Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Castelo de Miranda do Douro
Designação
DesignaçãoCastelo de Miranda do Douro
Outras Designações / PesquisasCastelo de Miranda do Douro / Castelo e cerca urbana de Miranda do Douro (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Militar / Castelo
TipologiaCastelo
CategoriaArquitectura Militar
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaBragança/Miranda do Douro/Miranda do Douro
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
-- -Miranda do Douro Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
41.49639-6.275141
DistritoBragança
ConcelhoMiranda do Douro
FreguesiaMiranda do Douro
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
CronologiaDecreto n.º 40 361, DG, I Série, n.º 228, de 20-10-1955 (ver Decreto)
ZEPPortaria de 3-06-1957, publicada no DG, II Série, n.º 185, de 9-08-1957 (com ZNA)
Zona "non aedificandi"Portaria de 3-06-1957, publicada no DG, II Série, n.º 185, de 9-08-1957
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO12736127
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaO castelo de Miranda do Douro foi edificado num segundo momento de povoamento e ordenamento de Trás-os-Montes, ocorrido no reinado de D. Dinis. Os primeiros reis haviam dotado esta vasta região de unidades administrativas tuteladas por castelos românicos, denominadas Terras, que tinham por missão vincar a autoridade régia numa zona do reino que era notoriamente periférica. Com o passar do tempo, tal estrutura de poder veio a revelar-se inadequada e D. Afonso III iniciou uma política distinta, que teve na fundação de novas vilas urbanas a sua face mais visível (GOMES, 1993). No território de Miranda do Douro, a nova vila foi fundada por D. Dinis em 1286, culminando, desta forma, a transferência de poder do antigo castelo de Algoso, cabeça-de-terra até essa data (TEIXEIRA, 2004, p.182).
Apesar desta alteração, o novo modelo organizativo não dispensava a edificação de estruturas militares. Desta forma, D. Dinis terá mandado edificar um castelo numa das extremidades da vila (a Noroeste), a que se associava uma cerca urbana, de planta rectangular irregular, destinada a proteger a população. Não é certo que a totalidade das obra tenha ocorrido no reinado deste monarca. A Monarquia Lusitana veiculou a ideia de que o processo construtivo da vila se iniciara em 1294 e concluíra escassos quatro anos depois (GOMES, 1993, p.185), mas é natural que o estaleiro se tenha prolongado pelas décadas seguintes. Certo é que D. Dinis esteve em Miranda em 1297, pouco antes de assinar o Tratado de Alcanices, decorrendo já as obras.
Infelizmente, estamos mal informados a respeito da fortaleza dionisina. Às naturais transformações nos séculos posteriores, juntou-se uma violenta explosão, em 1762, que desfigurou partes fundamentais da obra gótica. Ao que tudo indica, o castelo tinha a forma rectangular e as suas muralhas ligavam "a formidável torre de menagem, situada num dos ângulos, a três outras torres mais baixas também em posição angular, duas delas quadrangulares e uma hexagonal" (GOMES, 2003, p.140). Por esta descrição, fácil se torna vislumbrar uma fortaleza tipicamente gótica, com portas e ângulos defendidos activamente por altas torres que permitiam o tiro vertical sobre os pontos mais sensíveis. A porta principal, a que se associava uma das torres, era em forma de cotovelo, desenho igualmente característico da arquitectura militar do século XIV.
A vila era muralhada e o seu traçado urbanístico revela uma planificação de raiz. Duas portas, voltadas a Este e a Oeste e flanqueadas por duas torres quadrangulares formando um conjunto harmónico, permitiam o acesso à vila, e eram ligadas por uma rua direita que confluía, ao centro, numa praça, hoje Praça de D. João III. Esta artéria era atravessada por outras vias secundárias, formando uma trama ortogonal de que se destaca a actual Rua Mouzinho de Albuquerque, que ligava a praça central à porta que levava ao rio. Uma das particularidades da vila medieval era a existência de uma couraça (ainda desenhada por Duarte d'Armas nos inícios do século XVI), que protegia o acesso dos moradores ao rio, estrutura desmantelada durante a época moderna.
A partir da segunda metade do século XVI, a fortaleza experimentou diversas alterações, que visaram convertê-la numa praça moderna e adaptada à guerra de artilharia. Na cerca da vila, a principal obra então realizada foi a construção de um baluarte diante da porta principal, a que se juntaram diversas guaritas nos ângulos. Mais radicais foram os trabalhos no castelo, que obrigaram à destruição de grande parte das torres e respectivo nivelamento do terreno para instalação de peças de artilharia (GOMES, 2003, p.140).
Em Maio de 1762, num momento em que a praça tentava resistir às tropas espanholas, o paiol explodiu, levando consigo alguns troços que não mais se reconstruíram. É por isso que, em muitas partes do recinto, a ausência de muralhas é flagrante, tendo-se limitado os trabalhos de restauro a pouco mais que obras de consolidação.
PAF
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens46
Nº de Bibliografias12

