Palácio dos Carrancas | |||||||||||||
Designação | |||||||||||||
Designação | Palácio dos Carrancas | ||||||||||||
Outras Designações / Pesquisas | Museu Nacional de Soares dos Reis / Palácio das Carrancas (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt) | ||||||||||||
Categoria / Tipologia | Arquitectura Civil / Palácio | ||||||||||||
Tipologia | Palácio | ||||||||||||
Categoria | Arquitectura Civil | ||||||||||||
Inventário Temático | |||||||||||||
Localização | |||||||||||||
Divisão Administrativa | Porto/Porto/Cedofeita, Santo Ildefonso, Sé, Miragaia, São Nicolau e Vitória | ||||||||||||
Endereço / Local |
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Distrito | Porto | ||||||||||||
Concelho | Porto | ||||||||||||
Freguesia | Cedofeita, Santo Ildefonso, Sé, Miragaia, São Nicolau e Vitória | ||||||||||||
Proteção | |||||||||||||
Situação Actual | Classificado | ||||||||||||
Categoria de Protecção | Classificado como IIP - Imóvel de Interesse Público | ||||||||||||
Cronologia | Esteve (indevidamente) em vias de classificação, nos termos do Regime Transitório previsto no n.º 1 do Artigo 1.º do Decreto-Lei n.º 173/2006, DR, I Série, n.º 16, de 24-08-2006 (ver Diploma) Decreto n.º 24 003, DG, I Série, n.º 136, de 12-06-1934 (ver Decreto) | ||||||||||||
ZEP | Portaria de 9-03-1962, publicada no DG, II Série, n.º 73, de 27-03-1962 (com ZNA) | ||||||||||||
Zona "non aedificandi" | Portaria de 9-03-1962, publicada no DG, II Série, n.º 73, de 27-03-1962 | ||||||||||||
CLASS_NAME | Monumento | ||||||||||||
Património Mundial | |||||||||||||
Património Mundial Designação | |||||||||||||
Cadastro | |||||||||||||
AFECTACAO | 9913229 | ||||||||||||
Descrição Geral | |||||||||||||
Nota Histórico-Artistica | O Palácio dos Carrancas, actual Museu Nacional de Soares dos Reis, começou a ser construído em 1795 como habitação e fábrica da família Moraes e Castro, proprietária da Fábrica do Tirador de Ouro e Prata na Rua dos Carrancas. A designação do Palácio remonta exactamente à antiga localização desta abastada família de negócios portuense. O edifício é constituído por quatro zonas essenciais - a zona nobre de planta em "U", com três pisos e águas furtadas; as galerias de um único piso que prolongam o Palácio e são ligadas por uma outra transversal; o pátio central fechado; e um espaço nas traseiras delimitado pelo muro paralelo à fachada. Embora tenha sofrido, ao longo dos tempos, diferentes reutilizações, a traça original mantém-se não se afastando muito do projecto original, atribuído a Joaquim da Costa Lima Sampaio, o arquitecto do Porto que trabalhou na construção do Hospital de Santo António, da responsabilidade do inglês John Carr, e na Feitoria Inglesa, da autoria de Jonh Whitehead, nomes incontornáveis da renovação arquitectónica de cariz neopalladiano na cidade do Porto ocorrida a partir do segundo quartel do século XVIII (PEREIRA, 19 pp. 187-188; REAL, 1993, p.54). A proximidade entre este edifício e o do Hospital de Santo António é notória, principalmente, ao nível da composição de determinados alçados - fachada do Palácio dos Carrancas e secção do alçado nascente do Hospital. O Palácio dos Carrancas insere-se, então, na corrente neoclássica que marcaria a arquitectura civil portuense no final do século XVIII com a construção do Hospital de Santo António, avançando significativamente pelo século XIX em edifícios como a Alfândega Nova, entre outros. Ao nível urbanístico, este Palácio surge num período de grandes alterações, com o plano renovador dos Almadas e mais concretamente de Francisco Almada e Mendonça, que sucedeu a João Almada na direcção da Junta das Obras Públicas (REAL, TAVARES, 1993, pp. 70-71). No seu interior, destaca-se a decoração cuidada e expressamente encomendada pelos Moraes e Castro, nomeadamente os estuques da sala de jantar e o mobiliário da sala de música, inspirado nas criações de Robert Adams, e que são tradicionalmente