Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Capela de Nossa Senhora da Conceição
Designação
DesignaçãoCapela de Nossa Senhora da Conceição
Outras Designações / PesquisasCapela da Praça / Capela de Nossa Senhora da Conceição / Capela da Praça (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Religiosa / Capela
TipologiaCapela
CategoriaArquitectura Religiosa
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaViana do Castelo/Arcos de Valdevez/Arcos de Valdevez (São Salvador), Vila Fonche e Parada
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Rua da PraçaArcos de Valdevez Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
41.846046-8.418514
DistritoViana do Castelo
ConcelhoArcos de Valdevez
FreguesiaArcos de Valdevez (São Salvador), Vila Fonche e Parada
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
CronologiaDecreto n.º 43 073, DG, I Série, n.º 162, de 14-07-1960 (ver Decreto)
ZEPPortaria de 19-05-1964, publicada no DG, II Série, n.º 125, de 26-05-1964 (sem restrições) (ZEP do Pelourinho e da Capela de Nossa Senhora da Conceição)
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO12707538
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaO mais antigo templo de Arcos de Valdevez é esta pequena capela, inserida na malha urbana da vila e praticamente escondida dos olhares menos atentos, tal a singeleza da sua construção. Ao que tudo indica, é uma obra tardia, já na viragem para o século XV, mais precisamente de pouco antes de 1410. Nesta data, o abade João Domingues, de Sabadim, deixou expresso no seu testamento a intenção de se fazer sepultar na capela que construíra em Arcos de Valdevez e no túmulo igualmente realizado para o efeito (BARROCA, 1987, p.359).
Apesar de construída no tempo gótico que, por exemplo, na Batalha anunciava já o tardo-gótico, a pequena capela de Nossa Senhora da Conceição (ou da Praça, como também é conhecida) é uma das construções que melhor testemunha a manutenção do Românico, muito para lá do que seria esperado. Sabemos que foi no Norte do País, e nas suas regiões mais periféricas, que o Românico continuou a ser o estilo preferencial de arquitectura pelos séculos XIII e XIV. Mas pelo exemplo de Arcos de Valdevez é possível perceber que o estilo das nossas catedrais do século XII sobreviveu até aos alvores da Modernidade.
O carácter rude, extremamente compacto e escassamente iluminado da capela não deixa dúvidas acerca de uma resistência estilística de índole românica. Ainda que se utilize o arco quebrado, a marcação de impostas e, especialmente, a decoração da arquivolta exterior com uma solução boleada, remete para um conjunto de igrejas datáveis dos séculos XIII-XIV, em todo o Norte do País e que têm em comum uma linguagem estilística de resistência face às novas opções góticas.
Por estas analogias, pensa-se também que João Domingues mais não fez que reaproveitar uma anterior capela, construída no século XIV, o que a aproximaria mais daquele grupo de templos de transição para o Gótico. Mas as informações que actualmente possuimos não confirmam qualquer destas posições.
Em todo o caso, a capela funerária de João Domingues foi uma obra não totalmente fechada à novidade artística. Anos depois da morte do seu instituidor, parte da capela foi coberta por um revestimento mural de pintura, de que hoje restam escassíssimos vestígios, mas que representariam, na origem, um bispo, entre outras figuras imperceptíveis (PEREIRA, 1916).
É um templo que justapõe dois corpos: a nave e a capela-mor, esta mais baixa e estreita que a anterior. O arco triunfal é quebrado e assenta directamente na caixa murária, sendo a iluminação da abside efectuada por três frestas harmonicamente dispostas no alçado. Ainda no interior, existe o túmulo de João Domingues, anepígrafo e de "secção pentagonal com volume em duas águas" (BARROCA, 1987, p.359) e uma tampa de sarcófago, igualmente de duas águas, exibindo-se numa delas uma espada, elemento que, com grande probabilidade, deverá aludir a um enterramento nobre (IDEM), mas cuja confirmação carece, ainda, de novos dados acerca da história deste templo e da nobreza de Valdevez nesses tempos finais da Idade Média.
Ao longo dos séculos, parece que a capela não sofreu alterações significativas, à excepção de um janelão barroco, aberto sobre o portal principal e suprimido durante os restauros da DGEMN, na década de 60 do século XX. Todavia, no século XIX e primeira metade do seguinte, teve várias funções, como garagem, sede dos bombeiros ou simples armazém (ALVES, 1982, p.83).
Por todas estas razões, a pequena capela privada de Nossa Senhora da Conceição, invocação que tomou após a constituição da Confraria de Nossa Senhora da Conceição, em 1691, é um dos mais interessantes templos da região dos Arcos, provando, simultaneamente, a persistência do Românico, em épocas em que seria já impensável encontrá-lo, e a importância da vila dos Arcos, que de simples cruzamento de vias e de passagem de rio, se instituiu como o mais importante aglomerado de toda a vasta região circundante, na Baixa Idade Média.
PAF
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens3
Nº de Bibliografias6

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
"Pinturas Parietais em Capelas Medievais. I - A Capela de São João Domingues, nos Arcos de Valdevez", O Archeologo Português, vol. 21, Lisboa, 1916, p. 244 - 252PEREIRA, Félix AlvesEdição1916
Alto MinhoALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira deEdição1987Lisboa
Necrópoles e sepulturas medievais de Entre-Douro-e-Minho: séculos V a XVBARROCA, Mário JorgeEdição1987PortoTese de aptidão pedagogica Publicado a 1987
Arquitectura religiosa do Alto Minho, 2 vols.ALVES, LourençoEdição1987Viana do Castelo
"Igrejas e Capelas românicas da Ribeira Lima", Caminiana, ano IV, nº7, pp.47-118ALVES, LourençoEdição1982Caminha
Egrejas e Capelas Românicas de Ribeira LimaBARREIROS, Manuel de AguiarEdição1926Porto

IMAGENS

Capela de Nossa Senhora da Conceição - Fachada principal

Capela de Nossa Senhora da Conceição - Fachada principal: portal

Portaria publicada no DG, II Série, n.º 125, de 26-05-1964 - Texto e planta do diploma

MAPA

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