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Memórias arqueológico-históricas do distrito de Bragança: repositório amplo de notícias corográficas, hidro-orográficas, geológicas, mineralógicas, hidrológicas, biobibliográficas, heráldicas (...), 2ªed.ALVES, Francisco ManuelEdição2000BragançaPublicado a 1909-1948
Manuelino. À descoberta da arte do tempo de D. Manuel IDIAS, PedroEdição2002Lisboa
Castelos da Raia Vol. II:Trás-os-MontesGOMES, Rita CostaEdição2003Lisboa Tipo : Colecção - Arte e Património Roteiro sistemático das fortalezas raianas do Nordeste português e das circunstâncias da sua construção, análise enriquecida pelo cotejo como seu registo gráfico quinhentista, realizado por Duarte de Armas. O processo de destruição de muitos destes castelos de que Herculano deixou revoltado testemunho, e que se tem prolongado até tempos recentes, faz também parte das reflexões desenvolvidas nesta obra.
"O povoamento medieval em Trás-os-Montes e no Alto Douro. Primeiras impressões e hipóteses de trabalho", Arqueologia Medieval, nº2, pp.171-190GOMES, Paulo José Antunes DórdioEdição1993Porto
Roteiro dos castelos de Trás-os-MontesVERDELHO, PedroEdição2000Chaves
"Castelo de Miranda do Douro", Do Douro Internacional ao Côa. As raízes de uma fronteira, CD-ROMBARROCA, Mário JorgeEdição2000Porto
Miranda na geografia, história e tradiçãoOLIVEIRA, A. Lopes deEdição1971Viana do Castelo
Os castelos portugueses dos finais da Idade Média: presença, perfil, conservação, vigilância e comandoMONTEIRO, João GouveiaEdição1999Coimbra
Dicionário Histórico e Documental dos Arquitectos, Engenheiros e Construtores PortuguesesVITERBO, Francisco M. de SousaEdição1988LisboaLisboa
"Miranda do Douro, uma visão diacrónica", Estudos Mirandeses, pp.237-240JACOB, JoãoEdição2000Porto
Em volta de uma espada. Glórias mirandesas: 1930TEIXEIRA, António JoséEdição1980Miranda do Douro
Em volta de uma espada. Glórias mirandesas: 1930ALVES, Artur CarlosEdição1980Miranda do Douro
Monografia de Miranda do DouroFONSECA, A.,Edição1943Miranda do Douro

IMAGENS

Castelo de Miranda do Douro - Muralha e ruínas da torre de menagem

Castelo de Miranda do Douro - Vista geral de sul (DGEMN)

Castelo de Miranda do Douro - Panorâmica da muralha e da cidade (DGEMN, 1973)

Castelo de Miranda do Douro - Rua da Costanilha e portas da muralha (DGEMN, 1951)

Castelo de Miranda do Douro - Porta da Costanilha, a sul (DGEMN, 1949)

Castelo de Miranda do Douro - Interior do recinto muralhado a sul (DGEMN, 1951)

Castelo de Miranda do Douro - Gravura representando as ruínas do castelo (Arquivo Pitoresco -DGEMN)

Castelo de Miranda do Douro - Vista de sul: ruínas da torre de menagem

Castelo de Miranda do Douro - Muralha e ruínas da torre de menagem

Castelo de Miranda do Douro - Postigo

Castelo de Miranda do Douro - Porta da Costanilha, a poente

Castelo de Miranda do Douro - Ruínas da torre de menagem: face sul

Castelo de Miranda do Douro - Panorâmica das muralhas e da cidade, vista de poente

Castelo de Miranda do Douro - Zona envolvente: lavabo do antigo paço episcopal

Castelo de Miranda do Douro - Porta da Costanilha: vista de poente

Castelo de Miranda do Douro - Parede exterior nascente

Castelo de Miranda do Douro - Interior da torre de menagem em ruínas

Castelo de Miranda do Douro - Torre de menagem vista de norte

Castelo de Miranda do Douro - Postigo do lado norte (vista a partir do interior do recinto

Castelo de Miranda do Douro - Interior da torre de menagem em ruínas

Castelo de Miranda do Douro - Enquadramento geral de poente (Portas da Costanilha)

Castelo de Miranda do Douro - Interior da torre de menagem em ruínas

Castelo de Miranda do Douro - Sinalética junto do acesso sul

Castelo de Miranda do Douro - Texto da sinalética no acesso sul

Castelo de Miranda do Douro - Porta de acesso à torre de menagem (lado poente)

Castelo de Miranda do Douro - Muralha exterior do lado poente

Castelo de Miranda do Douro - Vista geral de sul

Castelo de Miranda do Douro - Torre de menagem em ruínas (lado poente)

Castelo de Miranda do Douro - Parede interior do lado sul

Castelo de Miranda do Douro - Vista geral de norte

Castelo de Miranda do Douro - Parede interior do lado sul

Castelo de Miranda do Douro - Torre de menagem em ruínas (lado nascente)

Castelo de Miranda do Douro - Torre de menagem em ruínas (lado poente)

Castelo de Miranda do Douro - Parede interior do lado norte

Castelo de Miranda do Douro - Interior do recinto: vista para nascente

Castelo de Miranda do Douro - Enquadramento geral de poente (fortificações)

Castelo de Miranda do Douro - Parede interior do lado norte

Castelo de Miranda do Douro - Interior do recinto: parede interior do lado sul

Castelo de Miranda do Douro - Passagem entre a torre de menagem e a parede sul da muralha

Castelo de Miranda do Douro - Zona envolvente a sul: Casa da Música Mirandesa (antiga Escola Primária)

Castelo de Miranda do Douro - Parede interior do lado sul e postigo norte

Castelo de Miranda do Douro - Parede exterior do lado norte e postigo

Castelo de Miranda do Douro - Zona envolvente a nascente: Cabanal de feiras

Castelo de Miranda do Douro - Interior do recinto: parede interior do lado poente

Castelo de Miranda do Douro - Interior do recinto: parede interior do lado norte da passagem junto da torre de menagem

Castelo de Miranda do Douro - Vista geral de poente

MAPA

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