Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Igreja Paroquial de Santa Marinha
Designação
DesignaçãoIgreja Paroquial de Santa Marinha
Outras Designações / PesquisasIgreja Paroquial de Santa Marinha / Igreja de Santa Marinha (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Religiosa / Igreja
TipologiaIgreja
CategoriaArquitectura Religiosa
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaPorto/Vila Nova de Gaia/Santa Marinha e São Pedro da Afurada
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Rua de Santa MarinhaVila Nova de Gaia Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
41.136198-8.614751
DistritoPorto
ConcelhoVila Nova de Gaia
FreguesiaSanta Marinha e São Pedro da Afurada
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
CronologiaDecreto n.º 45/93, DR, I Série-B, n.º 280, de 30-11-1993 (ver Decreto)
ZEPParecer favorável de 30-03-2011 da SPAA do Conselho Nacional de Cultura
Proposta de 17-01-2011 da DRC do Norte para uma ZEP conjunta com a Igreja do antigo Convento de Corpus Christii
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO9823124
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaA igreja de Santa Marinha, em Vila Nova de Gaia, resulta de uma campanha de obras setecentista, responsável pela remodelação integral de um templo do século XVI. Todavia, entre o final do século XVII e o primeiro quartel do seguinte, temos conhecimento de uma série de intervenções de âmbito decorativo, que dotaram a igreja de um retábulo-mor, e de um outro retábulo dedicado ao Senhor Jesus, para além de reformas de pedraria na capela-mor.
A grande campanha barroca viria a acontecer a partir de 1745, quando o cabido da Sé do Porto, responsável pela conservação da igreja, decidiu reformá-la, "escolhendo naturalmente o seu arquitecto preferido, Nicolau Nasoni, que era, aliás, o único candidato de verdadeira estatura que, nessa época, a cidade lhe oferecia" (SMITH, 1979, p. 107). Nasoni chegara a Portugal cerca de 20 anos antes, exercendo no Porto e arredores a sua actividade de pintor-arquitecto, tornando-se, por isso, numa das personagens mais significativas da arquitectura barroca do Norte do país.
Todavia, o projecto desenhado em 1745 não encontrou condições financeiras favoráveis, demorando largos anos até estar concluído, doze dos quais esteve mesmo parado (SMITH, 1979, p. 108). A obra de pedraria ficou concluída em 1748, sendo os rebocadores os mesmo que já haviam trabalhado na igreja dos Clérigos, uma das arquitecturas mais emblemáticas do arquitecto italiano (SMITH, 1979, p. 108). Ao nível do interior do templo, sabe-se que o entalhador (Manuel Pereira, da Batalha) adaptou os antigos retábulos aos novos altares.
Depois da sacristia, cujas obras tiveram início em 1751, a construção do templo esteve parada até 1763, quando se começou a edificação na nova capela-mor, lageada em Julho de 1765 (SMITH, 1979, p. 108). Mas um problema de difícil concerto aconteceu nesse mesmo ano de 1763, resultante da abertura de uma fenda na parede Sul do corpo da igreja. A solução encontrada, depois de várias consultas, foi bastante dispendiosa.
Muito embora se pense que a igreja estaria concluída na década de 70, não se sabe ao certo em que data foi terminada a fachada. Aliás, o plano original, que incluía duas torres de planta poligonal (semelhante à da capela do Solar dos Ferrazes, junto à igreja da Misericórdia, na Rua das Flores, no Porto), não chegou a ser construído, tendo-se erguido as torres apenas até ao nível da cornija. A torre que hoje conhecemos remonta ao século XIX, mais concretamente ao ano de 1894, de acordo com uma placa patente na fachada. Curiosamente, este género de planta é mais um dos elementos que aproxima o trabalho de Nasoni com o traçado de outras igrejas brasileiras (igreja da Ordem Terceira de São Francisco de Ouro Preto ou de São João d'El Rei), atribuídas a António Francisco Lisboa, mais conhecido por Aleijadinho (SMITH, 1979, p. 109).
A fachada, de linhas simples, concentra, ao centro, a sua decoração, materializada numa composição que engloba o portal principal, com frontão semicircular, a partir do qual se desenvolve o janelão superior, cuja forma oval é acentuada pela cornija saliente que o remata superiormente. Esta, interrompe o frontão triangular da fachada, coroado por uma cruz trilobada assente sobre uma peanha de dupla voluta, e ladeado por pináculos de secção piramidal.
No interior, a nave, muito longa, é coberta por abóbada de berço, e o ritmo dos panos murários é marcado por duplas pilastras dóricas. Os altares de talha revelam uma linguagem rococó, devendo datar de 1766, altura em que se assenta o novo retábulo-mor. Os azulejos figurativos da capela-mor, executados numa oficina lisboeta, são do mesmo período, representando a Queda do Maná e o Sacrifício de Malquisedeque.
Uma última referência para um dos elementos mais significativos do conjunto - as portas laterais que se abrem na capela-mor, e cujo desenho sinuoso evoca outras obras de Nasoni, nomeadamente o Palácio de São João Novo (SMITH, 1979, p. 110).
Rosário Carvalho/Paula Figueiredo
ProcessoLargo Joaquim Magalhães, R. de Santa Marinha
Abrangido em ZEP ou ZPAntigo Convento de Corpus ChristiCentro Histórico do Porto, Ponte Luiz I e Mosteiro da Serra do Pilar
Outra Classificação
Nº de Imagens2
Nº de Bibliografias2

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Nicolau Nasoni, arquitecto do PortoSMITH, Robert C.Edição1966
O Grande PortoPACHECO, HelderEdição1986Lisboa

IMAGENS

Igreja Paroquial de Santa Marinha - Fachada principal

Igreja Paroquial de Santa Marinha - Planta com a delimitação e a ZEP proposta pela SPAA do CNC (só entra em vigor após publicação no DR)

MAPA

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