Paço dos Távoras | |||||||||||||
Designação | |||||||||||||
Designação | Paço dos Távoras | ||||||||||||
Outras Designações / Pesquisas | Paços do Concelho de Mirandela / Paço dos Távora / Câmara Municipal de Mirandela (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt) | ||||||||||||
Categoria / Tipologia | Arquitectura Civil / Paço | ||||||||||||
Tipologia | Paço | ||||||||||||
Categoria | Arquitectura Civil | ||||||||||||
Inventário Temático | |||||||||||||
Localização | |||||||||||||
Divisão Administrativa | Bragança/Mirandela/Mirandela | ||||||||||||
Endereço / Local |
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Distrito | Bragança | ||||||||||||
Concelho | Mirandela | ||||||||||||
Freguesia | Mirandela | ||||||||||||
Proteção | |||||||||||||
Situação Actual | Classificado | ||||||||||||
Categoria de Protecção | Classificado como IIP - Imóvel de Interesse Público | ||||||||||||
Cronologia | Decreto n.º 8/83, DR, I Série, n.º 19, de 24-01-1983 (ver Decreto) | ||||||||||||
ZEP | |||||||||||||
Zona "non aedificandi" | |||||||||||||
CLASS_NAME | Monumento | ||||||||||||
Património Mundial | |||||||||||||
Património Mundial Designação | |||||||||||||
Cadastro | |||||||||||||
AFECTACAO | 181501 | ||||||||||||
Descrição Geral | |||||||||||||
Nota Histórico-Artistica | A importância dos Távoras em Trás-os-Montes, e em particular na região de Mirandela, encontra-se bem expressa nos privilégios concedidos pelos monarcas e pelo seu domínio sobre as instâncias da justiça, ficando o rei somente com "o officio de Escrivão das sizas, achados e almoçataria" (COSTA, 1706, p. 448). A casa, onde, contrariamente à prática de outras famílias nobres, os Távora permaneciam bastante tempo, deveria traduzir todo o prestígio e poder de que a família gozava. Assim deve ser entendida a profunda remodelação da fachada, ocorrida no início do século XVIII, que transformou o edifício numa grandiosa cenografia, na qual o brasão dos seus proprietários se encontrava em lugar de destaque. As origens da casa são, no entanto, bem anteriores. Para acompanharmos a sua história seguimos os trabalhos de Luís Alexandre Rodrigues, que estudou a evolução do imóvel e em particular, da sua fachada (1997, pp. 163-174). A mais antiga residência seria uma torre medieval, devidamente adaptada, que veio a ser destruída para dar lugar a um outro edifício, mais consentâneo com as necessidades da família (RODRIGUES, 1997, p. 164). As informações sobre este imóvel são praticamente inexistentes e apenas o documento de instituição do morgado, em 1536, confirma que, à época, a casa era uma realidade. A capela, dedicada a São Sebastião e a Nossa Senhora da Conceição, com a data de 1664 sobre a verga do portal, é fruto de uma campanha posterior, conservando-se o seu traçado na remodelação setecentista. As descrições subsistentes, do final de Seiscentos, deixam adivinhar um edifício de dois pisos, de planta irregular e alçado assimétrico (IDEM, p. 166). A grande intervenção no Paço deve-se à iniciativa de Luís de Távora que, em 1709, contratou os mestres canteiros Manuel Alves e Domingos Pereira, residentes em Mirandela, para executar a fachada, de acordo com os desenhos que, infelizmente, desconhecemos. Esta era, sem dúvida, uma obra da maior importância, facto que o valor envolvido - 335.000 réis - bem testemunha (IDEM, p. 168). Os trabalhos decorreram de forma célere, e em 1711 estavam concluídos. Nesta fachada, onde se concentra todo o dinamismo, encontramos os valores da arquitectura civil de Setecentos, com a tendência horizontalizante da casa comprida, seccionada por pilastras, mas observamos, também, a persistência de tradicionalismos vários, como a memória da casa-torre, e o acentuado verticalidade do corpo central, de três pisos. No primeiro registo abrem-se três portas, uma em cada secção, que correspondem à janela central do piso seguinte. Estas exibem remates de frontões semicirculares e de enrolamentos, sendo os corpos laterais rematados por aletas a enquadrar um rosetão central e pináculos de estrias sobre as pilastras dos cunhais. No corpo mais elevado, as janelas apresentam moldura decorada e o remate central é constituído por aletas e por uma cartela onde figurava o brasão dos Távora. As pilastras exibem os mesmos pináculos estriados. No interior, de cariz mais funcional, a escadaria de acesso ao andar superior impõe-se, existindo ainda outras de serviço. Na segunda metade do século XVIII, o edifício espelhou a desgraça que se abateu sobre os Távora, acusados de tentativa de regicídio, em 1758. O seu brasão foi picado e depois substituído pelo dos Condes de São Vicente, seus herdeiros, mas que deixaram o edifício ao abandono e à ruína. Foi adquirido, em 1890, pela Câmara de Mirandela que, a partir de 1912, aqui se encontra sediada. (Rosário Carvalho) | ||||||||||||
Processo | Praça do Município | ||||||||||||
Abrangido em ZEP ou ZP | |||||||||||||
Outra Classificação | |||||||||||||
Nº de Imagens | 3 | ||||||||||||
Nº de Bibliografias | 4 |
TITULO | AUTOR(ES) | TIPO | DATA | LOCAL | OBS. |
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Solares Portugueses | AZEVEDO, Carlos de | Edição | 1988 | Lisboa | |
Palácios e solares portuguezes (Col. Encyclopedia pela imagem) | SEQUEIRA, Gustavo de Matos | Edição | 1900 | Porto | |
Corografia Portuguesa e descripçam topographica do famoso Reyno de Portugal | COSTA, Pe. António Carvalho da | Edição | 1712 | Lisboa | Off. de Valentim da Costa Deslandes, 1706 - 1712 |
"A obra do frontespício do Palácio dos Távora em Mirandela", MVSEV, n.º 6, pp. 163-174 | RODRIGUES, Luís Alexandre | Edição | 1997 | Porto |
Paço dos Távoras - Fachada principal (DGEMN)
Paço dos Távoras - Fachadas posterior e lateral esquerda (DGEMN)
Paço dos Távoras - Fachada lateral esquerda (DGEMN)