Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Palácio dos Carrancas
Designação
DesignaçãoPalácio dos Carrancas
Outras Designações / PesquisasMuseu Nacional de Soares dos Reis / Palácio das Carrancas (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Civil / Palácio
TipologiaPalácio
CategoriaArquitectura Civil
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaPorto/Porto/Cedofeita, Santo Ildefonso, Sé, Miragaia, São Nicolau e Vitória
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Rua de D. Manuel IIPorto Número de Polícia: 44
LATITUDE LONGITUDE
41.148108-8.621494
DistritoPorto
ConcelhoPorto
FreguesiaCedofeita, Santo Ildefonso, Sé, Miragaia, São Nicolau e Vitória
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
CronologiaEsteve (indevidamente) em vias de classificação, nos termos do Regime Transitório previsto no n.º 1 do Artigo 1.º do Decreto-Lei n.º 173/2006, DR, I Série, n.º 16, de 24-08-2006 (ver Diploma)
Decreto n.º 24 003, DG, I Série, n.º 136, de 12-06-1934 (ver Decreto)
ZEPPortaria de 9-03-1962, publicada no DG, II Série, n.º 73, de 27-03-1962 (com ZNA)
Zona "non aedificandi"Portaria de 9-03-1962, publicada no DG, II Série, n.º 73, de 27-03-1962
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO9913229
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaO Palácio dos Carrancas, actual Museu Nacional de Soares dos Reis, começou a ser construído em 1795 como habitação e fábrica da família Moraes e Castro, proprietária da Fábrica do Tirador de Ouro e Prata na Rua dos Carrancas. A designação do Palácio remonta exactamente à antiga localização desta abastada família de negócios portuense.
O edifício é constituído por quatro zonas essenciais - a zona nobre de planta em "U", com três pisos e águas furtadas; as galerias de um único piso que prolongam o Palácio e são ligadas por uma outra transversal; o pátio central fechado; e um espaço nas traseiras delimitado pelo muro paralelo à fachada. Embora tenha sofrido, ao longo dos tempos, diferentes reutilizações, a traça original mantém-se não se afastando muito do projecto original, atribuído a Joaquim da Costa Lima Sampaio, o arquitecto do Porto que trabalhou na construção do Hospital de Santo António, da responsabilidade do inglês John Carr, e na Feitoria Inglesa, da autoria de Jonh Whitehead, nomes incontornáveis da renovação arquitectónica de cariz neopalladiano na cidade do Porto ocorrida a partir do segundo quartel do século XVIII (PEREIRA, 19 pp. 187-188; REAL, 1993, p.54). A proximidade entre este edifício e o do Hospital de Santo António é notória, principalmente, ao nível da composição de determinados alçados - fachada do Palácio dos Carrancas e secção do alçado nascente do Hospital.
O Palácio dos Carrancas insere-se, então, na corrente neoclássica que marcaria a arquitectura civil portuense no final do século XVIII com a construção do Hospital de Santo António, avançando significativamente pelo século XIX em edifícios como a Alfândega Nova, entre outros.
Ao nível urbanístico, este Palácio surge num período de grandes alterações, com o plano renovador dos Almadas e mais concretamente de Francisco Almada e Mendonça, que sucedeu a João Almada na direcção da Junta das Obras Públicas (REAL, TAVARES, 1993, pp. 70-71).
No seu interior, destaca-se a decoração cuidada e expressamente encomendada pelos Moraes e Castro, nomeadamente os estuques da sala de jantar e o mobiliário da sala de música, inspirado nas criações de Robert Adams, e que são tradicionalmente atribuídos a Luís Chari.
Sempre destacado no contexto palaciano do Porto, este edifício serviu de residência oficial ao General Soult em 1809, de quartel general ao Duque de Wellington, e de residência ao general Beresford, entre outras personagens ligadas ao exército libertador aquando das Invasões Francesas. Também D. Pedro IV ai instalou o seu quartel-general durante o cerco do Porto. Mais tarde, D. Pedro V decidiu comprar o Palácio e transformá-lo em residência oficial. Já em 1915 D. Manuel II deliberou, no seu testamento, entregar o edifício à Misericórdia para que esta instituição aí instalasse um hospital; um documento só conhecido em 1932, aquando da morte do rei. Poucos anos mais tarde, a direcção do Museu Nacional de Soares dos Reis iniciou negociações com o Estado e Misericórdia a fim de transferir para o Palácio dos Carrancas aquele que foi o primeiro museu público do país, reflexo da nova consciência cultural do liberalismo. Criado por D. Pedro IV em 1833 com espólio do Museu Portuense e do Museu Municipal do Porto (a antiga colecção de João Allen), e até aí instalado no edifício do Convento de Santo António da Cidade, em São Lázaro, o Museu de Soares dos Reis inaugurou as suas novas instalações em 1942.
A partir de 1992 o edifício foi alvo de um projecto de remodelação da autoria do arquitecto Fernando Távora, que reestruturou toda a área museológica, criando novos espaços como um auditório, um departamento educativo, salas de exposições temporárias, zonas de acolhimento, cafetaria, loja e acessos, estes últimos com o objectivo de responder positivamente às necessidades museológicas contemporâneas. Uma renovação aberta ao público em 2001 para a iniciativa "Porto - capital europeia da cultura".
Rosário Carvalho
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens6
Nº de Bibliografias9

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
"Bases para a compreensão do desenvolvimento urbanístico do Porto", Porto a Património Mundial, pp.61-82TAVARES, RuiEdição1993Porto
"Bases para a compreensão do desenvolvimento urbanístico do Porto", Porto a Património Mundial, pp.61-82REAL, Manuel LuísEdição1993Porto
"Elementos sobre o valor histórico e patrimonial da área proposta", Porto a Património Mundial, pp.48-58REAL, Manuel LuísEdição1993Porto
"O neoclássico", História da Arte Portuguesa, vol.3, Lisboa, Círculo de Leitores, 1995, pp.183-205PEREIRA, José FernandesEdição1995
Inventário Artístico de Portugal - Aveiro, Beja, Coimbra, Évora, Leiria, Portalegre, Porto e SantarémSEQUEIRA, Gustavo de MatosEdição2000LisboaAcademia Nacional de Belas Artes 3 CD ROM Tipo : Multimédia - CD Rom
Palácios e solares portuguezes (Col. Encyclopedia pela imagem)SEQUEIRA, Gustavo de MatosEdição1900Porto
Inventário Artístico de Portugal: Cidade do PortoQUARESMA, Maria Clementina de CarvalhoEdição1995Lisboa
História da Arte em Portugal - O Pombalismo e o RomantismoFRANÇA, José-AugustoEdição2004Lisboa
Presépios Portugueses Monumentais do século XVIII em TerracotaPAIS, Alexandre Manuel Nobre da SilvaEdição1998Universidade Nova de Lisboadissertação de Mestrado
Os Carrancas e o seu PalácioEdição1984Porto

IMAGENS

Palácio dos Carrancas - Fachada principal (Museu Nacional Soares dos Reis)

Palácio dos Carrancas - Fachada principal

Palácio dos Carrancas - Fachada principal

Palácio dos Carrancas - Fachada principal: corpo central

Palácio dos Carrancas - Fachada principal: registo superior do corpo central

Palácio dos Carrancas - Portaria publicada no DG, II Série, n.º 73, de 27-03-1962 - Texto e planta do diploma

MAPA

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