Capela da igreja matriz de Alhos Vedros | |||||||||||||
Designação | |||||||||||||
Designação | Capela da igreja matriz de Alhos Vedros | ||||||||||||
Outras Designações / Pesquisas | Capela de São Sebastião, da Igreja de São Lourenço, matriz de Alhos Vedros / Igreja Paroquial de Alhos Vedros / Igreja de São Lourenço e Capela de São Sebastião (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt) | ||||||||||||
Categoria / Tipologia | Arquitectura Religiosa / Igreja | ||||||||||||
Tipologia | Igreja | ||||||||||||
Categoria | Arquitectura Religiosa | ||||||||||||
Inventário Temático | |||||||||||||
Localização | |||||||||||||
Divisão Administrativa | Setúbal/Moita/Alhos Vedros | ||||||||||||
Endereço / Local |
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Distrito | Setúbal | ||||||||||||
Concelho | Moita | ||||||||||||
Freguesia | Alhos Vedros | ||||||||||||
Proteção | |||||||||||||
Situação Actual | Classificado | ||||||||||||
Categoria de Protecção | Classificado como IIP - Imóvel de Interesse Público | ||||||||||||
Cronologia | Decreto n.º 38 147, DG, I Série, n.º 4, de 5-01-1951 (ver Decreto) | ||||||||||||
ZEP | |||||||||||||
Zona "non aedificandi" | |||||||||||||
CLASS_NAME | Monumento | ||||||||||||
Património Mundial | |||||||||||||
Património Mundial Designação | |||||||||||||
Cadastro | |||||||||||||
AFECTACAO | 12700426 | ||||||||||||
Descrição Geral | |||||||||||||
Nota Histórico-Artistica | A primeira referência documental que se conhece relativa à igreja de São Lourenço data de 1298. Nessa altura, ela era a sede de uma das duas freguesias do concelho de Ribatejo, uma unidade territorial que se estendia por grande parte da actual margem Sul oriental e que esteve na génese dos municípios de Barreiro, Moita, Montijo e Alcochete (VARGAS, 2005). Infelizmente, desse primeiro momento da história da vila e do seu templo paroquial nenhum elemento material foi, até ao momento, identificado. A actual igreja é uma construção da época moderna e não revela qualquer vestígio da edificação que os primeiros povoadores cristãos aqui edificaram pela segunda metade do século XIII. A parcela mais antiga do conjunto é a capela que, na actualidade, está dedicada a São Sebastião mas que, na origem, foi um espaço funerário privado, mandado construir pelo nobre Fernão do Casal (que faleceu em Zamora), para seu lugar de sepultura e de seus pais. Esta fundação inscreve-se numa atitude relativamente vulgar pelos finais da Idade Média, protagonizada por figuras socialmente proeminentes, que instituíram muitas capelas funerárias anexas a templos pré-existentes, cujo principal e mais importante modelo, em Portugal, é o da capela do Fundador do Mosteiro de Alcobaça, mandada construir por D. João I para panteão dinástico (SILVA, 1989, p.47). A ligação ao Mosteiro da Batalha testemunha-se, igualmente, na arquitectura da capela (PEREIRA, 1995, vol. II, p.30), onde é possível identificar a presença de homens formados no principal estaleiro quatrocentista nacional. A utilização de repertórios vegetalistas semelhantes nos capitéis de ambas as obras é um ponto de contacto inquestionável e ajuda a compreender o vastíssimo âmbito de influência que a Batalha teve ao longo de todo o século XV. Mas as semelhanças mais imediatas encontram-se numa outra obra quatrocentista, também subsidiária do Mosteiro de Santa Maria da Vitória: a capela funerária de Maria Resende, na Igreja dos Mártires de Alcácer do Sal. Como realçou José Custódio Vieira da Silva, observamos, em ambas, um mesmo esquema planimétrico ("dois tramos rectangulares e um terceiro trapezoidal, a modo de capela-mor"), uma idêntica forma de abobadamento (com nervuras "de perfil rectangular com as arestas chanfradas, que arrancam de mísulas prismáticas") e até um semelhante recurso a "contrafortes escalonados" como sistema de refoço estrutural (SILVA, 1989, pp.47-50). No interior, conservam-se três túmulos, um dos quais, dotado