Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Igreja de São Jorge e Ermida de Nossa Senhora da Piedade
Designação
DesignaçãoIgreja de São Jorge e Ermida de Nossa Senhora da Piedade
Outras Designações / PesquisasIgreja Paroquial de Sarilhos Grandes / Igreja de São Jorge e Ermida de Nossa Senhora da Piedade (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Religiosa / Igreja
TipologiaIgreja
CategoriaArquitectura Religiosa
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaSetúbal/Montijo/Sarilhos Grandes
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Largo da IgrejaSarilhos Grandes Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
38.679424-8.968653
DistritoSetúbal
ConcelhoMontijo
FreguesiaSarilhos Grandes
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
CronologiaDecreto n.º 45/93, DR, I Série-B, n.º 280, de 30-11-1993 (ver Decreto)
Edital de 7-06-1988 da CM de Montijo
Edital de 18-04-1988 da CM de Montijo
Despacho de homologação de 21-04-1987 da Secretária de estado da Cultura
Parecer de 10-03-1987 da 9.ª Secção do Conselho Consultivo a esclarecer que a designação correcta da classificação deveria ser Igreja de São Jorge e Ermida de Nossa Senhora da Piedade que lhe fica anexa
Despacho de homologação de 23-09-1985 do Ministro da Cultura
Despacho de homologação de 13-09-1985 do presidente do IPPAR
Parecer de 10-09-1985 da 9.ª Secção do Conselho Consultivo do IPPC a propor a classificação como IIP
Em 30-06-1985 a CM de Montijo enviou a documentação solicitada
Em 16-11-1984 foi solicitado à CM de Montijo o envio de documentação para a instrução de um processo de classificação
Em 28-07-1982 a CM de Montijo solicitou informação sobre se a igreja se encontrava classificada
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEConjunto
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO12699926
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaProvavelmente construída durante a Idade Média, e ainda com uma campanha de obras no século XVI (centúria a que pertence a lápide funerária mais antiga no seu interior, datada de 1583 e que alberga a sepultura de António Cotrim de Melo), a actual igreja é um templo barroco de nave única e capela-mor rectangular, concluído em 1740. A concepção geral adoptada nessa campanha insere-se no modelo de templo paroquial patrocinado pela Ordem de Santiago em várias igrejas da região e do mesmo período, como São Lourenço de Alhos Vedros, Nossa Senhora da Oliveira de Canha ou São Brás de Samouco. A fachada (com as suas linhas severas, o corpo tripartido e a torre sineira) é mais majestosa que o interior, sugerindo uma divisão interna em três naves e não em nave única, como realmente acontece. No interior, as paredes são revestidas de azulejos azuis e brancos saídos das grandes oficinas de Lisboa, tal como o antigo retábulo-mor, em talha dourada barroca, sendo o tecto setecentista da nave composto por caixotões.
Infelizmente, esta uniformidade barroca foi quebrada por várias alterações verificadas nos séculos XIX e XX. O actual retábulo-mor, neoclássico, integra parte do anterior, designadamente o sacrário (em forma de medalhão e ostentando, ao centro, o cordeiro místico) e o trono do Santíssimo (com uma teoria de anjos). Dele faz parte, também, uma tela dedicada a São Jorge matando o dragão, das décadas de 20-30 do século XVIII e da autoria das oficinas de Lisboa, certamente inspirada em gravuras da época, onde o santo foi retratado em plena acção, cravando a sua lança na boca do dragão. O tecto da nave foi integralmente abobadado nos inícios do século XX, datando de 1904 a pintura central, alusiva a São Jorge e da autoria de Pereira Cão. Ainda do século XVIII são os retábulos laterais, que ladeiam o arco triunfal.
A capela baptismal, colocada do lado Norte da fachada principal, é um espaço quadrangular, cujas paredes são cobertas por azulejos de figura avulsa, sendo o tecto de caixotões, assim como o do átrio que antecede o guarda-vento da igreja, pintado com o brasão joanino. A sacristia situa-se do lado Sul da capela-mor e, para além do arcaz barroco original, conserva ainda o lavabo, igualmente da primeira metade do século XVIII.
Uma das principais atracções do templo é o programa azulejar da nave. Ele data de 1740, conforme inscrição em cartela, sobre a porta que dá acesso à torre sineira e é obra do Ciclo dos Grandes Mestres lisboetas. Os temas representados têm sido constantemente interpretados como representando São Jorge, mas uma análise mais atenta inviabiliza essa apreciação. A figura central do programa é uma santa mártir, até gora não identificada, num ciclo que, ao que tudo indica, será bastante erudito. Na capela-mor, as duas paredes laterais foram revestidas com painéis prefiguradores da Eucaristia, designadamente a Apanha do Maná e Abraão e Melquisedec.
Anexa à igreja, pelo lado Norte, existe uma pequena capela funerária manuelina, mandada edificar por Rui Cotrim de Castanheda, fidalgo da Casa de D. Manuel, capitão da segunda armada de Vasco da Gama à Índia, em 1502 e que aqui jaz em campa rasa, diante do altar. O actual aspecto exterior deve-se a um restauro executado em 1991, tendo-se, então, encerrado a galilé que antecedia a capela. O portal é tipicamente manuelino, de evidente modéstia e de perfil canopial. O interior é abobadado com uma solução de cruzaria de ogivas, cujo bocete ostenta o brasão do instituidor, e foi, na origem, enriquecido com obras de arte, entre as quais painéis de azulejos sevilhanos, uma imagem pétrea das Santas Madres, datada de finais do século XV ou inícios de XVI e roubada em 1982 e, eventualmente, um conjunto de cerâmica vidrada importada de Itália e devida aos célebres irmãos della Robia.
PAF
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens8
Nº de Bibliografias7

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Azulejaria em Portugal no século XVIIISIMÕES, J. M. dos SantosEdição1979Lisboa
Edifícios e monumentos notáveis do concelho do MontijoGRAÇA, LuísEdição1989Montijo
Subsídios para a História do Concelho do Montijo - cronologia geralLUCAS, IsabelEdição1992Montijo
"O pintor de azulejos Manuel dos Santos - definição e análise da obra", Boletim Cultural da Assembleia Distrital de Lisboa, n.º 86, tomo I, pp. 75-160MECO, JoséEdição1980Lisboa
Igrejas e Capelas da Costa AzulDUARTE, Ana LuisaEdição1993Setúbal
A Extremadura Portugueza, 2 vols.PIMENTEL, AlbertoEdição1908Lisboa
"Assalto à igreja de São Jorge de Sarilhos Grandes", Boletim Municipal, nº12, Jan-Fev., p.5Edição1982Montijo

IMAGENS

Igreja de São Jorge - Fachada principal

Igreja de São Jorge - Fachada lateral: Capela de Nossa Senhora da Piedade

Capela de Nossa Senhora da Piedade

Igreja de São Jorge - Interior: nave e capela-mor

Igreja de São Jorge - Interior da capela-mor: painel de azulejos representado a Apanha do Maná

Igreja de São Jorge - Interior da capela-mor: painel de azulejos representando Abraão e Melquisedec

Igreja de São Jorge - Interior: painéis de azulejo da nave (lado do Evangelho)

Igreja de São Jorge - Interior: painéis de azulejo da nave (lado da Epístola)

MAPA

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