Minas romanas de Tresminas | |||||||||||||
Designação | |||||||||||||
Designação | Minas romanas de Tresminas | ||||||||||||
Outras Designações / Pesquisas | Minas romanas de Três Minas / Minas Romanas de Tresminas (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt) | ||||||||||||
Categoria / Tipologia | Arqueologia / Mina | ||||||||||||
Tipologia | Mina | ||||||||||||
Categoria | Arqueologia | ||||||||||||
Inventário Temático | |||||||||||||
Localização | |||||||||||||
Divisão Administrativa | Vila Real/Vila Pouca de Aguiar/Tresminas | ||||||||||||
Endereço / Local |
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Distrito | Vila Real | ||||||||||||
Concelho | Vila Pouca de Aguiar | ||||||||||||
Freguesia | Tresminas | ||||||||||||
Proteção | |||||||||||||
Situação Actual | Classificado | ||||||||||||
Categoria de Protecção | Classificado como IIP - Imóvel de Interesse Público | ||||||||||||
Cronologia | Anúncio n.º 263/2023, DR, 2.ª série, n.º 250, de 29-12-2023 (ver Anúncio) Despacho de concordância de 9-11-2023 do diretor-geral da DGPC Proposta favorável de 10-05-2023 da SPAA do Conselho Nacional de Cultura Proposta de 26-07-2021 da DRC do Norte para a reclassificação como MN, após parecer favorável de 17-06-2021 da CM de Vila Pouca de Aguiar Decreto n.º 67/97, DR, I Série-B, n.º 301, de 31-12-1997 (ver Decreto) Edital de 12-05-1993 da CM de Vila Pouca de Aguiar Despacho de autorização de 7-06-1988 da Secretária de estado da Cultura Parecer de 30-05-1988 da 1.ª Secção do Conselho Consultivo do IPPC Proposta de 2-02-1988 dos SRAZN para a classificação como IIP | ||||||||||||
ZEP | |||||||||||||
Zona "non aedificandi" | |||||||||||||
CLASS_NAME | Sítio | ||||||||||||
Património Mundial | |||||||||||||
Património Mundial Designação | |||||||||||||
Cadastro | |||||||||||||
AFECTACAO | 9914630 | ||||||||||||
Descrição Geral | |||||||||||||
Nota Histórico-Artistica | Classificadas em 1997, como "Imóvel de Interesse Público", as "Minas Romanas de Tresminas" estão localizadas de modo relativamente isolado numa pequena elevação sobranceira ao rib.º da Fraga e constituem uma das explorações auríferas (mas também de prata e de chumbo) mais importantes de todo o antigo Império Romano, inseridas num complexo mineiro do qual faziam de igual modo parte as minas de Jales e da Gralheira. Na realidade, a exploração das duas primeiras minas terá sido iniciada entre o último quartel a. C. e o primeiro d. C, em plena regência de Caio Júlio César Octávio Augusto ( Gaius Julius Caesar Octavius - ou Octavianus - Augustus) (63 a. C.-19 d. C.), tendo sido abandonada por volta de 193-211 d. C., ou seja, já no final do império de Sétimo Severo ( Septimus Severus) (208-212). E seria, precisamente, por se encontrarem sujeitos ao regime de fiscalidade imperial que foram administradas directamente pelo Estado através da figura do procurator metallorum, designação pela qual eram conhecidos os funcionários imperiais com competências nesta área tão específica (quanto essencial) da economia do Mundo Antigo. As suas funções seriam, no entanto, coadjuvadas pelo exército, ao qual competia fiscalizar o bom andamento dos trabalhos, razão pela qual se encontravam estacionados, nas imediações das minas, alguns destacamentos da "Sétima Legião" (legio VII gemina), a par de uma unidade auxiliar (cohors I Gallica equitata civium Romanorum).
