Nota Histórico-Artistica | A povoação de Fronteira, antiga Vila Velha, tem como origem provável uma atalaia romana, cuja memória ainda se preserva no actual nome da freguesia principal, ou Nossa Senhora da Atalaia de Fronteira. Após a conquista cristã do local, devida ao esforço militar da Ordem de Avis, terá sido fundador da vila o seu 4.º mestre, D. Fernando Rodrigues Monteiro, já em 1226. Poucos anos mais tarde, em 1236, um documento emitido pelo cabido da Sé de Évora refere Fronteira como pertença do bispado. No entanto, parece justificar-se falar de uma "refundação" de Fronteira a par da construção do castelo dionisino, quando o núcleo povoado se transfere do cabeço onde se implantava originalmente (a "vila velha") para o interior das muralhas. Embora D. João I tenha concedido uma série de benefícios e isenções aos moradores de Fronteira, em sinal de reconhecimento pelo seu papel na Batalha dos Atoleiros (carta régia de 14 de Abril de 1424), a vila só receberia foral com o rei D. Manuel, corria o ano de 1512. Na sequência deste foral, foi erguido um pelourinho que hoje se conserva apenas parcialmente, em reconstrução do século XX, feita de acordo com a descrição conservada (Tombo do bens do Conselho de Fronteira) do monumento quinhentista. O pelourinho levanta-se no Largo do Município, junto aos Paços do Concelho, antiga Casa da Câmara, e à Torre do Relógio. O soco é constituído por três degraus quadrangulares, em alvenaria, lajeados com placas de mármore da região, sem qualquer tentativa de reproduzir a tipologia do soco original. Sobre este erguem-se os restantes elementos, estes na sua maior parte recolhidos da antiga picota, e remontados em 1940. A base da coluna, prismática e de planta octogonal, é decorada com moldurações horizontais, e rematada por escócia e bocel; o fuste é composto por dois troços de altura idêntica, o inferior oitavado e de faces lisas, o superior torso sinistorsum (espiralado para a esquerda), unidos por anel central duplo, este último de factura moderna. O capitel é ainda poligonal, e duplo, com boleados nas faces, e dois pequenos escudos, um portando as armas régias e outro as da ordem de São Bento de Avis (cruz flordelisada). O remate é novamente resultado da intervenção do século passado, sendo constituído por uma pinha com pequeno fogacho. Este monumento foi desmontado por duas vezes, supõe-se que em torno dos anos de 1830 e 1865, até que a Câmara Municipal o fez reerguer. Originalmente, o pelourinho teria ferros de sujeição (não refeitos), sendo rematado por uma cruz. SML |