Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

A fachada principal do Hospital de São Marcos e a da respectiva Igreja
Designação
DesignaçãoA fachada principal do Hospital de São Marcos e a da respectiva Igreja
Outras Designações / PesquisasHospital de São Marcos (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Civil / Hospital
TipologiaHospital
CategoriaArquitectura Civil
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaBraga/Braga/Braga (São José de São Lázaro e São João do Souto)
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Largo Carlos AmaranteBraga Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
41.548901-8.423252
DistritoBraga
ConcelhoBraga
FreguesiaBraga (São José de São Lázaro e São João do Souto)
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
CronologiaDecreto n.º 40 684, DG, I Série, n.º 146, de 13-07-1956 (ver Decreto)
ZEPPortaria n.º 589/2011, DR, 2.ª Série, n.º 119, de 22-06-2011 (com ZNA) (ver Portaria)
Despacho de homologação de 7-10-2009 da Ministra da Cultura
Parecer favorável do Conselho Consultivo do IGESPAR, I.P. de 1-10-2008
Proposta de 28-08-2008 da DRC do Norte para a revisão da ZEP
Portaria de 24-04-1970, publicada no DG, II Série, n.º 105, de 5-05-1970
Zona "non aedificandi"Portaria n.º 589/2011, DR, 2.ª Série, n.º 119, de 22-06-2011
Portaria de 24-04-1970, publicada no DG, II Série, n.º 105, de 5-05-1970
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO12707538
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaA edificação do Hospital de São Marcos remonta ao ano de 1508, e deve-se à dinâmica do governo eclesiástico de D. Diogo de Sousa, cujo sentido foi posteriormente retomado, sob o governo de D. Gaspar de Bragança, que finalizou as obras e a própria mensagem iconográfica. Esta última encontra-se intimamente relacionada com a edificação de um monumento, evocativo do martírio do orago e dos restantes discípulos de Cristo, presentes na balaustrada. De facto, a leitura do apostolado (atribuído a Landim) e a sua ligação às evocações centralizadoras da planta e da fachada celebram e destacam a ligação entre o orago (o apóstolo São João Marcos) "com o Cenáculo e com os Apóstolos, seus assíduos frequentadores" (DUARTE, 1996, p. 176). Recorde-se que São João Marcos, discípulo de Cristo e evangelizador com São Paulo e São Barnabé, era o proprietário da casa onde Cristo celebrou a Última Ceia e onde ocorreu o Pentecostes. A presença em Braga das suas relíquias (o túmulo venera-se na capela-mor da igreja) e toda a controvérsia associada, não impediram que o seu culto fosse muito celebrado na cidade, e os milagres por si perpetuados eram de tal ordem que o largo da igreja, sob a sua invocação, passou a ser conhecido como Campo dos Remédios.
Mas, regressando à história do Hospital, este foi erguido no local onde existia uma ermida, pelo menos desde o século XII, dedicada a São Marcos, e ainda uma albergaria e um convento templário. Como já referimos, foi D. Diogo de Sousa quem fundou o Hospital, reunindo neste novo organismo todos os outros existentes na cidade, num esforço de centralização das instituições assistenciais de Braga, que se enquadra num quadro mental mais amplo, relacionado com "a ideologia renascentista e italianizante, pela qual o prelado se orientava" (DUARTE, 1996, p. 156). A primeira administradora do Hospital foi a Câmara Municipal, mas em 1559 essa responsabilidade foi transferida para a Misericórdia, por intervenção de Frei Bartolomeu dos Mártires.
Mais tarde, e já no século XVIII, o edifício foi objecto de uma grande ampliação, cujas obras tiveram início no claustro grande (1721-23) e enfermarias, estendendo-se, pouco depois, à igreja e ao claustro pequeno. O projecto foi concebido por Manuel Pinto Vilalobos, e executado por Pascoal Fernandes e Manuel Fernandes da Silva (este último já havia trabalhado no edifício, em 1706, numa intervenção de menor envergadura) (ROCHA, 1996, p. 157). Todavia, problemas com os desenhos levaram a que, em 1733, Carlos António Leoni apresentasse um novo projecto para a igreja e claustro pequeno, cuja concretização se prolongou, pelo menos, até à década de 1750. Sabe-se que André Soares também colaborou nesta construção, mas não foi ainda possível conhecer a extensão da sua contribuição (DUARTE, 1996, p. 158).
Esta sequência de obras, com atrasos motivados pela falta de recursos financeiros, conduz-nos, já na segunda metade do século XVIII, à figura de Carlos Amarante, cuja intervenção permanece ainda por esclarecer. É inequívoca a vontade da Misericórdia em terminar o edifício, apesar da nova igreja ter ficado concluída apenas em 1836, ano em que foi inaugurada. Todavia, não é possível perceber se Amarante concebeu um projecto de raiz ou se, pelo contrário, apenas concluiu e respeitou a estrutura pré-existente, e nesse caso, da autoria de Vilalobos. De qualquer forma, os investigadores parecem concordar nos elogios à solução encontrada, reveladora de uma forte unidade, que conjuga o templo central, de fachada convexa, com os dois blocos civis que o enquadram, numa linguagem clássica, influenciada por outras igrejas (como a de Nosso Senhor dos Passos, em Guimarães, de André Soares, ou a do convento de São Bento de Avé-Maria, no Porto) e pela tratadística francesa, mas cujo carácter barroco é inegável (DUARTE, 1996, p. 170). (Rosário Carvalho)
Processo
Abrangido em ZEP ou ZPCapela de Nossa Senhora da Conceição
Outra Classificação
Nº de Imagens9
Nº de Bibliografias10

