Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Igreja de Vila Franca do Rosário
Designação
DesignaçãoIgreja de Vila Franca do Rosário
Outras Designações / PesquisasIgreja Paroquial de Vila Franca do Rosário / Igreja de Nossa Senhora do Rosário (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Religiosa / Igreja
TipologiaIgreja
CategoriaArquitectura Religiosa
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaLisboa/Mafra/Enxara do Bispo, Gradil e Vila Franca do Rosário
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
-- -Vila Franca do Rosário Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
38.973682-9.253749
DistritoLisboa
ConcelhoMafra
FreguesiaEnxara do Bispo, Gradil e Vila Franca do Rosário
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
CronologiaDecreto n.º 29/84, DR, I Série, n.º 145, de 25-06-1984 (ver Decreto)
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO12699926
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaA igreja de Vila Franca do Rosário destaca-se pela galilé cenográfica e teatral que antecede a fachada principal, a qual deveria fazer parte de um projecto arquitectónico mais vasto, mas não concluído. De facto, os volumes escalonados correspondentes à zona da nave e da capela-mor, são relativamente simples, apresentando apenas janelas com moldura de cantaria nos pisos superiores. É, pois, a galilé que lhe confere grande imponência e que torna este imóvel o eixo estruturador do adro murado em que se insere.
A construção do templo remonta à segunda metade do século XVI (c. 1567) e, a crer na lápide tumular existente no pavimento da nave, estaria, com certeza, concluída em 1580. A sua origem relaciona-se com uma lenda onde se conta a aparição de Nossa Senhora ao pastorinho Fernando, e em que a Virgem lhe ordena a edificação de uma ermida nesse mesmo local, garantindo que para tal não faltariam recursos. Apesar das reticências iniciais do pai do pastor, as obras da igreja iniciaram-se a expensas deste lavrador e, de acordo com as instruções de Nossa Senhora, a sua imagem, que deveria figurar no novo templo encontrava-se na ermida de Santa Comba, localizada nas proximidades (LUCENA, 1987, pp. 53-54). Esta lenda, que justifica a construção do templo, deverá, ainda, explicar a ligação a Santa Comba, cuja imagem se encontra na capela-mor, a par da representação da padroeira da igreja.
O primitivo edifício deverá ter sofrido grandes danos em consequência do terramoto de 1755, mas desconhece-se qual o alcance dos estragos, pelo que é difícil perceber se a galilé é uma obra posterior e inacabada, ou se é o resultado do grande sismo do século XVIII, não tendo chegado a igreja a ser reparada na totalidade. Em todo o caso, parece-nos que esta estrutura que antecede a fachada é, claramente, uma obra de linguagem barroca, de modelo erudito.
A iconografia referente à invocação do templo percorre todo o espaço, e no portal são visíveis motivos evocativos do rosário, tal como o azulejo que o ladeia representa a lenda a que já fizemos referência. A mesma temática encontra-se no interior, nomeadamente ao nível da pinturas dos tectos: a nave, em abóbada, alude ao episódio em que a Virgem entrega o rosário a São Domingos de Gusmão e, na abóbada da capela-mor, retoma-se a temática da aparição da Virgem ao pastor Fernando.
Ainda no interior, e para além do púlpito e do coro alto, este último sobre a porta principal, salientam-se os dois altares colaterais, de talha dourada e, na capela-mor, o retábulo é uma obra mais tardia, onde figuram as já referidas imagens de Nossa Senhora do Rosário e de Santa Comba.
Assim, podemos concluir que a singularidade da galilé deste templo, que radica em modelos arquitectónicos de grande erudição, é o seu elemento de maior significado, contrastando fortemente com o interior, de grande depuração decorativa, facto que evidencia uma descontinuidade estética e, muito possivelmente, a interrupção de uma campanha de obras ou a destruição de parte da igreja existente antes do Terramoto.
(Rosário Carvalho)
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens9
Nº de Bibliografias4

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de Lisboa, vol. III (Mafra, Loures e Vila Franca de Xira)AZEVEDO, Carlos deEdição1963Lisboa
Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de Lisboa, vol. III (Mafra, Loures e Vila Franca de Xira)FERRÃO, JulietaEdição1963Lisboa
Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de Lisboa, vol. III (Mafra, Loures e Vila Franca de Xira)GUSMÃO, Adriano deEdição1963Lisboa
"Carta do Património do Concelho de Mafra. 1 - Lavabos de Sacristia", Boletim Cultural '97, pp.371-396VILAR, Maria do CarmoEdição1998Mafra
Monografia de MafraLUCENA, Armando deEdição1987Mafra
Identidades. Património Arquitectónico do Concelho de MafraVILAR, Maria do CarmoEdição2009Mafra
Identidades. Património Arquitectónico do Concelho de MafraFERNANDES, Paulo AlmeidaEdição2009Mafra

IMAGENS

Igreja de Vila Franca do Rosário - Fachada lateral esquerda

Igreja de Vila Franca do Rosário - Fachada lateral esquerda

Igreja de Vila Franca do Rosário - Galilé

Igreja de Vila Franca do Rosário - Interior: nave e capela-mor

Igreja de Vila Franca do Rosário - Interior da capela-mor: pintura da abóbada com imagem de Nossa Senhora do Rosário

Igreja de Santo Isidoro - Interior: pintura do tecto da nave representando Santo Isidoro

Igreja de Vila Franca do Rosário - Interior: retábulo colateral do lado do Evangelho dedicado ao Sagrado Coração de Jesus

Igreja de Vila Franca do Rosário - Interior: Imagem de Nossa Senhora do Carmo

Igreja de Vila Franca do Rosário - Fachada lateral esquerda

MAPA

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