de jacente, pertence ao instituidor e ostenta a data de 1477 (CORREIA, 1924, p.95). Trata-se de um monumento sem assinaláveis rasgos artísticos, destinado a perpetuar a memória do tumulado como cavaleiro, que aqui é retratado vestindo armadura. A arca é lisa, ostentando apenas uma inscrição alusiva à figura sepultada, e o arcossólio (que pode não corresponder à localização original do moimento, aparentemente destinado para figurar ao centro da capela, segundo ALVES, 1992) é rematado, a eixo, por um brasão com as armas de Fernão do Casal. Os dois restantes túmulos são lisos, e contêm legendas epigráficas alusivas aos tumulados, Pero Vicente e Constança Vaz, pais do instituidor da capela. Ao longo dos séculos, muitas foram as fases de construção e de decoração da igreja matriz. No período manuelino, continuou a despertar o interesse de alguns nobres locais como lugar de última morada, construindo-se, então, duas capelas de abobadamento polinervado, característico das primeiras décadas de Quinhentos. Na segunda metade do século, ter-se-á produzido uma grande reforma, responsável pela imagem geral do templo que hoje possuímos. Nela se insere o portal principal, maneirista, de arco de volta perfeita inserido em alfiz rematado por frontão triangular moldurado. No século XVIII, revestiram-se as paredes interiores com azulejos azuis e brancos saídos das oficinas de Lisboa, datando também desse período os retábulos de talha dourada. PAF | ||||||||||||
Processo | |||||||||||||
Abrangido em ZEP ou ZP | |||||||||||||
Outra Classificação | |||||||||||||
Nº de Imagens | 12 | ||||||||||||
Nº de Bibliografias | 9 |
TITULO | AUTOR(ES) | TIPO | DATA | LOCAL | OBS. |
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O Tardo-Gótico em Portugal, a Arquitectura no Alentejo | SILVA, José Custódio Vieira da | Edição | 1989 | Lisboa | |
A arquitectura gótica portuguesa | DIAS, Pedro | Edição | 1994 | Lisboa | |
"As grandes edificações", História da Arte Portuguesa, vol. II, pp.11-113 | PEREIRA, Paulo | Edição | 1995 | Lisboa | |
"Figuras do Além. A escultura e a tumulária", História da Arte Portuguesa, vol. II, pp.157-179 | GOULÃO, Maria José | Edição | 1995 | Lisboa | |
Três túmulos | CORREIA, Vergílio | Edição | 1924 | Lisboa | |
Sabonha e S. Francisco | VARGAS, José Manuel | Edição | 2004 | Alcochete | |
Alhos Vedros nas visitações da Ordem de Santiago. Visitação de 1523 | LEAL, Ana de Sousa | Edição | 1994 | Alhos Vedros | |
Alhos Vedros nas visitações da Ordem de Santiago. Visitação de 1523 | PIRES, Fernando | Edição | 1994 | Alhos Vedros | |
Subsídios para a história de Alhos Vedros. Informações paroquiais de Alhos Vedros e Moita | ALVES, Carlos F. Póvoa | Edição | 1992 | Alhos Vedros | |
Igrejas e Capelas da Costa Azul | DUARTE, Ana Luisa | Edição | 1993 | Setúbal |
Igreja Matriz de Alhos Vedros - Fachada principal
Capela de São Sebastião - Vista geral (capela adossada à igreja Matriz de Alhos Vedros)
Capela de São Sebastião - Fachada lateral: janela ogival entaipada
Capela de São Sebastião - Interior: arca tumular de Fernando Mendes do Casal
Capela de São Sebastião - Interior: pedra de armas que encima o arcossólio onde se encontra o túmulo de Fernando Mendes do Casal
Capela de São Sebastião - Interior: painel de azulejos representando o martírio do santo
Igreja Matriz de Alhos Vedros - Interior: nave e capela-mor
Igreja Matriz de Alhos Vedros - Interior: tecto da nave com pinturas (painel central representando o Martírio de São Lourenço)
Igreja Matriz de Alhos Vedros - Interior da capela do lado do Evangelho
Igreja Matriz de Alhos Vedros - Interior da capela do lado da Epístola (dedicada a São João Baptista)
Igreja Matriz de Alhos Vedros - Interior da capela-mor: painel de azulejos na parede do lado do Evangelho com representação de Moisés
Igreja Matriz de Alhos Vedros - Interior da capela-mor: painel de azulejos na parede do lado da Epístola com representação de Moisés