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Memórias para a história eclesiástica do Arcebispado de BragaARGOTE, Jerónimo Contador deEdição1734
Memórias de BragaFREITAS, Bernardino José de SenaEdição1890Braga
Uma figura nacional: Carlos Amarante (insigne arquitecto e engenheiro): 1748-1815FEIO, AlbertoEdição1951Braga
Carlos Amarante e o final do classicismo (Dissertação de mestrado em História da Arte, apresentada à FCSH)DUARTE, EduardoEdição1996Lisboa
Carlos Amarante (1748-1815) e o final do classicismo : um arquitecto de Braga e do Porto /DUARTE, EduardoEdição2000Porto
"Carlos Amarante", Dicionário da Arte Barroca em PortugalALVES, Joaquim J. FerreiraEdição1989Lisboa
"D. Diogo de Sousa, grandioso Arcebispo Primás (1505-1532), fundador e benfeitor da Irmandade de N. Senhora da Misricórdia e Hospital de São Marcos de Braga", LumenFERREIRA, José AugustoEdição1935Lisboa
"Ampliação e transformação do edifício do Hospital de S. Marcos de Braga, no século XVIII, segundo as plantas do Eng. Manuel Pinto Vilalobos e do arquitecto (?) Carlos Antonio Leoni", LumenFERREIRA, José AugustoEdição1939Lisboa
"Hospital de S. João Marcos em Braga", Arquivo Pitoresco, vol. VIIBARBOSA, Inácio de VilhenaEdição1964Lisboa
Estudos sobre o século XVIII em Braga: história e arteOLIVEIRA, Eduardo Pires deEdição1993Braga

IMAGENS

Hospital de São Marcos - Fachada principal

Hospital de São Marcos - Fachada principal: corpo central (igreja)

Hospital de São Marcos - Fachada principal: corpo central

Hospital de São Marcos - Planta com a alteração da ZEP homologada pelo MC (só em vigor após publicaçãqo no DR)

Não identificada (?)

Hospital de São Marcos - Fachada principal e Largo Carlos Amarante (1982)

Hospital de São Marcos - Fachada principal (DGEMN)

Hospital de São Marcos - Fachada principal: estátuas no registo superior (DGEMN)

Hospital de São Marcos - Vista geral (1982)

MAPA

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