Igreja de Algosinho | |||||||||||||
Designação | |||||||||||||
Designação | Igreja de Algosinho | ||||||||||||
Outras Designações / Pesquisas | Igreja Paroquial de Algosinho / Igreja de Santo André (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt) | ||||||||||||
Categoria / Tipologia | Arquitectura Religiosa / Igreja | ||||||||||||
Tipologia | Igreja | ||||||||||||
Categoria | Arquitectura Religiosa | ||||||||||||
Inventário Temático | |||||||||||||
Localização | |||||||||||||
Divisão Administrativa | Bragança/Mogadouro/Peredo da Bemposta | ||||||||||||
Endereço / Local |
| ||||||||||||
Distrito | Bragança | ||||||||||||
Concelho | Mogadouro | ||||||||||||
Freguesia | Peredo da Bemposta | ||||||||||||
Proteção | |||||||||||||
Situação Actual | Classificado | ||||||||||||
Categoria de Protecção | Classificado como IIP - Imóvel de Interesse Público | ||||||||||||
Cronologia | Decreto n.º 40 361, DG, I Série, n.º 228, de 20-10-1955 (ver Decreto) | ||||||||||||
ZEP | |||||||||||||
Zona "non aedificandi" | |||||||||||||
CLASS_NAME | Monumento | ||||||||||||
Património Mundial | |||||||||||||
Património Mundial Designação | |||||||||||||
Cadastro | |||||||||||||
AFECTACAO | 9913229 | ||||||||||||
Descrição Geral | |||||||||||||
Nota Histórico-Artistica | Apesar da região periférica em que se localiza (no extremo ocidental de Trás-os-Montes e afastada dos principais caminhos de ligação Norte-Sul e Este-Oeste), o templo possui uma insuspeitada monumentalidade interior que, face às condicionantes histórico-geográficas, se torna difícil de explicar. Sabemos que, em meados do século XII, os Templários detiveram uma importante parcela deste território, mas entregaram-na à coroa ainda antes de finalizar a centúria e, mais importante, antes de se iniciar a construção da actual igreja. Por outro lado, desconhecemos qual a importância de Algosinho neste processo, e ainda que ela tivesse um castelo (não se sabe exactamente desde quando) não a podemos relacionar directamente com os Templários. O templo actual deverá datar de uma época avançada do século XIII, senão mesmo do seguinte. Ele é um dos mais inequívocos exemplos de como, nas regiões setentrionais e periféricas do reino, o Românico ultrapassou, em muito, a vigência natural estilística, onde o Gótico só escassamente penetrou. É um facto que Algosinho possui alguns elementos goticizantes (como o uso sistemático do arco quebrado ou a tentativa de maior ampliação espacial); mas é também verdade que, globalmente, estamos perante uma obra românica, com as suas paredes compactas, escassamente fenestradas, e, principalmente, com os seus modilhões, evocadores ainda de um mundo civilizacional românico - sendo certo que foi ao nível destes elementos que a maneira românica mais se prolongou no tempo (ALMEIDA, 1986, p.157). Neste sentido, se o interior, pelo largo comprimento e relativa largura da nave e pelo acentuado desnível em relação à cota de entrada, revela alguma monumentalidade, a apreciação global do monumento confere-lhe um carácter modesto, filiado no "Românico tardio periférico", e sem assinaláveis rupturas "face à generalidade edificadora transmontana" medieval (FERNANDES, 1999, pp.3-4). A análise do monumento reforça esse estatuto modesto. A fachada principal, elevada a escassa altura, possui portal de arco apontado (simples e apoiado sobre impostas salientes e caixa murária) encimado por nicho de volta perfeita onde se inscreveu uma estranha rosácea circular preenchida por estrela de seis pontas. A