Igreja da Misericórdia de Tavira | |||||||||||||||||
Designação | |||||||||||||||||
Designação | Igreja da Misericórdia de Tavira | ||||||||||||||||
Outras Designações / Pesquisas | Edifício e Igreja da Santa Casa da Misericórdia de Tavira (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt) | ||||||||||||||||
Categoria / Tipologia | Arquitectura Religiosa / Igreja | ||||||||||||||||
Tipologia | Igreja | ||||||||||||||||
Categoria | Arquitectura Religiosa | ||||||||||||||||
Inventário Temático | |||||||||||||||||
Localização | |||||||||||||||||
Divisão Administrativa | Faro/Tavira/Tavira (Santa Maria e Santiago) | ||||||||||||||||
Endereço / Local |
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Distrito | Faro | ||||||||||||||||
Concelho | Tavira | ||||||||||||||||
Freguesia | Tavira (Santa Maria e Santiago) | ||||||||||||||||
Proteção | |||||||||||||||||
Situação Actual | Classificado | ||||||||||||||||
Categoria de Protecção | Classificado como IIP - Imóvel de Interesse Público | ||||||||||||||||
Cronologia | Decreto n.º 32 973, DG, I Série n.º 175, de 18-08-1943 (ver Decreto) Decreto n.º 30 838, DG, I Série, n.º 254, de 1-11-1940 (ver Decreto) (suspendeu o diploma anterior quanto aos imóveis que fossem propriedade particular, até que se cumprisse o disposto no art.º 25.º do Decreto n.º 20 985, DG, I Série, n.º 56, de 7-03-1932 (ver Decreto)) Decreto n.º 30 762, DG, I Série, n.º 225, de 26-09-1940 (ver Decreto) | ||||||||||||||||
ZEP | |||||||||||||||||
Zona "non aedificandi" | |||||||||||||||||
CLASS_NAME | Monumento | ||||||||||||||||
Património Mundial | |||||||||||||||||
Património Mundial Designação | |||||||||||||||||
Cadastro | |||||||||||||||||
AFECTACAO | 9914629 | ||||||||||||||||
Descrição Geral | |||||||||||||||||
Nota Histórico-Artistica | "A Igreja da Misericórdia, construída em 1541 por André Pilarte, é de 3 naves e 4 tramos formados por arcos moldurados assentes sobre colunas com capitéis cuidadosamente ornamentados. Estes capitéis são diferentes entre si, agrupando-se em cinco modelos, correspondentes aos cinco pares de colunas que constituem os tramos, mas com pequenas diferenças também em cada par. Os perfis dos ábacos são decorados com cabeças de anjos, rosetas, taças, leões e cabeças humanas e as volutas nalguns casos substituídas por leões alados e cabeças humanas aladas (demónios?). Integram-se genericamente no estilo de capitel fantasiado da época de D.João III. Além de uma porta interior, de comunicação com a sacristia, que apresenta um molduramento de recorte original, são de assinalar as três portas exteriores: uma, virada a poente, de verga recta encimada por uma vieira, de boa modulação; outra, voltada a nascente, de arco de volta inteira ladeado por pilastras com capitéis de desenho semelhante a modelos da nave e rematado por duas volutas simétricas encimadas por um pináculo; finalmente a porta principal, voltada a sul, de grande imponência e impacte, que Haupt considerou o melhor espécime da Renascença em todo o Algarve. Divide-se em duas partes desfasadas no tempo: o portal propriamente dito, que fazia parte da empreitada da Igreja de 1541, e o remate a partir da arquitrave, objecto de novo contrato em 1551 quando a Igreja já estava acabada. O arco do portal, de volta inteira e decorado no intradorso, está enquadrado por pilastras sobrepostas ornamentadas, com capitéis compósitos ligados por um friso de acantos que antecede a arquitrave, sobre a qual assenta o verdadeiro friso decorado com medalhões e vitórias e centralizado por uma figura barbada. É verdadeiramente original este friso suplementar de acantos entre os cálatos que faz com que o arco da porta fique rebaixado. A decoração do intradorso é constituída por cavalos marinhos, grifos, sereias, figuras geminadas, taças, cisnes, figuras humanas (uma com uma viola), águias, etc., em composição simétrica. A das pilastras, igualmente