Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Igreja e Convento do Pópulo
Designação
DesignaçãoIgreja e Convento do Pópulo
Outras Designações / PesquisasConvento do Pópulo (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Religiosa / Convento
TipologiaConvento
CategoriaArquitectura Religiosa
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaBraga/Braga/Braga (São José de São Lázaro e São João do Souto)
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Praça do Conde de Agrolongo, vulgo Campo da VinhaBraga Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
41.552278-8.428956
DistritoBraga
ConcelhoBraga
FreguesiaBraga (São José de São Lázaro e São João do Souto)
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
CronologiaDecreto n.º 129/77, DR, I Série, n.º 226, de 29-09-1977 (ver Decreto)
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEConjunto
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO9823125
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaA construção do convento do Pópulo teve início no ano de 1596, por iniciativa do Arcebispo D. Frei Agostinho de Jesus que pretendia dispôr de um local condigno para a sua sepultura, reservando para tal a capela-mor da futura igreja de Nossa Senhora da Consolação, que concedeu, juntamente com as dependências conventuais, aos religiosos da sua própria Ordem, os Eremitas de Santo Agostinho.
O edifício resultante desta primeira campanha de obras é o que ainda hoje conhecemos, apesar das muitas alterações que o século XVIII lhe impôs. Na realidade, a igreja denota uma estrutura arquitectónica maneirista, apresentando nave única (com endonartex), coberta por abóbada de berço com caixotões de pedra, com três capelas laterais intercomunicantes, alçados internos de dois registos separados por friso e ritmo marcado por pilastras com capitéis da ordem toscana, e capela-mor profunda, com tecto em caixotões. Todavia, a intervenção barroca veio conferir uma outra dinâmica a este espaço, tirando partido dos altares e sanefas em talha dourada e da sua conjugação com os brilhos azuis e brancos dos azulejos que revestem a totalidade das paredes. Todos os retábulos correspondem ao denominado barroco pleno ou estilo nacional, à excepção do de Nossa Senhora das Dores, que incorpora já elementos neoclássicos e é, tal como o de Nossas Senhora da Conceição, atribuído ao entalhador bracarense, Marceliano de Araújo (FERREIRA-ALVES, 1989, p. 38). Uma situação que se repete no retábulo-mor, onde é evidente a conjugação de uma linguagem rococó e neoclássica na ampla estrutura dourada e policromada que enquadra, na tribuna, a imagem de Nossa Senhora do Pópulo.
Por sua vez, os azulejos ilustram diversas temáticas, de acordo com a invocação do local onde se encontram. Na capela-mor, os painéis aludem a episódios da vida de Santo Agostinho (c. 1730); na capela da Santíssima Trindade representam a VerónicaeMoisés e a serpente de bronze;nas capelas aludem a episódios da vida dos santos a quem estas são dedicadas; na entrada novamente referências à vida de Santo Agostinho; na antiga capela de Nossa Senhora da Penha dois episódios relativos a procissões onde figura a bandeira da Ordem e, por fim, no registo superior das paredes da nave, 16 santos da Ordem. Merece especial referência um painel da capela de Santa Apolónia por estar assinado por António de Oliveira Bernardes, a quem se atribui igualmente o revestimento da capela de Santa Rita (SIMÕES, 1979, p. 99; MECO, 1986, p. 224).
Neste período, também as dependências conventuais foram objecto de reformas, e o projecto do claustro remonta a 1706, ano em que o Colégio contratou Pascoal Fernandes e o arquitecto Manuel Fernandes da Silva. Todavia, dificuldades financeiras terão atrasado o processo que só foi cumprido, juntamente com um novo dormitório, cerca do ano de 1735 (MOURA, 1996, p. 122).
Foi no contexto da renovação urbana da cidade de Braga, que vinha sendo empreendida pelos Arcebispos, que a igreja do Pópulo ganhou especial significado, tendo sido objecto de um dos primeiros projectos de Carlos Amarante. Este, desenhou uma nova fachada, conferindo ao templo um neoclassicismo que não apenasenobrece, como ordena um dos topos do Campo da Vinha uma das praças de Braga, de formato irregular, onde o convento se insere (FERNANDES; p. 149). Apesar da tendência neoclássica da fachada, que pretendia articular-se com o "estilo chão" da arquitectura pré-existente (DUARTE, 1996, p. 99), são evidentes os pontos de contacto com outros edifícios barrocos e rococós da cidade, cujos elementos arquitectónicos foram depurados edisciplinadospela mão de Carlos Amarante (FERNANDES, p. 186). O que, em última análise, denota a sua própria formação autodidata, baseada na observação da cidade e dos tratados de arquitectura (FERREIRA-ALVES, 1989, p. 30).
Actualmente, encontram-se instalados nas dependências conventuais alguns serviços da Câmara Municipal.
(Rosário Carvalho)
Processo
Abrangido em ZEP ou ZPCasa dos Maciéis AranhasResidências (2) anexas à Casa Maciéis Aranhas
Outra Classificação
Nº de Imagens20
Nº de Bibliografias9

