Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Casa da Ponte
Designação
DesignaçãoCasa da Ponte
Outras Designações / PesquisasCasa da Ponte (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Civil / Casa
TipologiaCasa
CategoriaArquitectura Civil
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaViana do Castelo/Arcos de Valdevez/Arcos de Valdevez (São Salvador), Vila Fonche e Parada
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Rua de São João de DeusArcos de Valdevez Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
41.843791-8.416667
DistritoViana do Castelo
ConcelhoArcos de Valdevez
FreguesiaArcos de Valdevez (São Salvador), Vila Fonche e Parada
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
CronologiaDecreto n.º 95/78, DR, I Série, n.º 210, de 12-09-1978 (ver Decreto)
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO12707538
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaA sua designação justifica-se pela proximidade da ponte que liga as duas margens do rio Vez, e as duas freguesias de Arcos - São Salvador e São Paio. A edificação deste imóvel remonta ao último quartel do século XVIII, e deve-se a Agostinho António de Araújo, mas as obras prolongaram-se pelo início da centúria seguinte, tendo sido concluídas por sua mulher, D. Joana Maria de Azevedo Sá Coutinho.
A expressão arquitectónica da Casa da Ponte permite inscrevê-la no modelo mais comum das habitações nortenhas do século XVIII, constituindo assim um exemplo da denominada casa caracteristicamente portuguesa, implantada em ambiente urbano (AZEVEDO, 1969, pp. 66-67).
À semelhança do que acontece na arquitectura civil setecentista, a fachada é o elemento que mais se destaca, desenvolvendo-se em comprimento e concentrando em si toda a decoração que, no caso deste imóvel, é bastante contida. Nota-se uma procura pela estabilidade, própria dos arquitectos portugueses que, ao contrário de outros exemplos europeus, não privilegiaram o dinamismo planimétrico nem a ondulação dos alçados, embora tenham perseguido uma ideia de movimento através da sequência rítmica da abertura de vãos, e da divisão da fachada por pilastras (AZEVEDO, 1969, p. 71). Na Casa da Ponte, as pilastras definem três corpos e acentuam a verticalidade do conjunto, embora o friso que separa os dois andares dilua esta tendência. Naturalmente, o piso nobre denota um maior requinte na execução das molduras das janelas, com lintel curvo.
Este ritmo converge, ao centro, no portal principal, sobre o qual se abre uma janela de sacada encimada pelo brasão da família - esquartelado e com as armas dos Araújo, Amorim, Azevedo e Coutinho -, aí colocado em data próxima de 1800 ou 1803 (SILVA, 1992, p. 62). Este, interrompe a cornija, formando uma espécie de frontão contracurvado, o que imprime ainda maior destaque ao símbolo heráldico dos proprietários do imóvel.
O interior da Casa da Ponte foi objecto de várias intervenções, a primeira das quais da responsabilidade de Luís Maria Cardoso de Araújo e Azevedo, ainda durante o século XIX, que lhe acrescentou um andar, bem visível na fachada lateral. Há notícia de uma nova campanha de obras já no século XX. Em consequência destas remodelações, a estrutura arquitectónica mantém as suas características barrocas, mas a decoração dos diferentes salões é já neoclássica. Assim, na entrada, encontramos a escadaria setecentista, que nos solares urbanos era necessariamente interna, devido a constrangimentos de espaço. Os seus dois lanços, protegidos por balaustrada, permitem o acesso ao piso superior. Aí, ganha especial interesse o oratório dedicado a Nossa Senhora das Dores, mencionado num inquérito paroquial de 1845 como bem ornado e decente, e onde se conserva o retábulo de talha dourada. Dos restantes 13 salões, destaca-se o azul e o da música, pelos tectos em masseira e pelo papel de parede com motivos florais.
Por outro lado, e apesar da sua depuração, a Casa da Ponte não deixa de se impor na malha urbana de Arcos pelas dimensões, e pela cenografia, que a destaca das restantes arquitecturas que se encontram adossadas, e onde o elemento heráldico se reveste de especial significado, enquanto símbolo de poder, prestígio e superioridade dos seus proprietários. Na realidade, a família habitou, no século XVII, uma outra casa, a denominada Casa do Rio, bem mais modesta, e que hoje se encontra bastante arruinada. A mudança para a Casa da Ponte e a posterior inclusão do brasão na fachada revela "um claro processo de ascensão sócio-económica" (SILVA, 1992, p. 35 e 54).
(Rosário Carvalho)
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens0
Nº de Bibliografias4

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Inventário Artístico da Região Norte - IGONÇALVES, FlávioEdição1973
Alto MinhoALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira deEdição1987Lisboa
Casas armoriadas do Concelho dos Arcos de Valdevez: subsídios para o estudo da nobreza arcoense (vol. 2)SILVA, Armando Malheiro daEdição1992Arcos de Valdevez
Cozinhas. Espaço e ArquitecturaPEREIRA, Ana MarquesEdição2006Lisboa

IMAGENS

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