Nota Histórico-Artistica | A primeira referência conhecida a Águas Belas data de 1159, quando D. Afonso Henriques doa a região à Ordem do Templo. Em 1190, é D. Sancho I quem cede a Pero ou Pedro Ferreira, fundador da vila de Ferreira do Zêzere, uma herdade que este povoou de seguida e que viria mais tarde a constituir o Morgado de Águas Belas. A Pedro Ferreira e sua mulher Maria Vasques se deve a primeira carta de foral da povoação, então designada como Vila Ferreira (mas igualmente referida como "Abas de Aquabela" no foral contemporâneo de Ferreira do Zêzere). Em 1319, pouco após a extinção dos Templários, estes territórios passam para a posse da Ordem de Cristo, e em 1356 é finalmente instituído o Morgado de Águas Belas, na pessoa de D. Rodrigo Álvares Pereira, irmão do célebre Condestável. D. Manuel outorgou-lhe foral novo em 1513, e D. João III fê-lo subir à categoria de vila, em 1531. O seu pelourinho ergue-se ainda na localidade, junto a um fontanário com alto muro de xisto, que enquadra o monumento. Está colocado sobre uma plataforma elevada, no prolongamento do referido fontanário, e flanqueado por dois pilaretes de construção moderna. É composto por coluna e remate, assentes em soco de três degraus de secção quadrangular, sendo o conjunto em calcário da região. A coluna, de fuste cilíndrico e liso, não possui base, e é ornamentada com as armas dos Pereiras relevadas: escudo boleado com cruz florida e vazada no campo, encimado por timbre de fantasia, em forma de coroa aberta. Não existe verdadeiramente capitel, mas apenas um espessamento do fuste com a mesma secção deste, encimado por um pequeno ábaco sobre o qual assenta o remate, por sua vez constituído por um curto tronco cilíndrico (ao modo de colarinho) rematado em tosca calote esférica. SML |