Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Estação arqueológica do Alto do Coto da Pena
Designação
DesignaçãoEstação arqueológica do Alto do Coto da Pena
Outras Designações / PesquisasPovoado do Alto do Couto da Pena (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArqueologia / Povoado Fortificado
TipologiaPovoado Fortificado
CategoriaArqueologia
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaViana do Castelo/Caminha/Caminha (Matriz) e Vilarelho
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Alto do Coto da Pena- Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
41.866373-8.835155
DistritoViana do Castelo
ConcelhoCaminha
FreguesiaCaminha (Matriz) e Vilarelho
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
CronologiaDecreto n.º 1/86, DR, I Série, n.º 2, de 3-01-1986 (ver Decreto)
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMESítio
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO12707538
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaEmbora já referenciada pelo conhecido arqueólogo de novecentos, Abel Viana, como sendo um castro (VIANA, A., 1932), foram, na verdade, as escavações empreendidas nos anos oitenta do século passado na "Estação arqueológica do Alto do Coto da Pena" que permitiram colocar a descoberto uma série de vestígios estruturais característicos deste tipo de povoado fortificado, neste caso situado no topo de um maciço rochoso existente na confluência do rio Coura com o Minho.
Perfeitamente enquadrado na região em termos cinegéticos e culturais, mantendo uma relação de proximidade privilegiada com o mar, o rio e outros importantes povoados fortificados da Idade do Ferro, como a "Cividade de Âncora" e "Santa Tecla" (este último já na Galiza), o castro do "Coto da Pena" tem ocupado um lugar central na investigação geral da temática castreja, ainda que uma pequena parte da área originalmente ocupada pelo povoado tivesse sido destruída em finais do anos setenta na sequência da realização de trabalhos de terraplanagem.
E, na verdade, foi, precisamente, esta situação que alertou as autoridades e a população local para a urgência do seu estudo, promovendo-se, de imediato, prospecções arqueológicas no terreno, que permitiram recolher, à superfície, inúmeros artefactos distintivos deste tipo de arqueossítio, como materiais líticos, objectos metálicos e os sempre presentes fragmentos cerâmicos, a atestar, no fundo, o carácter permanente do qual se revestiu a sua ocupação ao longo de uma determinada baliza cronológica, ocorrida, neste caso, entre a Idade do Ferro, o período de ocupação romana do actual território português e a Idade Média (com a construção de um castelo na zona alta), embora tenham sido identificados vestígios que denunciam uma primeira ocupação ainda durante a Idade do Bronze.
Estamos, por conseguinte, em presença de um povoado dotado de um complexo sistema muralhado harmonizado com as excelentes condições defensivas proporcionadas pela própria topografia do terreno, amplo de afloramentos graníticos e de acentuado declive. Na realidade, foi apenas possível, até ao momento, identificar uma única linha de muralha, contrariamente ao que sucede numa parte expressiva dos sítios congéneres. Assente numa superfície especialmente preparada para o efeito na rocha aí existente, a muralha é composta de vários alinhamentos de material pétreo afeiçoado de forma diversa, definindo toda uma área interna destinada às actividades domésticas. Aqui, registaram-se várias estruturas habitacionais graníticas de planta circular, alongada e rectangular (mas com os ângulos arredondados), aparentemente nucleadas, algumas das quais com lareira, a par de uma edificação circular destacada das restantes por ocupar a cota mais elevada do povoado. Factores estes que, no conjunto, contribuem para a originalidade deste povoado no contexto da denominada "Cultura Castreja" desta região do país.
E o espólio exumado no local parece confirmar esta situação, para além de consubstanciar o facto de ter desfrutado de uma posição privilegiada ao nível da agricultura, da pastorícia, da exploração marítima e da própria actividade comercial, bem patente nos múltiplos objectos recolhidos, eles próprios a denunciarem a existência de relações atlânticas, hallstáticas, meridionais e mediterrâneas.
Temos, assim, que, para além das cerâmicas indígenas fabricadas manualmente em pastas grosseiras, mas com excelentes acabamentos e uma gramática decorativa geométrica incisa e estampilhada, surgem os exemplares importados, maioritariamente decorrentes de trocas realizadas entre os séculos IV e III a.C., posteriormente acentuadas a partir da segunda metade do século I d. C., até aos III-IV (num movimento registado pela presença de tegulae, imbrices, ânforas, sigillata hispânica e vidros), altura em que ocorreu um violento incêndio alastrado a todo o povoado.
[AMartins]
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens0
Nº de Bibliografias6

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
"A cultura castreja no noroeste de Portugal. Habitat e cronologias", PortugáliaSILVA, Armando Coelho Ferreira daEdição1984Portonova série. n.ºs 4-5, pp. 121-129.
"Coto da Pena", Informação ArqueológicaSILVA, Armando Coelho Ferreira daEdição1985Lisboan.º 5, p. 132.
A Cultura Castreja no Noroeste de PortugalSILVA, Armando Coelho Ferreira daEdição1986Paços de Ferreira
"Coto da Pena", Informação ArqueológicaLOPES, António BaptistaEdição1985Lisboan.º 5, p. 132.
"Justificação de um cadastro de monumentos arqueológicos para o estudo da arqueologia do Alto-Minho", Anuário do Distrito de Viana do CasteloVIANA, AbelEdição1932Viana do Castelovol. I, pp. 11-12
Guia de Portugal, v.4, t. II : Entre Douro e Minho, MinhoDIONÍSIO, Sant'AnaEdição1996Lisboa
Caminha e seu concelhoALVES, LourençoEdição1985Caminha

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