Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Igreja Paroquial de Cheleiros
Designação
DesignaçãoIgreja Paroquial de Cheleiros
Outras Designações / PesquisasIgreja Matriz de Nossa Senhora do Rocamador / Igreja Paroquial de Cheleiros / Igreja de Nossa Senhora do Reclamador / Igreja de Nossa Senhora da Assunção (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Religiosa / Igreja
TipologiaIgreja
CategoriaArquitectura Religiosa
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaLisboa/Mafra/Igreja Nova e Cheleiros
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Estrada Sintra-MafraCheleiros Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
38.88961-9.327279
DistritoLisboa
ConcelhoMafra
FreguesiaIgreja Nova e Cheleiros
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
CronologiaDecreto n.º 23 974, DG, I Série, n.º 131, de 6-06-1934 (ver Decreto)
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO12736827
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaDesconhece-se a data de fundação da igreja, bem como da povoação que serve. A existência de uma ponte desde a época romana, com reformas pontuais na transição para a Baixa Idade Média, sugere que, desde muito cedo, Cheleiros tenha sido um ponto de passagem importante, no contexto regional do Ocidente a Norte de Lisboa. No século XIII, numa inquirição do tempo de D. Afonso II, a sua igreja é uma das duas mencionadas do actual concelho de Mafra, facto que aponta para uma organização cristã precoce, imediatamente após a conquista do território por D. Afonso Henriques.
O edifício que chegou até aos nossos dias não possui qualquer vestígio de um passado tão remoto. A sua construção ter-se-á dado na viragem para o século XIV, praticamente ao mesmo tempo que a da igreja de Santo André de Mafra, com a qual mantém um interessante paralelo estilístico. Em 1304, D. Dinis doou a povoação de Cheleiros a D. Violante Lopes Pacheco, mulher de D. Diogo Afonso de Sousa, casal que, ao que tudo indica, patrocinou as obras de Santo André e em cuja capela-mor escolheu sepultar-se. Terá sido a partir desta data que se construiu a actual igreja, indicação cronológica que encontra confirmação estilística na analogia entre os portais principais dos dois templos. O da igreja de Mafra é bastante mais desenvolvido e monumental, com as suas três arquivoltas e alfiz de cuidado aparelho, que contrasta com a aparente singeleza da obra de Cheleiros, de arco único. Em todo o caso, não passa despercebida a idêntica composição adoptada, sintoma claro de uma mesma influência e proximidade cronológica.
O portal principal foi realizado numa obra que, ao contrário de Santo André, possuía nave única. Estaremos, provavelmente, perante uma das poucas igrejas de carácter paroquial de nave única construídas durante a vigência do Gótico, esquema planimétrico que parece ter sido adoptado em povoações mais modestas, e que simplificou o modelo paroquial de três naves.
A igreja gótica não chegou íntegra até aos nossos dias, mercê de sucessivas alterações e outras tantas actualizações estéticas. Uma das mais importantes aconteceu na primeira metade do século XVI, altura em que se substituiu a antiga cabeceira por uma capela-mor de duplo tramo e de feição manuelina.
À semelhança de tantas outras igrejas reformadas no reinado de D. Manuel (em particular em contexto rural), a campanha quinhentista optou por actualizar radicalmente o ponto fundamental de religiosidade do templo, mantendo inalterado o corpo. O resultado foi uma capela-mor profunda mas, mais importante, com uma ampla entrada, definida por um duplo arco abatido (forma que expande o espaço em vez do perfil quebrado que restringe), encimado axialmente por uma esfera armilar. Ao centro da abóbada, num bocete, figuram as armas da família dos Ataíde, família que detinha os direitos sobre a povoação e que patrocinou esta campanha. Ainda no portal principal, foi incrustada uma pia baptismal manuelina, sinal exterior da reforma então empreendida.
O corpo gótico do templo também não chegou até hoje. Presumivelmente no século XVII (altura de que data o revestimento azulejar da nave), nova campanha de obras foi executada. Tratou-se de uma empreitada modesta, sem rasgos arquitectónicos ou decorativos assinaláveis, como o atesta o portal lateral Sul, de arco recto e com frontal triangular simples. No século XVIII, adicionou-se a torre sineira, de secção quadrangular e composição superior claramente barroca, características do período joanino.
Em decadência ao longo do século XIX, o restauro a que foi sujeita, nas décadas de 40 e 50 do século XX, significou uma assinalável renovação da imagem do templo. O programa selectivo então efectuado foi responsável pela supressão de alguns elementos da época moderna, casos do lavabo barroco que existia na Sacristia (VILAR, 1998, p.375) e, presumivelmente, do órgão que, em 1930, se encontrava em muito mau estado (GANDRA, 1998, p.419).
PAF
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens16
Nº de Bibliografias17

