona conventual: porta travessa da igreja emparedada

Mosteiro de Vila Nova de Muia - Interior da zona conventual: porta emparedada

Mosteiro de Vila Nova de Muia - Zona envolvente: torre conventual

Mosteiro de Vila Nova de Muia - Zona envolvente: edifícios conventuais

Mosteiro de Vila Nova de Muia - Interior da zona conventual: pia de água benta na passagem para a igreja

Mosteiro de Vila Nova de Muia - Fachada lateral Sul: pormenor de cachorro da capela-mor

Mosteiro de Vila Nova de Muia - Interior da igreja: vista parcial do arco triunfal

Mosteiro de Vila Nova de Muia - Interior da zona conventual: paramentos românicos

Mosteiro de Vila Nova de Muia - Fachada lateral Sul: cachorrada da capela-mor

Mosteiro de Vila Nova de Muia - Interior da igreja: fresta

Mosteiro de Vila Nova de Muia - Interior da igreja: pia baptismal

Mosteiro de Vila Nova de Muia - Fachada principal da igreja: óculo do coro-alto

Mosteiro de Vila Nova de Muia - Fachada principal da igreja: remate do portal

Mosteiro de Vila Nova de Muia - Zona envolvente: habitação com alpendre (vestígios do mosteiro)

Mosteiro de Vila Nova de Muia - Fachada principal da igreja: portal e óculo

Mosteiro de Vila Nova de Muia - Vista geral de Poente: cruzeiro no adro fronteiro à fachada principal da igreja

Mosteiro de Vila Nova de Muia - Fachada principal da igreja

Mosteiro de Vila Nova de Muia - Zona envolvente: cachorrada da fachada lateral Norte da igreja

Mosteiro de Vila Nova de Muia - Fachada lateral Sul: cachorro da capela-mor

Mosteiro de Vila Nova de Muia - Zona envolvente a Norte: torre conventual

Mosteiro de Vila Nova de Muia - Zona conventual: latrina com mataçães

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