Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Capela da igreja matriz de Alhos Vedros
Designação
DesignaçãoCapela da igreja matriz de Alhos Vedros
Outras Designações / PesquisasCapela de São Sebastião, da Igreja de São Lourenço, matriz de Alhos Vedros / Igreja Paroquial de Alhos Vedros / Igreja de São Lourenço e Capela de São Sebastião (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Religiosa / Igreja
TipologiaIgreja
CategoriaArquitectura Religiosa
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaSetúbal/Moita/Alhos Vedros
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Largo da IgrejaAlhos Vedros Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
38.653437-9.029163
DistritoSetúbal
ConcelhoMoita
FreguesiaAlhos Vedros
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
CronologiaDecreto n.º 38 147, DG, I Série, n.º 4, de 5-01-1951 (ver Decreto)
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO12700426
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaA primeira referência documental que se conhece relativa à igreja de São Lourenço data de 1298. Nessa altura, ela era a sede de uma das duas freguesias do concelho de Ribatejo, uma unidade territorial que se estendia por grande parte da actual margem Sul oriental e que esteve na génese dos municípios de Barreiro, Moita, Montijo e Alcochete (VARGAS, 2005). Infelizmente, desse primeiro momento da história da vila e do seu templo paroquial nenhum elemento material foi, até ao momento, identificado. A actual igreja é uma construção da época moderna e não revela qualquer vestígio da edificação que os primeiros povoadores cristãos aqui edificaram pela segunda metade do século XIII.
A parcela mais antiga do conjunto é a capela que, na actualidade, está dedicada a São Sebastião mas que, na origem, foi um espaço funerário privado, mandado construir pelo nobre Fernão do Casal (que faleceu em Zamora), para seu lugar de sepultura e de seus pais. Esta fundação inscreve-se numa atitude relativamente vulgar pelos finais da Idade Média, protagonizada por figuras socialmente proeminentes, que instituíram muitas capelas funerárias anexas a templos pré-existentes, cujo principal e mais importante modelo, em Portugal, é o da capela do Fundador do Mosteiro de Alcobaça, mandada construir por D. João I para panteão dinástico (SILVA, 1989, p.47).
A ligação ao Mosteiro da Batalha testemunha-se, igualmente, na arquitectura da capela (PEREIRA, 1995, vol. II, p.30), onde é possível identificar a presença de homens formados no principal estaleiro quatrocentista nacional. A utilização de repertórios vegetalistas semelhantes nos capitéis de ambas as obras é um ponto de contacto inquestionável e ajuda a compreender o vastíssimo âmbito de influência que a Batalha teve ao longo de todo o século XV.
Mas as semelhanças mais imediatas encontram-se numa outra obra quatrocentista, também subsidiária do Mosteiro de Santa Maria da Vitória: a capela funerária de Maria Resende, na Igreja dos Mártires de Alcácer do Sal. Como realçou José Custódio Vieira da Silva, observamos, em ambas, um mesmo esquema planimétrico ("dois tramos rectangulares e um terceiro trapezoidal, a modo de capela-mor"), uma idêntica forma de abobadamento (com nervuras "de perfil rectangular com as arestas chanfradas, que arrancam de mísulas prismáticas") e até um semelhante recurso a "contrafortes escalonados" como sistema de refoço estrutural (SILVA, 1989, pp.47-50).
No interior, conservam-se três túmulos, um dos quais, dotado de jacente, pertence ao instituidor e ostenta a data de 1477 (CORREIA, 1924, p.95). Trata-se de um monumento sem assinaláveis rasgos artísticos, destinado a perpetuar a memória do tumulado como cavaleiro, que aqui é retratado vestindo armadura. A arca é lisa, ostentando apenas uma inscrição alusiva à figura sepultada, e o arcossólio (que pode não corresponder à localização original do moimento, aparentemente destinado para figurar ao centro da capela, segundo ALVES, 1992) é rematado, a eixo, por um brasão com as armas de Fernão do Casal. Os dois restantes túmulos são lisos, e contêm legendas epigráficas alusivas aos tumulados, Pero Vicente e Constança Vaz, pais do instituidor da capela.
Ao longo dos séculos, muitas foram as fases de construção e de decoração da igreja matriz. No período manuelino, continuou a despertar o interesse de alguns nobres locais como lugar de última morada, construindo-se, então, duas capelas de abobadamento polinervado, característico das primeiras décadas de Quinhentos. Na segunda metade do século, ter-se-á produzido uma grande reforma, responsável pela imagem geral do templo que hoje possuímos. Nela se insere o portal principal, maneirista, de arco de volta perfeita inserido em alfiz rematado por frontão triangular moldurado. No século XVIII, revestiram-se as paredes interiores com azulejos azuis e brancos saídos das oficinas de Lisboa, datando também desse período os retábulos de talha dourada.
PAF
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens12
Nº de Bibliografias9

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
O Tardo-Gótico em Portugal, a Arquitectura no AlentejoSILVA, José Custódio Vieira daEdição1989Lisboa
A arquitectura gótica portuguesaDIAS, PedroEdição1994Lisboa
"As grandes edificações", História da Arte Portuguesa, vol. II, pp.11-113PEREIRA, PauloEdição1995Lisboa
"Figuras do Além. A escultura e a tumulária", História da Arte Portuguesa, vol. II, pp.157-179GOULÃO, Maria JoséEdição1995Lisboa
Três túmulosCORREIA, VergílioEdição1924Lisboa
Sabonha e S. FranciscoVARGAS, José ManuelEdição2004Alcochete
Alhos Vedros nas visitações da Ordem de Santiago. Visitação de 1523LEAL, Ana de SousaEdição1994Alhos Vedros
Alhos Vedros nas visitações da Ordem de Santiago. Visitação de 1523PIRES, FernandoEdição1994Alhos Vedros
Subsídios para a história de Alhos Vedros. Informações paroquiais de Alhos Vedros e MoitaALVES, Carlos F. PóvoaEdição1992Alhos Vedros
Igrejas e Capelas da Costa AzulDUARTE, Ana LuisaEdição1993Setúbal

IMAGENS

Igreja Matriz de Alhos Vedros - Fachada principal

Capela de São Sebastião - Vista geral (capela adossada à igreja Matriz de Alhos Vedros)

Capela de São Sebastião - Fachada lateral: janela ogival entaipada

Capela de São Sebastião - Interior: arca tumular de Fernando Mendes do Casal

Capela de São Sebastião - Interior: pedra de armas que encima o arcossólio onde se encontra o túmulo de Fernando Mendes do Casal

Capela de São Sebastião - Interior: painel de azulejos representando o martírio do santo

Igreja Matriz de Alhos Vedros - Interior: nave e capela-mor

Igreja Matriz de Alhos Vedros - Interior: tecto da nave com pinturas (painel central representando o Martírio de São Lourenço)

Igreja Matriz de Alhos Vedros - Interior da capela do lado do Evangelho

Igreja Matriz de Alhos Vedros - Interior da capela do lado da Epístola (dedicada a São João Baptista)

Igreja Matriz de Alhos Vedros - Interior da capela-mor: painel de azulejos na parede do lado do Evangelho com representação de Moisés

Igreja Matriz de Alhos Vedros - Interior da capela-mor: painel de azulejos na parede do lado da Epístola com representação de Moisés

MAPA

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