Estes elementos parecem denunciar, logo à partida, a relevância conferida pelo Império Romano a esta exploração, para mais aurífera, ao mesmo tempo que a própria extensão territorial que a mesma implicaria, numa realidade reforçada pelos dados colhidos no local. Com efeito, e para além dos imprescindíveis campos de exploração mineira, o território abrangia componentes tão essenciais à vivência quotidiana da comunidade directa e indirectamente relacionada com os trabalhos desenrolados no solo, como terrenos de cultivo e área florestal, de onde se retirava a matéria prima necessária à construção das mais diversas estruturas mineiras, domésticas e militares (muitas das quais edificadas com blocos de xisto e argamassa, sendo cobertas por tegulae e imbrices), bem como à própria prática metalúrgica, como os tanques de lavagem de minério. E como um dos obstáculos a ultrapassar se relacionava com a falta de recursos hídricos no local, em face da altitude a que se encontravam as Minas (cerca de 840 m de altitude), ergueu-se um complexo constituído por aquedutos, por forma a canalizar a água a partir do Rio Tinhela (onde foram edificadas algumas pequenas barragens) e do Ribeiro de Fraga. O arqueossítio apresenta-se como um complexo mineiro rasgado, quase na totalidade, a céu aberto no afloramento rochoso com entrevação em madeira, composto de um intrincado número de galerias de dimensões e extensões variadas, distribuído por três locais de extracção: de Covas, da Ribeirinha e dos Lagoinhos. Quanto ao espólio móvel, as investigações empreendidas no local ao longo das últimas décadas permitiram exumar vários fragmentos cerâmicos e exemplares numismáticos, essencialmente atribuíveis ao primeiro quartel do século 1 d. C., bem como alguns blocos de moinhos de pilões e mós, aos quais estaria, no fundo, associada uma certa indústria granítica. Além disso, foi detectado um eventual anfiteatro de pequenas dimensões, e recolheu-se um número considerável de inscrições e de lápides funerárias, estas últimas (em número de onze) procedentes de uma necrópole de incineração descoberta nas proximidades do complexo mineiro e actualmente expostas em quatro instituições nacionais: na Câmara Municipal de Vila Pouca de Aguiar, no Seminário de Vila Real, no Museu de Martins Sarmento, em Guimarães, e no Museu Nacional de Arqueologia, em Lisboa. [AMartins] | ||||||||||||
Processo | |||||||||||||
Abrangido em ZEP ou ZP | |||||||||||||
Outra Classificação | |||||||||||||
Nº de Imagens | 0 | ||||||||||||
Nº de Bibliografias | 9 |
TITULO | AUTOR(ES) | TIPO | DATA | LOCAL | OBS. |
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"A produção e a circulação dos produtos", Nova História de Portugal | ALARCÃO, Jorge Manuel N. L. | Edição | 1990 | Lisboa | Data do Editor : 1990 |
Apontamentos Arqueológicos | LOPO, Albino dos Santos Pereira | Edição | 1987 | Braga | pp. 15 - 16 |
Aqvae Flaviae I. Fontes Epigráficas da Gallaecia Meridional Interior | RODRÍGUEZ COLMENERO, António | Edição | 1997 | Chaves | |
Aqvae Flaviae I. Fontes Epigráficas da Gallaecia Meridional Interior | AIRES, Firmino | Edição | 1997 | Chaves | |
Aqvae Flaviae I. Fontes Epigráficas da Gallaecia Meridional Interior | ALCORTA, Enrique | Edição | 1997 | Chaves | |
Breves Notas sobre a região do Alto Tâmega | MARTINS, João Baptista | Edição | 1984 | Chaves | p. 41 |
"A propósito da lavra do ouro na província de Trás-os-Montes durante a época romana", Revista de Guimarães | CARDOZO, Mário | Edição | 1954 | Guimarães | 64:1-2, p. 113-141 |
"Aspectos tecnológicos da indústria mineira e metalúrgica romana de Três Minas e Campo de Jales (Concelho de Vila Pouca de Aguiar)", Actas do Seminário "Museologia e Arqueologia Mineiras" (Outubro 1998) | WAHL, Jurgen | Edição | 1998 | Lisboa | pp. 57-68 |
Resultados das pesquisas arqueológicas, efectuadas de 4/8 a 10/11/86, na zona das monas de ouro romanas de Três Minas (conc. Vila Pouca de Aguiar, distr. Vila Real) | WAHL, Jurgen | Edição | 1986 | Vila Pouca de Aguiar | p. 28 |
"Uma notável peça de joalharia primitiva", Anais da Faculdade de Ciências do Porto | CARDOSO, Mário de Sousa | Edição | 1942 | Porto | vol. 27, n.º 2, pp. 89-100 |
"Aspectos da mineração romana de ouro em Jales e Trêsminas (Trás-os-Montes)", 12º Congreso Nacional de Arqueologia , 1971 | ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de | Edição | 1973 | Zaragoza | pp. 553-562 |