Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Igreja Matriz de Portimão
Designação
DesignaçãoIgreja Matriz de Portimão
Outras Designações / PesquisasIgreja de Nossa Senhora da Conceição, matriz de Portimão / Igreja Paroquial de Portimão / Igreja Nossa Senhora da Conceição (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Religiosa / Igreja
TipologiaIgreja
CategoriaArquitectura Religiosa
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaFaro/Portimão/Portimão
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Rua Machado SantosPortimão Número de Polícia:
Largo da IgrejaPortimão Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
37.139514-8.536019
DistritoFaro
ConcelhoPortimão
FreguesiaPortimão
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
CronologiaDecreto n.º 129/77, DR, I Série, n.º 226, de 29-09-1977 (ver Decreto)
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO12699926
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaA igreja de Nossa Senhora da Conceição, de Portimão, é o templo que melhor ilustra a época de fundação da vila. A sua construção ficou a dever-se ao primeiro donatário da localidade, D. Gonçalo Vaz de Castelo-Branco, vedor da Fazenda de D. Afonso V e investido no cargo, por aquele monarca, em 1476. Pouco antes do terramoto de 1755 ainda existia, sobre o portal principal, uma lápide relativa à intervenção deste nobre na edificação da igreja (VENTURA e MAIA, 1993, p.20), e há escassos anos foi descoberto, junto a este templo, um brasão dos Castelo-Branco.
A Igreja foi bastante modificada no século XVIII, mas conserva ainda o portal principal, obra final do Tardo-Gótico português e claramente inserida numa das mais importantes correntes artísticas da segunda metade do século XV: a influência do Mosteiro da Batalha. Esta opção estética, transposta dos canteiros da Batalha para a meridional Vila Nova de Portimão, deve-se à proximidade de Silves, cuja Sé Catedral se encontrava em fase de finalização, na década de 70 de Quatrocentos. A flora esculpida nos capitéis, a repetição de quatro arquivoltas e, principalmente, o friso decorativo que envolve a última arquivolta, decorado com temas fitomórficos e figurativos, são elementos que revelam a presença de artistas que anteriormente trabalharam no portal principal da Sé de Silves. A análise deste friso, de resto, comprova a transposição de temas e de modelos, como se a obra de Portimão fosse "a continuação" da silvense (RAMOS, 1996, p.87) e anunciasse, já, o advento da decoração manuelina, como aponta Pedro Dias (1994).
É provável que as obras desta Matriz se tenham prolongado pelas primeiras décadas do século XVI, em sucessivas campanhas de enriquecimento artístico do interior. O facto de ainda subsistirem algumas pias de água benta manuelinas, assentes em mísulas oitavadas e decoradas com elementos vegetalistas, característicos do tempo de D. Manuel, aponta nesse sentido, embora desconheçamos, por completo, a evolução do templo durante os séculos XVI e XVII, à excepção de algumas confrarias que aqui se foram instalando. Uma imagem quinhentista, representando São Pedro, deve ter sido realizada para ocupar o retábulo-mor, hipótese que, a confirmar-se, revelará a importância artística deste templo, numa altura de claro apogeu da vila.
Como dissemos, o terramoto de 1755 causou inúmeros danos na igreja, a ponto de obrigar à transferência do culto, até 1786, para a Igreja do Corpo Santo. Desde inícios do século XVIII que o interior do templo vinha sendo objecto de reformas, como o prova o retábulo-mor, "contratado em 1721 ao escultor Manuel Martins" (VENTURA e MAIA, 1993, p.24), o "maior entalhador algarvio da sua época" (LAMEIRA, 1991, p.242), com numerosa obra dispersa por toda a província. Este retábulo acabaria por não ser terminado por Manuel Martins, que abandonou a obra em 1724, "provavelmente por faltarem as verbas aos responsáveis pela encomenda" (LAMEIRA, 2000, p.243).
No entanto, foi o terramoto o grande responsável pela quase integral reformulação da igreja. A maior modificação ocorreu na fachada principal, cujo coroamento passou a ser um elemento de grande impacto cenográfico, artisticamente catalogado como peça barroca tardia, comum a algumas importantes igrejas algarvias. De resto, esta construção foi bastante apressada, como tantas que se fizeram após o mega-sismo. Na torre sineira foram aplicados, indistintamente, fragmentos da construção anterior à derrocada, como pedras tumulares e lajes. A disposição geral do templo, com as suas três naves de quatro tramos, não foi alterada, o que revela a fidelidade a um plano fundacional, coerentemente designado de Gótico Paroquial. Contudo, todos os elementos constitutivos foram actualizados, suprimindo-se os arcos ogivais, os capitéis certamente vegetalistas, etc.
PAF
Processo
Abrangido em ZEP ou ZPMuralhas de Portimão
Outra Classificação
Nº de Imagens0
Nº de Bibliografias6

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
A arquitectura gótica portuguesaDIAS, PedroEdição1994Lisboa
A talha no Algarve durante o Antigo RegimeLAMEIRA, FranciscoEdição2000Faro
Memória monographica de Villa Nova de PortimãoVIEIRA, José GonçalvesEdição1911Portimão
"O maior entalhador e escultor setecentista algarvio: Manuel Martins", I Congresso Internacional do BarrocoLAMEIRA, FranciscoEdição1991Porto
PortimãoVENTURA, Maria da Graça MateusEdição1993Lisboa
PortimãoMARQUES, Maria da Graça MaiaEdição1993Lisboa
"Decoração arquitectónica manuelina na região de Silves (séculos XV-XVI)", Revista Xelb, nº3, 1996, pp.79-142RAMOS, Manuel Francisco CasteloEdição1996Silves

IMAGENS

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