atribuídos a Luís Chari. Sempre destacado no contexto palaciano do Porto, este edifício serviu de residência oficial ao General Soult em 1809, de quartel general ao Duque de Wellington, e de residência ao general Beresford, entre outras personagens ligadas ao exército libertador aquando das Invasões Francesas. Também D. Pedro IV ai instalou o seu quartel-general durante o cerco do Porto. Mais tarde, D. Pedro V decidiu comprar o Palácio e transformá-lo em residência oficial. Já em 1915 D. Manuel II deliberou, no seu testamento, entregar o edifício à Misericórdia para que esta instituição aí instalasse um hospital; um documento só conhecido em 1932, aquando da morte do rei. Poucos anos mais tarde, a direcção do Museu Nacional de Soares dos Reis iniciou negociações com o Estado e Misericórdia a fim de transferir para o Palácio dos Carrancas aquele que foi o primeiro museu público do país, reflexo da nova consciência cultural do liberalismo. Criado por D. Pedro IV em 1833 com espólio do Museu Portuense e do Museu Municipal do Porto (a antiga colecção de João Allen), e até aí instalado no edifício do Convento de Santo António da Cidade, em São Lázaro, o Museu de Soares dos Reis inaugurou as suas novas instalações em 1942. A partir de 1992 o edifício foi alvo de um projecto de remodelação da autoria do arquitecto Fernando Távora, que reestruturou toda a área museológica, criando novos espaços como um auditório, um departamento educativo, salas de exposições temporárias, zonas de acolhimento, cafetaria, loja e acessos, estes últimos com o objectivo de responder positivamente às necessidades museológicas contemporâneas. Uma renovação aberta ao público em 2001 para a iniciativa "Porto - capital europeia da cultura". Rosário Carvalho | ||||||||||||
Processo | |||||||||||||
Abrangido em ZEP ou ZP | |||||||||||||
Outra Classificação | |||||||||||||
Nº de Imagens | 6 | ||||||||||||
Nº de Bibliografias | 9 |
TITULO | AUTOR(ES) | TIPO | DATA | LOCAL | OBS. |
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"Bases para a compreensão do desenvolvimento urbanístico do Porto", Porto a Património Mundial, pp.61-82 | TAVARES, Rui | Edição | 1993 | Porto | |
"Bases para a compreensão do desenvolvimento urbanístico do Porto", Porto a Património Mundial, pp.61-82 | REAL, Manuel Luís | Edição | 1993 | Porto | |
"Elementos sobre o valor histórico e patrimonial da área proposta", Porto a Património Mundial, pp.48-58 | REAL, Manuel Luís | Edição | 1993 | Porto | |
"O neoclássico", História da Arte Portuguesa, vol.3, Lisboa, Círculo de Leitores, 1995, pp.183-205 | PEREIRA, José Fernandes | Edição | 1995 | ||
Inventário Artístico de Portugal - Aveiro, Beja, Coimbra, Évora, Leiria, Portalegre, Porto e Santarém | SEQUEIRA, Gustavo de Matos | Edição | 2000 | Lisboa | Academia Nacional de Belas Artes 3 CD ROM Tipo : Multimédia - CD Rom |
Palácios e solares portuguezes (Col. Encyclopedia pela imagem) | SEQUEIRA, Gustavo de Matos | Edição | 1900 | Porto | |
Inventário Artístico de Portugal: Cidade do Porto | QUARESMA, Maria Clementina de Carvalho | Edição | 1995 | Lisboa | |
História da Arte em Portugal - O Pombalismo e o Romantismo | FRANÇA, José-Augusto | Edição | 2004 | Lisboa | |
Presépios Portugueses Monumentais do século XVIII em Terracota | PAIS, Alexandre Manuel Nobre da Silva | Edição | 1998 | Universidade Nova de Lisboa | dissertação de Mestrado |
Os Carrancas e o seu Palácio | Edição | 1984 | Porto |
Palácio dos Carrancas - Fachada principal (Museu Nacional Soares dos Reis)
Palácio dos Carrancas - Fachada principal
Palácio dos Carrancas - Fachada principal
Palácio dos Carrancas - Fachada principal: corpo central
Palácio dos Carrancas - Fachada principal: registo superior do corpo central
Palácio dos Carrancas - Portaria publicada no DG, II Série, n.º 73, de 27-03-1962 - Texto e planta do diploma
Palacete Vilar de Allen
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