Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Igreja de São Salvador de Rebordões (Souto)
Designação
DesignaçãoIgreja de São Salvador de Rebordões (Souto)
Outras Designações / PesquisasIgreja Paroquial de Rebordões / Igreja de São Salvador (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Religiosa / Igreja
TipologiaIgreja
CategoriaArquitectura Religiosa
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaViana do Castelo/Ponte de Lima/Rebordões (Souto)
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
-- -Rebordões Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
41.722423-8.561929
DistritoViana do Castelo
ConcelhoPonte de Lima
FreguesiaRebordões (Souto)
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
CronologiaDecreto n.º 47 508, DG, I Série, n.º 20, de 24-01-1967 (ver Decreto)
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO12707538
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaA paroquial de Souto de Rebordões é um dos melhores exemplos do Alto Minho que provam a radicalidade das intervenções barrocas sobre as românicas. Como, por diversas vezes, salientou Carlos Alberto Ferreira de Almeida, no entre-Douro-e-Minho, o Barroco mais não fez ao Românico o que este havia feito ao pré-românico, estando este processo de substituição (actualização) artística na origem do desaparecimento de muitos templos com importantes fases construtivas românicas. Rebordões é um desses casos.
A primeira referência à localidade data de 1059, altura em que aparece mencionada no inventário dos bens do Mosteiro de Guimarães (ALVES, 1982, p.75), a principal instituição religiosa pré-românica da região. Se, por esse tempo, teve igreja, não o sabemos, uma vez que nenhum testemunho material chegou até aos nossos dias.
Possuímos informações mais concretas, embora não decisivas, a partir do século XIII. Nessa altura, Rebordões era cabeça de julgado e uma das circunscrições administrativas mais importantes do Alto Minho, sendo agraciada com várias cartas de foral, a maioria passadas por D. Afonso III (IDEM, p.75).
É muito provável que, verificando-se esta dinâmica, a comunidade tenha patrocinado a construção de uma igreja. Ela parece estar testemunhada por uma lacónica inscrição, noticiada pelo abade João Anes Coutinho em meados do século XIX, que referiria a data de 1255 (IDEM, p.76). Não sabemos a que Era pertencia esta indicação, nem tão pouco o poderemos confirmar, uma vez que, da inscrição, nessa altura localizada na sineira, não restam hoje vestígios, tendo o próprio campanário sido substituído pela actual torre sineira, em 1934, em estilo neo-gótico de perfil cenograficamente fortificado, com ameias chanfradas (REIS, 1980, p.122).
Anos depois da data constante nesta discutida lápide, o templo foi objecto de uma campanha, novamente conhecida através de uma inscrição, colocada ao longo da parede lateral Norte. Por ela, ficamos a saber que João da Labruja ajudou a fazer a obra, embora desconheçamos, por completo, a natureza e extensão dos trabalhos então realizados. O facto de o texto epigráfico não conter nenhuma data dificulta a localização temporal desta empreitada, que Mário Barroca supõe ter acontecido nos anos finais do século XIII, ou já na centúria seguinte, baseado nas "características paleográficas" do letreiro (BARROCA, 2000, p.1237).
Os poucos testemunhos materiais que nos chegaram desta obra também não são elucidativos em matéria cronológica. Uma aduela decorada com semi-esferas foi reutilizada na campanha barroca e, pela análise de Matos Reis, faria parte do portal ocidental, que deveria ter muitas semelhanças com o da "igreja românica de Santa Eulália de Refoios do Lima" (REIS, 1980, p.124), salientando ainda este autor que o tema das semi-esferas (ou bolas) é recorrente no Alto Minho e prolongou-se pelos anos do Gótico. Por estes dados, é perfeitamente possível que a obra se situe na época tardia da viragem para o século XIV, sugestão reafirmada pelo perfil maioritariamente liso dos modilhões conservados e pelo arco apontado de um dos portais laterais.
Na época moderna, foram muitas as alterações efectuadas, a ponto de sacrificar praticamente todos os elementos medievais que, uma vez, foram mantidos apenas nas zonas periféricas (neste caso, as paredes laterais). Ao longo da primeira metade do século XVIII, construíram-se os retábulos de talha dourada que ainda se encontram no interior. De 1743, é uma inscrição numa capela lateral, que alude ao patrocínio por Filipe Mendes de Santiago e sua mulher, Francisca Gomes. Finalmente, em 1751, os visitadores ordenaram o alargamento das janelas da capela-mor e, pela mesma altura, substituiu-se o portal primitivo pelo actual, em arco recto moldurado, encimado por frontão interrompido, e deu-se nova composição à fachada principal, delimitada por pilastras-cunhais e terminando em empena triangular definida por frontão com óculo quadrilobado axial.
PAF
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens0
Nº de Bibliografias7

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Alto MinhoALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira deEdição1987Lisboa
Arquitectura religiosa do Alto Minho, 2 vols.ALVES, LourençoEdição1987Viana do Castelo
"Vestígios de templos medievais", Mínia, 2ª sér., ano III, nº4, pp.118-126REIS, António MatosEdição1980Braga
Itinerários de Ponte de LimaREIS, António MatosEdição1973Ponte de Lima
Epigrafia medieval portuguesa (862-1422)BARROCA, Mário JorgeEdição2000Lisboa
"Igrejas e capelas românicas da Ribeira Minho", Caminiana, ano IV, nº6, pp.105-152ALVES, LourençoEdição1982Caminha
Inventário Artístico da Região Norte - III (Concelho de Ponte de Lima)Edição1974Portosérie «Estudos Regionais» - n.º 10

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