Cronologia | Por despacho de 5-4-2012 do Diretor do IGESPAR, sobre a informação n.º 69/DIED/DIDA/2012, foi determinado retirar o pelourinho da lista de imóveis classificados, considerando-se que nunca o esteve, por não se verificar nenhuma das premissas necessárias.
O pelourinho constava do Sistema de Informação como estando classificado pelo Decreto n.º 23 122, DG n.º 231, de 11-10-1933. No entanto, não constava do inquérito determinado pelo decreto citado, produzido pela Academia Nacional de Belas-Artes e publicado em 1935, cuja listagem delimitava o universo dos pelourinhos abrangidos pela classificação.
Feita uma pesquisa sobre o assunto, verificou-se ainda que à data do referido decreto o pelourinho não existia, tendo sido reconstruído apenas em 1983, e ainda assim sem qualquer elemento original. |
Nota Histórico-Artistica | As terras de Gavião faziam parte da doação do castelo de Abrantes e seus limites, feita por D. Afonso Henriques, em 1172, à Ordem de Santiago, testemunhando o auxílio dos seus monges cavaleiros no processo de reconquista. Porém, à mercê feita aos Espatários segue-se nova doação do vale de Gavião por D. Sancho I, desta feita à Ordem dos Hospitalários, em função da sua crescente importância como parceira militar. Será sob a jurisdição dos Hospitalários que este território se desenvolverá progressivamente, até que, no início do século XVI, se justifica enfim a sua subida à categoria de vila. A carta de foral e constituição do município resultam da acção de D. Manuel, em 1519, tendo-se certamente seguido o levantamento de pelourinho, no largo central da povoação, diante da contemporânea Casa da Câmara. Este largo, onde hoje fica o edifício oitocentista dos Paços do Concelho e a nova picota, datada de finais do século XX, conserva desde a centúria de Quinhentos o nome de Praça do Pelourinho. Do antigo pelourinho manuelino de Gavião, nada se conhece hoje. Não ficaram registos que permitam conhecer o seu tipo, e nem sequer é possível determinar o momento no qual foi apeado, e certamente desmembrado, não existindo memória da sua existência no século XIX, quando tantos outros pelourinhos foram destruídos ou retirados. É possível, no entanto, que este pelourinho tenha sofrido os efeitos da supressão do concelho de Gavião em 1895. Existem vagas referências à colocação de fragmentos do monumento integrados em várias construção da vila, por exemplo, "para as soleiras das portas, na Praça" (HEITOR PATRÃO, José Dias, 2003, p. 88). Um interessante desenho setecentista da povoação, feito por Pedro Nunes Tinoco em 1620, integra um esboço muito esquemático do pelourinho, apenas uma coluna erguida sobre quatro degraus circulares (mais provavelmente oitavados), com ferros de sujeição em cruz e remate apontado (cónico?). O actual pelourinho, construído em 1983, não se encontra classificado. SML |