Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Estação Arqueológica Romana de São Lourenço
Designação
DesignaçãoEstação Arqueológica Romana de São Lourenço
Outras Designações / PesquisasEstação Arqueológica Romana de São Lourenço / Villa Romana de São Lourenço / Tapada de São Lourenço / São Lourenço de Monsante (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt) / (Ver Ficha em www.arqueologia.patrimoniocultural.pt)
Categoria / TipologiaArqueologia / Villa
TipologiaVilla
CategoriaArqueologia
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaCastelo Branco/Idanha-a-Nova/Monsanto e Idanha-a-Velha
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
EN 239, ao km 23, por caminho público a sudoeste- Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
DistritoCastelo Branco
ConcelhoIdanha-a-Nova
FreguesiaMonsanto e Idanha-a-Velha
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
CronologiaDecreto n.º 26-A/92, DR, I Série-B, n.º 126, de 1-06-1992 (ver Decreto)
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMESítio
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO9914630
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaSítio
A Estação Arqueológica Romana de São Lourenço localiza-se no lugar de São Lourenço, na União de freguesias de Monsanto e Idanha-a-Velha. Integrava-se no território do Conventus Emeritensis, província da Lusitania. Implanta-se a cerca de 2,5 km a noroeste de Monsanto e a 4 km a poente de Medelim, numa região de amplos recursos hídricos e solos de vocação agrícola. A ocidente corre a Ribeira dos Boieiros e a sul a de Monsantela.
Os vestígios detetados correspondem a villa, da qual foi identificado um balneário privado. Apesar de ainda não se encontrar integralmente escavado, já foram registados diversos espaços, destacando-se um tanque circular com três fiadas de degraus em todo o perímetro, revestido a opus signinum, cuja funcionalidade não reúne consenso entre os diversos investigadores. Assim, Maria Pilar Reis considera destinar-se a um frigidarium, enquanto Carlos Banha propõe a possibilidade de se tratar de um lacónio. Segue-se uma divisão com um tanque, igualmente forrado a opus signinum, com dois degraus de acesso pelo lado sul e três pelo lado norte, e duas áreas ainda de funcionalidade indeterminada, a que se junta um compartimento pavimentado a argamassa. É mencionada a presença de diversas canalizações em granito e em chumbo. Outras estruturas parcialmente identificadas poderão fazer parte do complexo termal. A zona posta a descoberto engloba uma superfície de 350 m², sendo expetável que este corresponde-se a um grande edifício de 650 m². A cronologia do balneum não é conhecida, assinalando-se apenas a recolha de uma bulla (medalhão constituído por duas metades unidas) datada do século I d.C..
Diversos autores alertam para a extensa área de dispersão de materiais e até para a existência de estruturas na envolvente direta, tal como o fez Artur Corte Real que, em 1987 detetou um piso em opus signinum e materiais de construção no caminho de acesso.
A cerca de 500 metros para noroeste, entre os sopés das Serras da Moreirinha e dos Alegrios, encontra-se a pequena barragem do Rochoso, de construção romana, cuja reduzida bacia, inabilitada a prover uma exploração agrícola da dimensão compatível com uma villa, aliada a um aqueduto granítico que se dirige às ruínas do balneário, permitem ao investigador Mário Fortes, atribuir-lhe uma funcionalidade ligada ao abastecimento dos referidos banhos. O seu paredão foi edificado em terra e granito e represava águas pluviais e de uma nascente a montante.
Pertence presumivelmente à Antiguidade Tardia um conjunto de quatro sepulcros em pedra, provenientes deste local, três em granito e um em mármore, situados na área que tradicionalmente é atribuído às ruínas de uma Capela de São Lourenço, onde também foram exumadas, em 1920, várias peças balizadas entre o século I e II d.C.. Fazem parte deste espólio três lucernas, uma estatueta feminina, um anel em ouro e alguns recipientes cerâmicos, todas de Época Romana, assim como um diadema que poderá remontar à Idade do Ferro.
História
A ocupação romana em São Lourenço é conhecida, pelo menos, meados do século XVIII, atestada por uma nota do padre Ayres Francisco de Proença e Sylva, datada de 1758, em que alude à identificação de um aqueduto romano que se dirige a São Lourenço de Monsantel, onde têm saído centenas de pedras aparelhadas, e ainda ali existem muitas e muitas enterradas. Nos anos 50 do século passado, a descoberta das sepulturas em pedra e de abundantes vestígios romanos indicavam a D. Fernando de Almeida, Nobre Gusmão e Veiga Ferreira a hipótese de existência uma necrópole romana associada a um templo, posteriormente convertido em capela cristã. As primeiras escavações realizadas datam de 1960, sob a orientação de Graça Moreira, que exumou parte das estruturas do balneum. Nos anos 80 Joaquim Santos realizou aqui duas intervenções que incidiram de igual modo nas estruturas termais.
Ana Vale
DGPC, 2019
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens0
Nº de Bibliografias8

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Las termas y balnea romanos de Lusitania, STVDIA LVSITANAREIS, Maria PilarEdição2004Mérida
Relatório dos Trabalhos Arqueológicos - São LourençoMOREIRA, Maria da Graça de CarvalhoEdição1960Texto policopiado, constante no processo DGPC/Arqueologia, S - 01063 - São Lourenço.
Relatório de Trabalhos Arqueológicos - Estação Arqueológica de São LourençoSANTOS, Joaquim Manuel Batista dosEdição1985Texto policopiado, constante no processo DGPC/Arqueologia, S - 01063 - São Lourenço
"Antiguidades de Monsanto da Beira", Revista de GuimarãesALMEIDA, Fernando deEdição1956
"Antiguidades de Monsanto da Beira", Revista de GuimarãesFERREIRA, Octávio da VeigaEdição1956
Barragens Romanas do Distrito de Castelo Branco, Conimbriga, XXXIVCARDOSO, João LuísEdição1995
Monsanto, História e ArqueologiaMILHEIRO, Maria ManuelaEdição1972
Castelo Branco e sua RegiãoNUNES, António PiresEdição1980Castelo Branco
Barragens Romanas do Distrito de Castelo Branco, Conimbriga, XXXIVMASCARENHAS, José ManuelEdição1995
Barragens Romanas do Distrito de Castelo Branco, Conimbriga, XXXIVQUINTELA, António de CarvalhoEdição1995
A xestión da auga na paisaxe romana do occidente peninsularFORTES, MárioEdição2008Disponível em https://minerva.usc.es/xmlui/bitstream/10347/2532/1/9788498871944_content.pdf

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