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
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Manuelino. À descoberta da arte do tempo de D. Manuel IDIAS, PedroEdição2002Lisboa
Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de LisboaAZEVEDO, Carlos deEdição1963LisboaLisboa Data do Editor : 1973
Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de Lisboa, vol. III (Mafra, Loures e Vila Franca de Xira)AZEVEDO, Carlos deEdição1963Lisboa
Mafra. MonografiaLUCENA, Armando deEdição1963Lisboa
"Carta do Património do Concelho de Mafra. 2 - Organaria", Boletim Cultural '97, pp.397-425GANDRA, Manuel JoaquimEdição1998Mafra
Memórias e Memorialistas. 1. Memórias Paroquiais, Boletim Cultural '96, pp. 307-344GORJÃO, SérgioEdição1997Mafra
Identidades. Património Arquitectónico do Concelho de MafraFERNANDES, Paulo AlmeidaEdição2009Mafra
Notas sobre o urbanismo da antiga vila de Cheleiros, Boletim Cultural 2008, pp. 27-66FERNANDES, Paulo AlmeidaEdição2009Mafra
"A arquitectura e a escultura monumental na região de Mafra entre o Gótico e o Classicismo", Do Gótico ao Maneirismo. A arte na região de Mafra na Época dos Descobrimentos, pp.21-31PEREIRA, Fernando António BaptistaEdição2002Mafra
"2. O adro da igreja de Nossa Senhora do Reclamador (Cheleiros - Mafra). Uma intervenção osteorqueológica", Boletim Cultural '99, pp.197-206MIRANDA, MartaEdição1999Mafra
Intervenções da Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais na Igreja Matriz de Cheleiros, Mafra - Boletim Cultural '2000, pp.169-184MACHADO, João LiberataEdição2000Mafra
Identidades. Património Arquitectónico do Concelho de MafraVILAR, Maria do CarmoEdição2009Mafra
"Carta do Património do Concelho de Mafra. 1 - Lavabos de Sacristia", Boletim Cultural '97, pp.371-396VILAR, Maria do CarmoEdição1998Mafra
"Carta do Património do Concelho de Mafra. 1. O Manuelino", Boletim Cultural '94, pp.309-318VILAR, Maria do CarmoEdição1994Mafra
"4. Arquitectura e escultura monumental manuelina na região de Mafra", Boletim Cultural 2000, pp.65-82VILAR, Maria do CarmoEdição2000Mafra
"5. Igrejas e Capelas do Concelho de Mafra com enterramentos", Da Vida, da Morte e do Além, catálogo de exposição, pp.114-117VILAR, Maria do CarmoEdição1996Mafra
Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de LisboaFERRÃO, JulietaEdição1963LisboaLisboa Data do Editor : 1973
Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de Lisboa, vol. III (Mafra, Loures e Vila Franca de Xira)FERRÃO, JulietaEdição1963Lisboa
Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de LisboaGUSMÃO, Adriano deEdição1963LisboaLisboa Data do Editor : 1973
Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de Lisboa, vol. III (Mafra, Loures e Vila Franca de Xira)GUSMÃO, Adriano deEdição1963Lisboa
Igreja de Cheleiros. Boletim da DGEMN, nº48Edição1947Lisboa

IMAGENS

Igreja Paroquial de Cheleiros - Vista geral (fachada principal e cruzeiro do adro)

Igreja Paroquial de Cheleiros - Fachada principal: portal

Igreja Paroquial de Cheleiros - Vista geral (fachadas principal e lateral sul)

Igreja Paroquial de Cheleiros - Torre sineira: remate

Igreja Paroquial de Cheleiros - Fachada principal: ara romana integrada na parede

Igreja Paroquial de Cheleiros - Fachada principal: pia de água benta manuelina embutida no portal

Igreja Paroquial de Cheleiros - Fachada principal: pormenor de capitel vegetalista do portal (lado sul)

Igreja Paroquial de Cheleiros - Relógio de Sol no telhado da sacristia

Igreja Paroquial de Cheleiros - Interior: nave e capela-mor

Igreja Paroquial de Cheleiros - Interior: nave e coro-alto

Igreja Paroquial de Cheleiros - Interior: baptistério

Igreja Paroquial de Cheleiros - Interior da capela-mor: pormenor de uma das mísulas que suportam o arranque do arco médio da abóbada

Igreja Paroquial de Cheleiros - Vista geral (fachada principal e cruzeiro no adro fronteiro)

Igreja Paroquial de Cheleiros - Fachada principal: portal

Igreja Paroquial de Cheleiros - Interior: arco triunfal e capela-mor com abóbada nervada manuelina

Igreja Paroquial de Cheleiros - Fachada principal: pormenor do portal axial e pia de água benta

MAPA

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