empena é triangular, sobrepujada axialmente por sineira de arco redondo. O interior organiza-se em nave única de três tramos, a que se acede por uma escadaria descendente a partir do portal axial. O arco triunfal é de perfil apontado, duplo, e assente em impostas, não existindo qualquer suporte por meio de colunas. A capela-mor original infelizmente perdeu-se, sendo substituída pela actual ábside, datada do período barroco, de planta rectangular e ampla iluminação lateral. As principais obras decorativas do interior datam do século XVI. Aquando do início dos trabalhos de restauro, o arco triunfal era ladeado e encimado por três painéis murais; o superior apresentava-se já em muito mau estado e foi destruído, mas os dois laterais (longamente protegidos por retábulos barrocos entretanto suprimidos) puderam ser destacados e restaurados por Abel Moura, num processo não isento de crítica, mas que permitiu a sua sobrevivência até aos dias de hoje (FERNANDES, 2002, p.210). Neles se pintaram duas imagens de Santa Catarina e de São Bartolomeu, retratados como "figuras-estátuas" inseridas em nichos. Posterior, da época maneirista, é o retábulo-mor, de secção tripartida e conservando as tábuas originais alusivas ao ciclo do Nascimento de Jesus, obra claramente periférica, embora reveladora do gosto da segunda metade de Quinhentos. A imagem actual da igreja pertence à campanha restauradora que a DGEMN empreendeu nos anos 60 e 70 do século XX. Historicamente, foi uma intervenção já tardia da instituição, mas fiel aos seus propósitos iniciais de Unidade de Estilo, que, curiosamente, retomou uma prática laboral anónima e colectiva, bem visível na feitura de novos modilhões (FERNANDES, 1999, p.13). PAF | ||||||||||||
Processo | Algosinho | ||||||||||||
Abrangido em ZEP ou ZP | |||||||||||||
Outra Classificação | |||||||||||||
Nº de Imagens | 3 | ||||||||||||
Nº de Bibliografias | 10 |
TITULO | AUTOR(ES) | TIPO | DATA | LOCAL | OBS. |
---|---|---|---|---|---|
Memórias arqueológico-históricas do distrito de Bragança: repositório amplo de notícias corográficas, hidro-orográficas, geológicas, mineralógicas, hidrológicas, biobibliográficas, heráldicas (...), 2ªed. | ALVES, Francisco Manuel | Edição | 2000 | Bragança | Publicado a 1909-1948 |
A arquitectura gótica portuguesa | DIAS, Pedro | Edição | 1994 | Lisboa | |
"La sculpture figurative dans l'art roman du Portugal", Portugal roman, vol. I, pp.33-75 | REAL, Manuel Luís | Edição | 1986 | ||
História da Arte em Portugal - O Românico | ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de | Edição | 2001 | Lisboa | |
História da Arte em Portugal, vol. 3 (o Românico) | ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de | Edição | 1986 | Lisboa | |
"O mundo românico (séculos XI-XIII)", História da Arte Portuguesa, vol.1, Lisboa, Círculo de Leitores, 1995, pp.180-331 | RODRIGUES, Jorge | Edição | 1995 | Lisboa | |
Portugal roman, vol. I | GRAF, Gerhard N. | Edição | 1986 | ||
"Arcaísmo e Inovação nos frescos da Matriz de Algosinho (Mogadouro)", Brigantia, vol. XXII, nº1/2, pp.209-222 | FERNANDES, Paulo Almeida | Edição | 2002 | Bragança | |
"Aspectos da escultura figurativa na Matriz de Algosinho", Brigantia, vol. XIX, nº1/2, pp.3-16 | FERNANDES, Paulo Almeida | Edição | 1999 | Bragança | |
Igreja de Algosinho - Mogadouro, Boletim da DGEMN, nº126 | Edição | 1972 | Lisboa |
Igreja de Algosinho - Vista geral (IPPC)
Igreja de Algosinho - Fachada principal (IPPC)
Igreja de Algosinho - Interior: retábulo-mor (DGEMN)