Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Marco granítico n.º 90
Designação
DesignaçãoMarco granítico n.º 90
Outras Designações / PesquisasMarco no Museu da Casa Ferreirinha / Marcos de Demarcação da Zona de Produção de Vinhos Generosos do Douro em Lamego (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Civil / Marco
TipologiaMarco
CategoriaArquitectura Civil
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaViseu/Lamego/Parada do Bispo e Valdigem
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
- no caminho entre Valdigem e BarreiroLugar do Tanque Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
DistritoViseu
ConcelhoLamego
FreguesiaParada do Bispo e Valdigem
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
CronologiaDecreto n.º 35 909, DG, Série I, n.º 236, de 17-10-1946 (ver Decreto)
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO12707538
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaImóvel
O marco granítico n.º 90 integra o conjunto de padrões que, no século XVIII, serviram para efetuar a demarcação geográfica da Região Vinhateira do Alto Douro, ou Alto Douro Vinhateiro. Está atualmente em exposição no edifício das Caves Ferreira, em Vila Nova de Gaia.
Esta marco, integrado num muro do edifício, apresenta uma estrutura paralelepipédica com remate liso. O padrão mostra-se na sua total dimensão, ou seja, exibe também a parte estrutural que inicialmente estava enterrada, medindo 227 cm de altura por 33 cm de largura. Na face principal foi insculpida a inscrição "Nº 21 FEITORIA 1758", dividida em quatro linhas e rematada inferiormente por filete.
História
Embora se conheçam referências documentais ao Vinho do Porto desde o terceiro quartel do século XVII, será a partir do Tratado de Methuen, celebrado em 1703 entre Portugal e Inglaterra, que este produto começou a granjear o prestígio que ainda hoje detém. O referido acordo entre as duas coroas estimulou de forma notória a produção nacional, procedendo-se então à reestruturação dos vinhedos e elegendo-se os terrenos da zona do Cima Corgo para a sua produção.
No entanto, a elevada produção da região, que transformou totalmente a sua paisagem e passou a dedicar-se em exclusivo à vinha, levou a uma crise de superprodução de vinho, apenas ultrapassada com a criação da Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro, no ano de 1756, por iniciativa do ministro Sebastião José de Carvalho e Melo, futuro Marquês de Pombal. O estabelecimento da Companhia teve como objetivo demarcar a região vinícola do Alto Douro, garantindo assim a qualidade do vinho e criando a primeira zona mundial de origem controlada no sentido em que é hoje entendido esse conceito.
Foi justamente no âmbito desta medida que em 1757 se procedeu à demarcação da área dos terrenos de produção vinícola, ou dos vinhos de "feitoria", através da colocação de 201 marcos de granito, aos quais se juntaram, em 1761, mais 134 marcos. Este vasto conjunto de imponentes padrões de pedra marca uma extensa região que se estende ao longo do troço médio do vale do Douro e parte dos seus afluentes, definida entre Barqueiros e Freixo de Espada à Cinta, subdividindo-se, grosso modo, nas três sub-regiões do Baixo Corgo, Cima Corgo e Douro Superior, abrangendo nove concelhos dos distritos de Vila Real e Viseu.
Executados em granito, estes padrões paralelepipédicos foram gravados com a designação "Feitoria", havendo nalguns casos a adição do ano em que foram colocados. A demarcação e a respetiva colocação dos marcos foram realizadas pela Comissão Demarcante, constituída por Carvalho e Melo, e o texto resultante deste trabalho permite identificar as vinhas demarcadas, os seus proprietários e o local de implantação original do marco.
Em 1946 grande parte dos marcos pombalinos foram classificados como de interesse público, sendo então catalogados com um número. Estão integrados na classificação do Alto Douro Vinhateiro, inscrito em 2001 na lista de Património Mundial da UNESCO e classificado como Monumento Nacional desde 2010.
Este marco, classificado com o n.º 90, corresponde ao vigésimo primeiro padrão colocado durante a demarcação da costa meridional do Douro, estando originalmente implantado junto à vinha de José Vicente, Mestre de Campo, que se situava na estrada para a Portela, antes de Valdigem.
O levantamento de 1950 localizava-o no lugar do Tanque, de onde desapareceu na década de 70 do século XX.
Está hoje integrado na sala do turismo do Museu da Casa Ferreirinha, onde integra a exposição permanente desde o final dos anos 80.
Catarina Oliveira
DGPC, 2018
(com a colaboração do Museu do Douro)
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens1
Nº de Bibliografias3

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Marcos da DemarcaçãoAA.VV.Edição2007Peso da Régua
As demarcações marianas no Douro vinhateiroFONSECA, Álvaro Baltasar Moreira daEdição1996Porto
As demarcações pombalinas no Douro vinhateiroFONSECA, Álvaro Baltasar Moreira daEdição1951Porto3 vols., 1949 - 1951

IMAGENS

Marco granítico n.º 90 - Vista da face principal

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