em composição simétrica, agrupa taças, demónios, vasos, anjos, cisnes, figuras geminadas, medalhões e tabelas com a inscrição MIA (Misericórdia). Sobre a cornija, um óculo aparentemente a ¿ (como na Conceição de Tomar) é sobreposto por uma Senhora da Misericórdia sob docel suspenso por um querubim e ladeado por dois anjos esvoaçantes que com uma das mãos seguram o docel e com a outra o manto, sob o qual se acolhem os rogantes. De um e outro lado as armas reais e da cidade e no enfiamento das pilastras duas altas estátuas de São Pedro e São Paulo. Esta Igreja da Misericórdia, rompendo com a tradicional orientação nascente-poente, volta a sua fachada a sul, fronteira à rua que conduz a uma porta da cidade, pelo que parece evidente a preocupação urbanística que terá presidido à sua implantaçaõ, em termos de perspectiva renascentista, ficando o portal com uma propositada frontalidade e um ostensivo impacte. A consciência renascentista subjacente à feitura desta obra está, de resto, patente no contrato entre a Mesa da Misericórdia e André Pilarte, onde se deixa bem claro que a igreja há-de ter "seu portal de pedraria à verdadeira romana que seja portal honrado como pertence a tal obra como esta há-de ser" (ªC.Anica, O Hospital...cit)" In Plano de Reabilitação e Salvaguarda do Centro Histórico de Tavira, da autoria de Carlos Duarte e José Lamas, Ldª. | ||||||||||||||||
Processo | |||||||||||||||||
Abrangido em ZEP ou ZP | Muralhas do Castelo de TaviraPalácio da Galeria | ||||||||||||||||
Outra Classificação | |||||||||||||||||
Nº de Imagens | 8 | ||||||||||||||||
Nº de Bibliografias | 12 |
TITULO | AUTOR(ES) | TIPO | DATA | LOCAL | OBS. |
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A arquitectura religiosa do Algarve de 1520 a 1600 | CORREIA, José Eduardo Horta | Edição | 1987 | Lisboa | |
Notícias históricas de Tavira, 1937 | VASCONCELOS, Damião Augusto de Brito | Edição | 1989 | ||
A talha no Algarve durante o Antigo Regime | LAMEIRA, Francisco | Edição | 2000 | Faro | |
Corografia ou memoria economica, estadistica, e topografica do reino do Algarve | LOPES, João Baptista da Silva | Edição | 1841 | Lisboa | |
As Misericórdias do Algarve | PINTO, Maria Helena Mendes | Edição | 1968 | Lisboa | |
As Misericórdias do Algarve | PINTO, Victor Roberto Mendes | Edição | 1968 | Lisboa | |
O Hospital do Espírito Santo e a Santa Casa da Misericórdia da cidade de Tavira ( da fundação à actualidade - notas ) | ANICA, Arnaldo Casimiro | Edição | 1983 | ||
Itinerário do Barroco no Algarve | LAMEIRA, Francisco | Edição | 1988 | ||
"A arquitectura do Renascimento em Tavira", in I Jornadas de História de Tavira, Tavira, Clube de Tavira, 1992, pp.81-88 | CORREIA, José Eduardo Horta | Edição | 1992 | ||
"A arquitectura renascentista algarvia: do modo romano ao Maneirismo", in O Algarve, da Antiguidade aos nossos dias, Lisboa, Colibri, 1999, pp.233-236 | SERRÃO, Vítor | Edição | 1999 | ||
Notícias históricas de Tavira, 1937 | ANICA, Arnaldo Casimiro | Edição | 1989 | ||
Retábulos das Misericórdias Portuguesas | LAMEIRA, Francisco | Edição | 2009 | Faro | |
A Arquitectura "ao Romano" | CRAVEIRO, Maria de Lurdes | Edição | 2009 | Vila Nova de Gaia | |
"A igreja da Misericórdia, suplica Misericórdia", Jornal Povo Algarvio, 19 Fevereiro 1958 | Edição | 1958 |
Igreja da Misericórdia de Tavira - Portal principal, 2006.
Igreja da Misericórdia de Tavira - Portal lateral, 2006.
Igreja da Misericórdia de Tavira - Fachada principal, 2009
Igreja da Misericórdia de Tavira.Maria Ramalho, 2018.
Igreja da Misericórdia de Tavira.Maria Ramalho, 2018.
Igreja da Misericórdia de Tavira - pomenor da imagem da Senhora da Misericórdia sobre o portal principal. Maria Ramalho, 2018.
Igreja da Misericórdia de Tavira - pormenor da fachada principal.Maria Ramalho, 2018.
Igreja da Misericórdia de Tavira - friso decorado sobre o portal de entrada.Maria Ramalho, 2018.