Capela de Nossa Senhora da Conceição | |||||||||||||||||
Designação | |||||||||||||||||
Designação | Capela de Nossa Senhora da Conceição | ||||||||||||||||
Outras Designações / Pesquisas | Capela da São João Baptista (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt) | ||||||||||||||||
Categoria / Tipologia | Arquitectura Religiosa / Capela | ||||||||||||||||
Tipologia | Capela | ||||||||||||||||
Categoria | Arquitectura Religiosa | ||||||||||||||||
Inventário Temático | |||||||||||||||||
Localização | |||||||||||||||||
Divisão Administrativa | Lisboa/Oeiras/Barcarena | ||||||||||||||||
Endereço / Local |
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Distrito | Lisboa | ||||||||||||||||
Concelho | Oeiras | ||||||||||||||||
Freguesia | Barcarena | ||||||||||||||||
Proteção | |||||||||||||||||
Situação Actual | Classificado | ||||||||||||||||
Categoria de Protecção | Classificado como IIP - Imóvel de Interesse Público | ||||||||||||||||
Cronologia | Decreto n.º 28/82, DR, I Série, n.º 47, de 26-02-1982 (ver Decreto) | ||||||||||||||||
ZEP | |||||||||||||||||
Zona "non aedificandi" | |||||||||||||||||
CLASS_NAME | Monumento | ||||||||||||||||
Património Mundial | |||||||||||||||||
Património Mundial Designação | |||||||||||||||||
Cadastro | |||||||||||||||||
AFECTACAO | 181502 | ||||||||||||||||
Descrição Geral | |||||||||||||||||
Nota Histórico-Artistica | Situada em Barcarena, junto à ribeira de Caxias, a Capela de Nossa Senhora da Conceição é parte integrante da Quinta com o mesmo nome, que foi outrora propriedade da família Sinel de Cordes, "descendentes do flamengo João Baptista de Cordes, que veio para Portugal no reinado de Filipe II, no início do século XVII, como controlador do fisco real", e cujo brasão pode ainda ser observado no portão da Quinta (STOOP, 1986, p. 119). Se todo o edifício reflecte uma pretensa austeridade de cariz medieval, mas pautado por conjuntos de azulejos do século XVII, a capela, de reduzidas dimensões, denota a plena utilização de uma linguagem protobarroca, de final de Seiscentos. O contraste entre o exterior, de grande sobriedade e apenas marcado pela existência de uma sineira, e o interior da capela, de forte sentido decorativo, é muito acentuado, reflectindo, de alguma forma, as imposições ditadas pelo Concílio de Trento. Os poucos estudos que têm incidido sobre este templo permitem datar e situar cronologicamente os seus elementos decorativos, o que faz remontar a sua edificação ao final de Seiscentos ou, mais precisamente, às duas últimas décadas da centúria. Dedicada a São João Baptista, a capela revela um interior de grande unidade, que soube tirar partido dos suportes e linguagens plásticas mais utilizadas na época. Um dos exemplos mais significativos do que acabámos de afirmar é o retábulo de embutidos marmóreos, cujo desenho tem vindo a ser atribuído ao arquitecto régio João Antunes, e que se aproxima quer do retábulo da Quinta do Calhariz quer, sobretudo, do retábulo existente na Capela dos Lencastres, o monumento funerário instituído no Convento de São Pedro de Alcântara, em Lisboa, entre 1680 e 1692, por D. Veríssimo de Lencastre, arcebispo de Lisboa e Inquisidor Geral do Reino de Portugal. Nesta capela de São João Baptista, os embutidos de mármore estendem-se também ao pavimento, contribuindo decisivamente para a unidade decorativa anunciada. De origem italiana, este gosto pelo embutido fino foi muito comum na Lisboa de finais de Seiscentos, tornando-se "(...) a imagem de marca dos artistas-arquitectos da Corte (...)" (VARELA GOMES, 1998, p. 117). Por sua vez, o conjunto de azulejos que reveste a zona inferior das paredes da capela encontra-se assinado por Gabriel del Barco, o pintor de azulejos de origem espanhola, que trabalhou em Portugal no final do século XVII e inícios do seguinte, introduzindo a pintura figurativa azul e branca, à qual conferiu grande notoriedade, através de um desenho simples mas trabalhado em pinceladas de forte expressividade. Datado de 1691, este é considerado um trabalho de viragem de grande significado no contexto da história da azulejaria portuguesa, uma vez que se pensa constituir uma das experiências iniciais a azul e branco, e por isso mesmo ainda apegada a modelos polícromos, como os da igreja de Carcavelos, do mesmo autor (MECO, 1979, p. 107). Se o rodapé exibe meninos a brincar com grinaldas, as cenas superiores revelam uma iconografia totalmente dedicada a São João Baptista, onde surgem representadas cenas da sua vida. Todavia, as diferenças de tratamento entre o rodapé, as cercaduras (de folhagens enroladas e vieiras) e os painéis, revelam bem as dificuldades figurativas inicialmente experimentadas por um pintor que se sentia muito mais apto num contexto ornamental, de que era originário. De facto, Gabriel del Barco chegou a Portugal como pintor de tectos, tendo desenvolvido esta actividade durante algum tempo. Razão pela qual se encontram atribuídas a este artista as pinturas a têmpera da abóbada da capela, representando grinaldas, anjos, frutos e conchas, de tonalidades vermelha, verde e dourado, que enquadram um medalhão central com a cena da Visitação, onde se podem ler as palavras pronunciadas por Santa Isabel "Exultavit infans in utero meo", ou seja, "saltou de alegria o menino em meu seio" (Lc. 1, 44) (MECO, 1979, p. 108). (Rosário Carvalho) | ||||||||||||||||
Processo | |||||||||||||||||
Abrangido em ZEP ou ZP | |||||||||||||||||
Outra Classificação | |||||||||||||||||
Nº de Imagens | 1 | ||||||||||||||||
Nº de Bibliografias | 3 |
TITULO | AUTOR(ES) | TIPO | DATA | LOCAL | OBS. |
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"Azulejos de Gabriel del Barco na região de Lisboa", Boletim Cultural da Assembleia Distrital de Lisboa | MECO, José | Edição | 1979 | Lisboa | pp. 69-124. |
Quintas e palácios nos arredores de Lisboa | STOOP, Anne de | Edição | 1986 | Lisboa | |
Oeiras, o Património - a História | ROCHA, Maria Filomena Isabel Serrão | Edição | 1996 | Oeiras |
Capela de Nossa Senhora da Conceição - Planta com a delimitação e a ZP em vigor
Palacete Vilar de Allen
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