Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Igreja de Friastelas
Designação
DesignaçãoIgreja de Friastelas
Outras Designações / PesquisasIgreja de São Martinho de Friastelas / Igreja Paroquial de Friastelas / Igreja de São Martinho (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Religiosa / Igreja
TipologiaIgreja
CategoriaArquitectura Religiosa
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaViana do Castelo/Ponte de Lima/Friastelas
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
EN 306Friastelas Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
41.673571-8.577805
DistritoViana do Castelo
ConcelhoPonte de Lima
FreguesiaFriastelas
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
CronologiaDecreto n.º 47 508, DG, I Série, n.º 20, de 24-01-1967 (ver Decreto)
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO12707538
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaA igreja de Friastelas é mais um dos muitos templos do Entre-Douro-e-Minho onde, a uma construção românica, se sobrepôs uma obra barroca, que praticamente substituiu a medieval. Na maior parte dos casos, a radicalidade das intervenções setecentistas relegou as pré-existências tardo-românicas para as periferias dos templos. É desta forma que, numa importante série de monumentos, podemos testemunhar a sobrevivência de linhas de cachorrada e um outro portal, cuja manutenção não colidia com a imagem modernizadora dos principais elementos a intervencionar: a fachada principal e o interior do corpo e da cabeceira. Os vestígios românicos que, na actualidade, se conservam, são ainda importantes para caracterizar a campanha duocentista de Friastelas.
A origem do templo é anterior a esses vestígios. Ela recua, pelo menos, à primeira metade do século XII, uma vez que aparece mencionada em 1130, ano em que Chamoa Gundesendes e seus filhos doaram à Sé de Braga a duodécima parte que detinham da igreja. Nos anos seguintes, as referências à freguesia e ao templo multiplicam-se, facto que prova como o território estava devidamente organizado em torno da sua paroquial (ALVES, 1982, p.69).
Mais de um século depois do documento de 1130, já na segunda metade de Duzentos (ALMEIDA, 1987, p.110) ou, mesmo, na viragem para o século XIV (ALMEIDA, 1978, vol.2, p.224), teve lugar uma profunda reforma do edifício, datando dessa altura os mais antigos elementos que se conservam. O projecto então adoptado pode considerar-se modesto, articulando uma nave rectangular não muito comprida com uma capela-mor quadrangular, mais baixa e estreita que o corpo.
Os escassos elementos conservados confirmam esta caracterização. Os portais laterais, definidos por dupla arquivolta apontada, repousam directamente na caixa murária e possuem decoração sumariamente tratada (um friso de meias esferas acompanhando a curvatura do arco no lado Sul, e uma cruz inscrita num círculo no tímpano da porta setentrional). Na fachada principal, ainda é possível ver, sobre o portal actual, algumas aduelas da entrada primitiva, em arco apontado não muito diferente das laterais. Nas paredes Norte e Sul do corpo, o telhado é suportado por uma cachorrada tardo-românica, composta por modilhões maioritariamente chanfrados e sem decoração, indicador que reforça a cronologia tardia desta empreitada. Ao que tudo indica, existe apenas um modilhão figurativo, aplicado na parede nascente de uma das dependências que ladeiam a capela-mor (NOÉ, 1992, DGEMN on-line).
Na segunda metade do século XV, o templo foi enriquecido com duas esculturas devocionais importadas das oficinas de Coimbra. Segundo o Inventário de 1974, existiram, no interior, as imagens de São Martinho, colocada actualmente no nicho da frontaria, e de Cristo Crucificado, recolhida "há anos para o Museu Pio XII" (Inventário, 1974, p.33).
Muito tempo depois, presumivelmente na primeira metade do século XIX, a igreja foi radicalmente intervencionada, procedendo-se a numerosas alterações. A fachada principal recebeu um novo portal, de arco recto simples, e rasgou-se a janela rectangular que o encima. Do lado Norte, adossou-se à frontaria uma torre sineira relativamente atarracada, de secção quadrangular e sineiras de volta perfeita nas duas faces que a compõem. No interior, o arco triunfal terá sido refeito e a capela-mor foi dotada de um retábulo neoclássico, ao mesmo tempo que se pintaram os tectos, o da nave integrando, ao centro, um medalhão alusivo a São Martinho. Estas obras estariam concluídas por 1846, data em que se noticiou estar a igreja "segura e asseada" (NOÉ, 1992).
Sem obras aparentes ao longo no século XX, só em 1991 a paróquia promoveu um parcelar arranjo urbanístico. O conjunto permanece, assim, como um dos poucos da ribeira Lima que não foi objecto de grandes adulterações ao nível do solo, aguardando, por isso, uma intervenção arqueológica que revele mais sobre o seu passado.
PAF
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens0
Nº de Bibliografias6

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
"Primeiras Impressões sobre a Arquitectura românica portuguesa", Revista da Faculdade de Letras do Porto, Série História, nº1, pp.3-56ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira deEdição1972Porto
Alto MinhoALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira deEdição1987Lisboa
Arquitectura religiosa do Alto Minho, 2 vols.ALVES, LourençoEdição1987Viana do Castelo
"Igrejas e Capelas românicas da Ribeira Lima", Caminiana, ano IV, nº7, pp.47-118ALVES, LourençoEdição1982Caminha
Egrejas e Capelas Românicas de Ribeira LimaBARREIROS, Manuel de AguiarEdição1926Porto
Inventário Artístico da Região Norte - III (Concelho de Ponte de Lima)Edição1974Portosérie «Estudos Regionais» - n.º 10

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