Nota Histórico-Artistica | A povoação da Azambuja, integrada inicialmente na circunscrição de Alcoentre, logo após a tomada de Santarém por D. Afonso Henriques, recebe o seu primeiro foral em 1272. Este documento é outorgado por D. Rui Fernandes, alcaide e terceiro senhor da vila, neto do cruzado D. Gil Rolim, a quem D. Sancho I entregara, setenta e dois anos antes, o senhorio local, em recompensa pelo auxílio militar prestado no processo da Reconquista, e visando igualmente a defesa e povoação do território. O pelourinho que hoje se levanta no centro da vila, símbolo maior da autonomia jurídica e municipal, é porém fruto de reconstrução de um monumento já quinhentista, levantado certamente após a doação de Foral Novo a Azambuja, dado pelo rei D. Manuel em 1513. Consta de um soco de três degraus octogonais, de parapeito, sobre o qual se ergue base, coluna, capitel e remate, sem grimpa. A base é oitavada, escalonada e moldurada, e sustenta um fuste de secção circular, composto por dois troncos ornados com caneluras helicoidais sinistorsum, preenchidas com florões. A coluna é decorada a meia altura por um duplo anel moldurado, de factura moderna, unindo os dois troncos. O capitel, decorado com folhas de acanto e assente numa moldura poligonal, tem uma brasão em cada face, apresentando heráldica régia e concelhia. O remate é um singelo cone liso, truncado junto do topo, datado da reconstrução. Como apontamento de interesse, refira-se a curiosa colocação dos ferros de sujeição, hiper-dimensionados e ainda de factura moderna, no cimo dos brasões do capitel, bem como o facto de se encontrar uma peça no Museu Municipal Sebastião Mateus Arenque, na Azambuja, catalogado como "Capitel do Pelourinho de Azambuja". SML |