Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Igreja da Lapa, incluindo os seus retábulos e grades
Designação
DesignaçãoIgreja da Lapa, incluindo os seus retábulos e grades
Outras Designações / PesquisasIgreja da Lapa (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Religiosa / Igreja
TipologiaIgreja
CategoriaArquitectura Religiosa
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaViana do Castelo/Arcos de Valdevez/Jolda (Madalena) e Rio Cabrão
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Largo da LapaRio Cabrão Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
41.846015-8.419032
DistritoViana do Castelo
ConcelhoArcos de Valdevez
FreguesiaJolda (Madalena) e Rio Cabrão
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
CronologiaDecreto n.º 129/77, DR, I Série, n.º 226, de 29-09-1977 (ver Decreto)
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO12707538
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaApesar de pouco documentada, o traçado arquitectónico e os elementos decorativos da igreja da Lapa, em Arcos de Valdevez, permitem aproximá-la de outras obras seguramente desenhadas pelo arquitecto bracarense André Soares, a quem este templo tem vindo a ser atribuído pelos diversos investigadores que seguiram a linha de investigação traçada por Roberth Smith (SMITH, 1973). A crer nesta atribuição, a igreja da Lapa inscreve-se na última década da actividade de André Soares (1760), figura relativamente documentada pelo citado historiador norte americano: nascido em Braga no ano de 1720, aí viveu até à data da sua morte, em 1769, com 49 anos. É possível que se deva ao período passado no seminário o conhecimento das gravuras de Augsburgo, que o teria posto em contacto com o espírito rocaille francês (SMITH, 1974, p 501), tão marcante na plasticidade das arquitectura e estruturas retabulares por si concebidas. A sua actividade é principalmente visível na cidade que o viu nascer, embora se tenha estendido a outras áreas da região, como Guimarães, Tibães, Viana do Castelo ou Arcos de Valdevez.
Não se sabe, ao certo, em que data começou a ser edificada a igreja da Lapa, mas dois elementos permitem estabelecer uma cronologia aproximada para a sua construção, ocorrida entre a década de 1750 e a de 1760. Assim, remonta a 1753-54 a estada do padre Angelo Sequeira, responsável pela difusão do culto a Nossa Senhora da Lapa (SMITH, 1973, p. 35; COUTINHO, 1965, pp. 202-203). Por outro lado, a visita de um representante do arcebispo de Braga, em 1767, permite perceber que a igreja já estava concluída nesse ano (SMITH, 1973, p. 35).
A solução planimétrica adoptada por André Soares não deixa de surpreender pelo dinamismo alcançado e pela volumetria exterior, onde se impõe o amplo corpo oval correspondente à nave (com cúpula), mais elevado que a galilé de paredes curvas que o precede, ou do que a capela-mor rectangular, do lado oposto, e a um nível próximo ao da torre sineira. Esta última situa-se junto à capela-mor, no que é considerado uma tradição bracarense (GONÇALVES, 1973, p. 4). Voltamos a encontrar a mesma procura pelas linhas curvas na última obra conhecida de Soares - a igreja dos Santos Passos de Guimarães.
Mas na fachada da Lapa são múltiplos os contactos com outras arquitecturas projectadas anteriormente. A composição unitária que engloba o portal, o janelão superior e o frontão, recorda a mesma unidade observada na casa da Câmara de Braga, enquanto que outros elementos evocam a Casa do Raio, a igreja de Santa Maria da Falperra, ou o Arco da Porta Nova, em Braga (SMITH, 197, p. 36).
No interior, os alçados são dinamizados pelas pilastras que definem os diferentes panos murários, alterando composições formadas por porta, janela de sacada e óculo, com os retábulos laterais, de talha dourada e polícroma, executados em 1771. Muito embora André Soares tenha também desenvolvido um importante trabalho ao nível da talha dourada, com o desenho de vários retábulos cujo gosto foi prolongado pela actividade do seu discípulo, Frei José de Santo António Vilaça, a talha que observamos na Igreja da Lapa tem vindo a ser atribuída, exactamente, ao beneditino, inscrevendo-se na segunda fase da sua longa carreira. De facto, entre 1768 e 1770 Frei António Vilaça manteve o dinamismo das suas composições, mas procurando uma maior simetria e linearidade, num conjunto que tendia a valorizar a policromia, nomeadamente, a imitação do mármore (PEREIRA, 1995, p. 114). São, precisamente, estes aspectos que encontramos nos retábulos laterais e no retábulo-mor (1770) da igreja de Arcos de Valdevez, incluindo-se ainda nesta campanha decorativa as restantes obras de talha (grades da varanda e coro) (SMITH, 1973, p. 36; IDEM, 1963; IDEM, 1972).
(Rosário Carvalho)
Processo
Abrangido em ZEP ou ZPCapela de Nossa Senhora da ConceiçãoPelourinho de Arcos de Valdevez
Outra Classificação
Nº de Imagens3
Nº de Bibliografias7

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Inventário Artístico da Região Norte - IGONÇALVES, FlávioEdição1973
"SOARES, André", Dicionário da Arte Barroca em PortugalPEREIRA, José FernandesEdição1989Lisboa
"O barroco do século XVIII", História da Arte Portuguesa, vol.3PEREIRA, José FernandesEdição1995Lisboapp. 51-181.
Alto MinhoALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira deEdição1987Lisboa
Frei José de Santo António Ferreira Vilaça escultor beneditino do século XVIIISMITH, Robert C.Edição1972Lisboa
André Soares, arquitecto do MinhoSMITH, Robert C.Edição1973Lisboa
A Talha em PortugalSMITH, Robert C.Edição1962Lisboa

IMAGENS

Igreja da Lapa - Vista geral

Igreja da Lapa - Interior: capela-mor

Igreja da Lapa - Interior: tecto da nave

MAPA

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