Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Igreja de Algosinho
Designação
DesignaçãoIgreja de Algosinho
Outras Designações / PesquisasIgreja Paroquial de Algosinho / Igreja de Santo André (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Religiosa / Igreja
TipologiaIgreja
CategoriaArquitectura Religiosa
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaBragança/Mogadouro/Peredo da Bemposta
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
-- -Algosinho Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
41.297156-6.559807
DistritoBragança
ConcelhoMogadouro
FreguesiaPeredo da Bemposta
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
CronologiaDecreto n.º 40 361, DG, I Série, n.º 228, de 20-10-1955 (ver Decreto)
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO9913229
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaApesar da região periférica em que se localiza (no extremo ocidental de Trás-os-Montes e afastada dos principais caminhos de ligação Norte-Sul e Este-Oeste), o templo possui uma insuspeitada monumentalidade interior que, face às condicionantes histórico-geográficas, se torna difícil de explicar. Sabemos que, em meados do século XII, os Templários detiveram uma importante parcela deste território, mas entregaram-na à coroa ainda antes de finalizar a centúria e, mais importante, antes de se iniciar a construção da actual igreja. Por outro lado, desconhecemos qual a importância de Algosinho neste processo, e ainda que ela tivesse um castelo (não se sabe exactamente desde quando) não a podemos relacionar directamente com os Templários.
O templo actual deverá datar de uma época avançada do século XIII, senão mesmo do seguinte. Ele é um dos mais inequívocos exemplos de como, nas regiões setentrionais e periféricas do reino, o Românico ultrapassou, em muito, a vigência natural estilística, onde o Gótico só escassamente penetrou. É um facto que Algosinho possui alguns elementos goticizantes (como o uso sistemático do arco quebrado ou a tentativa de maior ampliação espacial); mas é também verdade que, globalmente, estamos perante uma obra românica, com as suas paredes compactas, escassamente fenestradas, e, principalmente, com os seus modilhões, evocadores ainda de um mundo civilizacional românico - sendo certo que foi ao nível destes elementos que a maneira românica mais se prolongou no tempo (ALMEIDA, 1986, p.157). Neste sentido, se o interior, pelo largo comprimento e relativa largura da nave e pelo acentuado desnível em relação à cota de entrada, revela alguma monumentalidade, a apreciação global do monumento confere-lhe um carácter modesto, filiado no "Românico tardio periférico", e sem assinaláveis rupturas "face à generalidade edificadora transmontana" medieval (FERNANDES, 1999, pp.3-4).
A análise do monumento reforça esse estatuto modesto. A fachada principal, elevada a escassa altura, possui portal de arco apontado (simples e apoiado sobre impostas salientes e caixa murária) encimado por nicho de volta perfeita onde se inscreveu uma estranha rosácea circular preenchida por estrela de seis pontas. A empena é triangular, sobrepujada axialmente por sineira de arco redondo. O interior organiza-se em nave única de três tramos, a que se acede por uma escadaria descendente a partir do portal axial. O arco triunfal é de perfil apontado, duplo, e assente em impostas, não existindo qualquer suporte por meio de colunas. A capela-mor original infelizmente perdeu-se, sendo substituída pela actual ábside, datada do período barroco, de planta rectangular e ampla iluminação lateral.
As principais obras decorativas do interior datam do século XVI. Aquando do início dos trabalhos de restauro, o arco triunfal era ladeado e encimado por três painéis murais; o superior apresentava-se já em muito mau estado e foi destruído, mas os dois laterais (longamente protegidos por retábulos barrocos entretanto suprimidos) puderam ser destacados e restaurados por Abel Moura, num processo não isento de crítica, mas que permitiu a sua sobrevivência até aos dias de hoje (FERNANDES, 2002, p.210). Neles se pintaram duas imagens de Santa Catarina e de São Bartolomeu, retratados como "figuras-estátuas" inseridas em nichos. Posterior, da época maneirista, é o retábulo-mor, de secção tripartida e conservando as tábuas originais alusivas ao ciclo do Nascimento de Jesus, obra claramente periférica, embora reveladora do gosto da segunda metade de Quinhentos.
A imagem actual da igreja pertence à campanha restauradora que a DGEMN empreendeu nos anos 60 e 70 do século XX. Historicamente, foi uma intervenção já tardia da instituição, mas fiel aos seus propósitos iniciais de Unidade de Estilo, que, curiosamente, retomou uma prática laboral anónima e colectiva, bem visível na feitura de novos modilhões (FERNANDES, 1999, p.13).
PAF
ProcessoAlgosinho
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens3
Nº de Bibliografias10

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Memórias arqueológico-históricas do distrito de Bragança: repositório amplo de notícias corográficas, hidro-orográficas, geológicas, mineralógicas, hidrológicas, biobibliográficas, heráldicas (...), 2ªed.ALVES, Francisco ManuelEdição2000BragançaPublicado a 1909-1948
A arquitectura gótica portuguesaDIAS, PedroEdição1994Lisboa
"La sculpture figurative dans l'art roman du Portugal", Portugal roman, vol. I, pp.33-75REAL, Manuel LuísEdição1986
História da Arte em Portugal - O RomânicoALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira deEdição2001Lisboa
História da Arte em Portugal, vol. 3 (o Românico)ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira deEdição1986Lisboa
"O mundo românico (séculos XI-XIII)", História da Arte Portuguesa, vol.1, Lisboa, Círculo de Leitores, 1995, pp.180-331RODRIGUES, JorgeEdição1995Lisboa
Portugal roman, vol. IGRAF, Gerhard N.Edição1986
"Arcaísmo e Inovação nos frescos da Matriz de Algosinho (Mogadouro)", Brigantia, vol. XXII, nº1/2, pp.209-222FERNANDES, Paulo AlmeidaEdição2002Bragança
"Aspectos da escultura figurativa na Matriz de Algosinho", Brigantia, vol. XIX, nº1/2, pp.3-16FERNANDES, Paulo AlmeidaEdição1999Bragança
Igreja de Algosinho - Mogadouro, Boletim da DGEMN, nº126Edição1972Lisboa

IMAGENS

Igreja de Algosinho - Vista geral (IPPC)

Igreja de Algosinho - Fachada principal (IPPC)

Igreja de Algosinho - Interior: retábulo-mor (DGEMN)

MAPA

Abrir

Palácio Nacional da Ajuda
1349-021 Lisboa
T.: +351 21 361 42 00
NIF 600 084 914
dgpc@dgpc.pt