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Azulejaria em Portugal no século XVIIISIMÕES, J. M. dos SantosEdição1979Lisboa
"O barroco do século XVIII", História da Arte Portuguesa, vol.3PEREIRA, José FernandesEdição1995Lisboapp. 51-181.
Uma figura nacional: Carlos Amarante (insigne arquitecto e engenheiro): 1748-1815FEIO, AlbertoEdição1951Braga
Carlos Amarante e o final do classicismo (Dissertação de mestrado em História da Arte, apresentada à FCSH)DUARTE, EduardoEdição1996Lisboa
Carlos Amarante (1748-1815) e o final do classicismo : um arquitecto de Braga e do Porto /DUARTE, EduardoEdição2000Porto
Arte Religiosa e Artistas em Braga e sua Região (1870-1920)OLIVEIRA, Eduardo Pires deEdição1999Braga
"Carlos Amarante", Dicionário da Arte Barroca em PortugalALVES, Joaquim J. FerreiraEdição1989Lisboa
O Azulejo em PortugalMECO, JoséEdição1989Lisboa
Manuel Fernandes da Silva mestre e arquitecto de Braga: 1693-1751ROCHA, Manuel Joaquim Moreira daEdição1996Braga

IMAGENS

Igreja e Convento do Pópulo - Vista geral (fachada principal do conjunto)

Igreja e Convento do Pópulo - Fachada principal da igreja

Igreja e Convento do Pópulo - Fachada principal da parte conventual

Igreja e Convento do Pópulo - Fachada lateral esquerda da igreja

Igreja e Convento do Pópulo - Interior da igreja: nave e capela-mor

Igreja e Convento do Pópulo - Vista geral da fachada principal (JNE, 1976)

Igreja e Convento do Pópulo - Interior da igreja: retábulo da Anunciação (JNE)

Igreja e Convento do Pópulo - Fachada principal do convento (JNE, 1967)

Igreja e Convento do Pópulo - Interior da igreja: pormenor de painel de azulejos representando morte de freira (JNE)

Igreja e Convento do Pópulo - Interior da igreja: pormenor de painel de azulejos representando Santa Rita de Cássia (JNE)

Igreja e Convento do Pópulo - Interior da igreja: ilharga esquerda do retábulo de Nossa Senhora das Dores (JNE)

Igreja e Convento do Pópulo - Interior da igreja: painel de azulejos representando o Martírio de Santa Apolónia, da autoria de António Oliveira Bernardes (JNE)

Igreja e Convento do Pópulo - Interior da igreja: pormenor da decoração em talha do retábulo de Nossa Senhora da Anunciação (JNE)

Igreja e Convento do Pópulo - Interior da igreja: imagem de Santa Apolónia (JNE)

Igreja e Convento do Pópulo - Claustro: vista parcial (JNE)

Igreja e Convento do Pópulo - Interior da sacristia: pormenor do arcaz (JNE)

Igreja e Convento do Pópulo - Fachada principal da igreja e do convento (JNE)

Igreja e Convento do Pópulo - Fachada principal da igreja e do convento (IPPC, 1982)

Igreja e Convento do Pópulo - Fachada principal do convento (IPPC, 1982)

Igreja e Convento do Pópulo - Fachada lateral esquerda da igreja (IPPC, 1982)

MAPA

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