Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Citânia da Raposeira
Designação
DesignaçãoCitânia da Raposeira
Outras Designações / PesquisasSenhora do Castelo / Citânia de Martins Sarmento / Ruínas Romanas da Raposeira (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArqueologia / Citânia
TipologiaCitânia
CategoriaArqueologia
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaViseu/Mangualde/Mangualde, Mesquitela e Cunha Alta
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Quinta da Raposeira- Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
40.611057-7.752478
DistritoViseu
ConcelhoMangualde
FreguesiaMangualde, Mesquitela e Cunha Alta
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como SIP - Sítio de Interesse Público
CronologiaDeclaração de retificação n.º 1037/2014, DR, 2.ª série, n.º 197, de 13-10-2014 (retificou a designação da União das Freguesias) (ver Declaração)
Portaria n.º 645/2014, DR, 2.ª série, n.º 148, de 4-08-2014 (sem restrições) (ver Portaria)
Despacho de homologação de 4-04-1990 do Secretário de Estado da Cultura
Parecer de 8-01-1990 da 1.ª Secção do Conselho Consultivo do IPPC a propor a classificação como IIP
Informação favorável de 6-01-1988 dos SRA da Zona Sul
Nova proposta de 21-07-1987 da ACAB para a classificação da Citânia da Raposeira
Proposta de 26-12-1989 da Assossiação Cultural de Azurara da Beira (ACAB) para a classificação das Termas Romanas da Quinta da Raposeira
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMESítio
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO181502
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaSítio
É no fundo poente do monte da Senhora do Castelo, em Mangualde, que se localiza o Sítio Arqueológico da Raposeira, o mais importante do concelho.
O monte terá albergado um povoado amuralhado em época proto-histórica, mantendo-se habitado durante a época romana. O sítio classificado consiste num conjunto de estruturas e vestígios arqueológicos correspondentes a uma mansio romana de grandes dimensões, com ocupação datável entre o final do século I a.C. e o início do século V d.C. Para além do espaço habitacional, definido por compartimentos pavimentados a tijoleira e granito, e delimitados por muros, a estação integra diversas construções complementares, incluindo um pátio com latrina, um complexo termal privado, com hipocausto assente em pilares monolíticos de granito e respetiva rede de saneamento e abastecimento de água, um núcleo agrícola com celeiros e armazéns, e uma possível oficina de ferreiro. No recinto foram exumados, entre outros, inúmeros fragmentos de vidro e cerâmica autóctone e de importação, bem como um importante conjunto de moedas da dinastia dos Antoninos.
História
Foi em 1889 que Alberto Osório de Castro descobriu, com base em indicações de locais, uma "citânia" na Quinta da Raposeira. Escavações posteriores puseram a descoberto "(¿) três salas de um hypocausto, um cunhal de habitação, encanamentos de pedra e chumbo, calçadas de pedra rolada, um segmento de grande muco circular, e um edifício dividido em pequenos cubículos, afora fragmentos inumeráveis de louçaria indígena e de importação (¿)." (CASTRO, A. Osório de, 1890, p. 1).
Contudo, os trabalhos no local seriam interrompidos até finais do século XX, quando a Associação Cultural Azurara da Beira, com o apoio da CM Mangualde, retomou as escavações no local em 1984, começando a pôr a descoberto as actuais ruínas, e dando assim um importante passo na valorização do sítio.
Em 2011, sob os auspícios da autarquia mangualdense, as ruínas foram alvo de uma intervenção de requalificação e valorização. Graças aos trabalhos, desenvolveram-se novos estudos do local, que trouxeram resultados significativos e permitiram uma nova interpretação.
Não sendo inequivocamente esclarecedores, os achados arqueológicos baseados na tipologia arquitectónica e aliados ao local da implantação do sítio - localizado junto ao cruzamento de duas vias imperiais importantes - permitem encarar o sítio da Quinta da Raposeira como uma mansio ou mutatio. Esta funcionalidade, não excluindo liminarmente outra qualquer interpretação, nomeadamente a que considerava que o sítio correspondia a uma villa, surge como a mais plausível, de acordo com Pedro C. Carvalho, que considera que é "(¿) provável que este lugar corresponda ao que os Romanos designavam de mansio ou mutatio, ou seja (¿) uma estalagem romana, de natureza pública ou oficial, situada junto ao cruzamento de duas importantes estradas imperiais. (...) Tratar-se-ia, portanto, de uma estação de muda que prestava apoio, sobretudo, aos correios e transportes da administração imperial que circulavam pelo cursus publicus." (CARVALHO, Pedro C, et. al., 2014, p. 17).Catarina Oliveira
DGPC, 2021
com a colaboração de António Tavares, Câmara Municipal de Mangualde
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens1
Nº de Bibliografias11

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
"Complexificação das sociedades e sua inserção numa vasta rede de intercâmbios", Nova História de PortugalJORGE, Vítor de OliveiraEdição1990Lisboapp. 213-255
"Coisas Velhas", O Arqueólogo PortuguêsVASCONCELLOS, José de Leite deEdição1917Lisboa1ª série, 22, p. 107-169
A Civitas de Viseu. Espaço e Sociedade, Dissertação de Doutoramento em Arqueologia apresentada à Faculdade de Letras da Universidade de CoimbraVAZ, João Luís da InêsEdição1997Coimbra
"Uma lápide de Mangualde in Extensão Arqueológica do Museu Etnológico", O Arqueólogo PortuguêsCORTEZ, Fernando RussellEdição1956Lisboanova série: vol. 3, pp. 262-263
"Uma 'nova via' na velha rede viária romana de Mangualde", Atas do V Congresso de Arqueologia do Interior Norte e Centro de Portugal, Meda, Foz Côa e Figueira de Castelo Rodrigo. p. 273-292TAVARES, AntónioEdição2021
"As origens do povoamento da região de Viseu", Revista Conimbriga, vol. 35. p. 5-35ALARCÃO, Jorge Manuel N. L.Edição1996Coimbra
"Monumentos Arqueológicos da Sociedade Martins Sarmento", Revista de GuimarãesCARDOZO, MárioEdição1951Guimarães
"Extractos archeológicos das "Memórias Parochiaes de 1758", O Arqueólogo PortuguêsAZEVEDO, Pedro A. deEdição1898Lisboa1.ª série, n.º 4, pp. 135-153; pp. 245-253; pp. 315-329
A estalagem Romana da RaposeiraCARVALHO, Pedro C.Edição2014Viseu
"Citânia da Raposeira", Informação Arqueológica, 7, pp. 96-98PORTAS, ClaraEdição1986Lisboa
"A Citânia de Martins Sarmento", Novo TempoCASTRO, Alberto Osório deEdição1890Mangualdeano I, n.º 51, 15 de Novembro de 1890

IMAGENS

Citânia da Raposeira - Planta com a delimitação e a ZGP em vigor

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