Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Escadaria que dá acesso ao átrio superior da Misericórdia
Designação
DesignaçãoEscadaria que dá acesso ao átrio superior da Misericórdia
Outras Designações / PesquisasMisericórdia de Setúbal / Hospital da Santa Casa da Misericórdia de Setúbal / Associação Sociedade Cultural e Recreativa Capricho Setubalense / Cruz Vermelha Portuguesa de Setúbal (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Civil / Escadaria
TipologiaEscadaria
CategoriaArquitectura Civil
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaSetúbal/Setúbal/Setúbal (São Julião, Nossa Senhora da Anunciada e Santa Maria da Graça)
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Largo da MisericórdiaSetúbal Número de Polícia: 5
LATITUDE LONGITUDE
38.523847-8.889943
DistritoSetúbal
ConcelhoSetúbal
FreguesiaSetúbal (São Julião, Nossa Senhora da Anunciada e Santa Maria da Graça)
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
CronologiaDecreto nº 23 008, DG, I Série, N.º 196 de 30-08-1933 (ver Decreto)
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO22051577
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaNão é conhecida a data exacta da fundação da Misericórdia de Setúbal, embora estudos recentes apontem como mais provável o ano de 1499 (ABREU, p. 21). Certo é que a confraria já existia em 5 de Fevereiro de 1500, data em que Rodrigo Afonso (conselheiro real e vedor da fazenda) efectuou a doação da ermida de Santa Maria dos Anjos à Misericórdia, que aí estabeleceu a sua primeira sede. Apesar dos privilégios concedidos por D. Manuel, a confraria mantinha-se um pouco à margem dos poderes instituídos em Setúbal, onde funcionavam outras confrarias, de tradição medieval. A própria localização periférica da ermida de Santa Maria dos Anjos (próxima do mosteiro de Jesus), muito afastada do centro e fora das muralhas, em nada contribuíu para alterar a situação. Tal só veio a acontecer a partir de 1566, data em que ocorreu a anexação da "rede hospitalar da vila", onde se incluía o Hospital do Espírito Santo e respectivos bens (ficando excluído o da Anunciada, um pólo de resistência até à sua incorporação, em 1869 - sobre esta questão, de contornos mais complexos, veja-se ABREU, pp. 27-28; IDEM, 1999, pp.282-289). A capacidade económica da Misericórdia conheceu, então, um reforço significativo, com reflexos na importância e prestígio da confraria, que beneficiou, desde logo, da transferência das suas instalações para o Hospital do Espírito Santo, em local central, no interior da malha urbana fortificada (IDEM, p. 31).
A partir deste período, que coincidiu com toda uma conjuntura religiosa determinada pelo Concílio de Trento, e graças ao sal e à indústria conserveira (principais meios de subsistência dos setubalenses), os legados pios cresceram de forma acentuada, pois a Misericórdia assumia-se, cada vez mais, como uma intercessora privilegiada para todos quantos pretendiam alcançar a eternidade (IDEM). O reflexo desta situação e o apogeu económico da confraria verificou-se no século XVII, embora os últimos anos desta centúria fizessem prever o período de decadência que se avizinhava, com reflexos visíveis nas dificuldades de reconstrução do seu hospital e igreja, profundamente danificados em consequência do Terramoto de 1755.
A história da Misericórdia, intimamente ligada à vida hospitalar de Setúbal, prosseguiu com a ocupação das instalações do extinto convento de Jesus, e culminou com a edificação do Hospital de São Bernardo, inaugurado em 1959, e cuja administração a confraria manteve até 1974.
O edifício que hoje conhecemos, onde funcionou o antigo hospital, e que é, também, ocupado pela Cruz Vermelha e pela Sociedade Cultural e Recreativa Capricho Setubalense, resulta da reconstrução levada a cabo depois de 1755. Prova disso é o seu traçado, de cariz pombalino, onde ressalta uma depuração arquitectónica, apenas atenuada pelos lintéis dos múltiplos vãos que se abrem nas fachadas, com molduras e frontões contracurvados. No interior do edifício conserva-se a imponente escadaria de distribuição dos diversos espaços e pisos, de lanços opostos, destacando-se, ainda, algumas dependências com tectos pintados, ou silhares de azulejos.
A igreja, que correspondia ao alçado Este, onde se observam janelas de molduras actuais, desapareceu nos anos 60 do século XX, para dar lugar ao alargamento da rua e ao edifício da Caixa Geral de Depósitos (em terrenos vendidos pela confraria), consequência da explosão urbanística da época, que não obedeceu a qualquer plano director (SILVA, p. 31).
(Rosário Carvalho)
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens0
Nº de Bibliografias6

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
SetúbalSILVA, José Custódio Vieira daEdição1990Lisboa
As MisericórdiasGOODOLPHIM, CostaEdição1897Lisboa
A Santa Casa da Misericórdia de Setúbal de 1500 a 1755ABREU, LaurindaEdição1990Setúbal
Memórias da Alma e do Corpo. A Misericórdia de Setúbal na Modernidade.ABREU, LaurindaEdição1999Braga
"As Misericórdias da fundação à União Dinástica", Portugaliae Monumenta Misericordiarum - fazer a história das Misericórdias, vol. 1, pp. 19-45SÁ, Isabel dos GuimarãesEdição2002Lisboa
A Fundação das Misericórdias: o reinado de D. Manuel vol. III, in Portugaliae Monumenta Misericordiarum (coord. científica José Pedro Paiva)Edição2004Lisboa

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