Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Fábrica romana de salga integrada nas caves de um edifício na Travessa de Frei Gaspar, 10, em Setúbal
Designação
DesignaçãoFábrica romana de salga integrada nas caves de um edifício na Travessa de Frei Gaspar, 10, em Setúbal
Outras Designações / PesquisasFábrica Romana de Salga, em Setúbal / Fábrica Romana de Salga (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArqueologia / Complexo Industrial
TipologiaComplexo Industrial
CategoriaArqueologia
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaSetúbal/Setúbal/Setúbal (São Julião, Nossa Senhora da Anunciada e Santa Maria da Graça)
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Travessa de Frei GasparSetúbal Número de Polícia: 10
LATITUDE LONGITUDE
38.52357-8.890208
DistritoSetúbal
ConcelhoSetúbal
FreguesiaSetúbal (São Julião, Nossa Senhora da Anunciada e Santa Maria da Graça)
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
CronologiaDecreto n.º 26-A/92, DR, I Série-B, n.º 126, de 1-06-1992 (ver Decreto)
Edital N.º 73/86 de 25-03-1986 da CM de Setúbal
Despacho de homologação
Despacho de concordância de 8-11-1985 do vice-presidente do IPPC
Parecer de 4-11-1985 do Conselho Consultivo do IPPAR a propor a classificação como IIP
Proposta de classificação de 25-05-1984 do MAEDS
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMESítio
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO181502
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaAs ruínas da Fábrica Romana de Salga foram descobertas em 1979, aquando das obras de construção de um edifício situado na Travessa de Frei Gaspar, em Setúbal. Este complexo industrial destinava-se à preparação de derivados de peixe, incluindo o garum, ou pasta de peixe salgada, que na época constituía valiosa moeda de troca. Setúbal, a Cetobrica romana, era então um importante entreposto comercial, baseado em grande parte no comercio das conservas do abundante pescado do estuário do Sado. Para além da fábrica da Travessa de Frei Gaspar, conhecem-se duas outras na cidade, situadas na Rua Januário da Silva e na Praça de Bocage. A laboração destas salgadeiras implicava o desenvolvimento de indústrias auxiliares, como as olarias, os estaleiros, as manufacturas de redes de pesca, as salinas e as quintas agrícolas, dinamizando desta forma toda a região.
As escavações arqueológicas realizadas no sítio revelaram dois grandes grupos estruturais. Um primeiro conjunto de estruturas teria eventual carácter habitacional, sendo datável de meados do século I d. C., época na qual seriam construídos o peristilo e a zona do pátio. No último quartel da centúria foi edificada a fábrica de salga, que se desenvolvia em torno do pátio central já referido, numa série de estruturas das quais apenas uma parte se encontra identificada. Junto da construção existiria um forno de olaria, para fabricação das ânforas nas quais os preparados de peixe eram embalados para exportação. A fábrica foi abandonada ao longo do século IV, quando os tanques ou cetárias passaram a ser utilizados como lixeiras, mas seria recuperada no século seguinte, quando se deu a segunda fase de construção do complexo. Embora não voltasse a laborar em pleno, os tanques foram beneficiados com novos revestimentos, em opus signinum, aparelhamento habitualmente utilizado para impermeabilizar estruturas, constando de cal e cerâmica triturada. Na mesma época, um dos tanques quadrangulares de maiores dimensões foi dividido em dois, e o pátio do século I foi igualmente revestido por um segundo pavimento. É em torno deste que se organizam, e são ainda visíveis, 14 tanques quadrangulares, dispostos em duas fiadas paralelas. A fábrica seria definitivamente abandonada no século V ou VI, certamente devido à decadência dos mercados e do comércio que se seguiu à queda do Império Romano, em 476 d.C..
Sílvia Leite / DIDA / IGESPAR, I.P. / 18-09-2007
ProcessoO complexo industrial em causa encontra-se nas caves de um edifício de quatro andares, vedado por painéis vítreos.
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens3
Nº de Bibliografias5

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
"Algumas considerações sobre as fabricas de conservas de peixe da antiguidade encontradas em Portugal"FERREIRA, Octávio da VeigaEdição1867Publicado a 1966-67
Arqueologia de Setúbal. Para o conhecimento das origens da cidadeVÁRIAEdição1990
"Fábrica de Salga da Época romana da Travessa de Frei Gaspar", Primeiro Encontro Nacional de Arqueologia UrbanaSILVA, Carlos Tavares da; SOARES, Antónia C.; SOARES, JoaquinaEdição1985Data do Editor : 1985
"Fábrica romana de salga de peixe de Cacilhas. Relatório dos trabalhos arqueológicos de 1987", Informação ArqueológicaBARROS, Luís Manuel Boa Ventura deEdição1994Lisboa 9, p. 136-138
Fábrica de preparados de peixe da época romanaGONÇALVES, Luís JorgeEdiçãoSetúbalFolheto do Posto de Turismo da Região de Turismo da Costa Azul, na Travessa de Frei Gaspar, onde se encontram as salgadeiras.

IMAGENS

Fábrica Romana de Salga - Vista parcial (sob o pavimento do actual Turismo de Setúbal)

Fábrica Romana de Salga - Pormenor

Fábrica Romana de Salga - Pormenor através do pavimento

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