Igreja da Misericórdia de Alcochete | |||||||||||||
Designação | |||||||||||||
Designação | Igreja da Misericórdia de Alcochete | ||||||||||||
Outras Designações / Pesquisas | Igreja da Santa Casa da Misericórdia de Alcochete / Museu Municipal de Alcochete (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt) | ||||||||||||
Categoria / Tipologia | Arquitectura Religiosa / Igreja | ||||||||||||
Tipologia | Igreja | ||||||||||||
Categoria | Arquitectura Religiosa | ||||||||||||
Inventário Temático | |||||||||||||
Localização | |||||||||||||
Divisão Administrativa | Setúbal/Alcochete/Alcochete | ||||||||||||
Endereço / Local |
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Distrito | Setúbal | ||||||||||||
Concelho | Alcochete | ||||||||||||
Freguesia | Alcochete | ||||||||||||
Proteção | |||||||||||||
Situação Actual | Classificado | ||||||||||||
Categoria de Protecção | Classificado como IIP - Imóvel de Interesse Público | ||||||||||||
Cronologia | Decreto n.º 2/96, DR, I Série-B, n.º 56, de 6-03-1996 (ver Decreto) Edital de 29-12-1883 da CM de Alcochete Despacho de homologação de 3-08-1990 do Secretário de Estado da Cultura Despacho de concordância de 25-07-1990 do presidente do IPPC Parecer de 12-07-1990 da 9.ª Secção do Conselho Consultivo do IPPC a propor a classificação como IIP Informação de 29-12-1987 do IPPC a considerar qie o imóvel tinha valor de âmbito local Proposta de 13-05-1987 da CM de Alcochete para a classificação como IIP | ||||||||||||
ZEP | Portaria n.º 47/2014, DR, 2.ª série, n.º 14, de 21-01-2014 (sem restrições) (ZEP da Igreja de São João Baptista, Matriz de Alcochete, da Capela de Nossa Senhora da Vida e da Igreja da Misericórdia de Alcochete) (ver Portaria) Relatório final do procedimento aprovado por despacho de 26-09-2013 da diretora-geral da DGPC Anúncio n.º 87/2013, DR, 2.ª série, n.º 45, de 5-03-2013 (ver Anúncio) Parecer favorável de 26-09-2012 da SPAA do Conselho Nacional de Cultura Nova proposta de 17-07-2012 da DRC de Lisboa e Vale do Tejo, com as restrições a aplicar Despacho de concordância de 3-01-2012 do diretor do IGESPAR, I.P. Parecer de 19-12-2011 da SPAA do Conselho Nacional de Cultura a propor a fixação de três ZEP individuais, mas coincidentes, devendo ser propostas as restrições previstas no Decreto-Lei n.º 309/2009, DR, 1.ª série, N.º 206 de 23-10-2009 (ver Diploma) Anúncio n.º 13022/2011, DR, 2.ª série, n.º 180, de 19-09-2011 (ver Anúncio) Parecer favorável de 3-03-2009 do Conselho Consultivo do IGESPAR. I.P. Informação favorável de 22-01-2009 da DRC de Lisboa e Vale do Tejo Proposta de alteração de 19-04-2007 da CM de Alcochete Despacho de concordância de 19-02-2007 do presidente do IPPAR Parecer favorável de 12-02-2007 do Conselho Consultivo do IPPAR Proposta de 25-10-2006 da DR de Lisboa para a fixação da ZEP conjunta da Igreja de São João Baptista, Matriz de Alcochete, da Capela de Nossa Senhora da Vida e da Igreja da Misericórdia de Alcochete | ||||||||||||
Zona "non aedificandi" | |||||||||||||
CLASS_NAME | Monumento | ||||||||||||
Património Mundial | |||||||||||||
Património Mundial Designação | |||||||||||||
Cadastro | |||||||||||||
AFECTACAO | 22051577 | ||||||||||||
Descrição Geral | |||||||||||||
Nota Histórico-Artistica | A igreja da Misericórdia de Alcochete é o mais importante testemunho do período de apogeu de que a vila ribeirinha desfrutou no século XVI. Quer pela sua localização (à beira rio e em provável conexão com o paço real que os monarcas de Avis aqui detinham), quer pela qualidade artística da sua construção (que lhe confere o estatuto de monumento primeiro no contexto de um tardo-renascimento da margem Sul do Tejo), a igreja é uma referência incontornável no passado e no presente de Alcochete. A sua construção remonta aos meados do século e estaria terminada, com grande probabilidade, em 1563, data inscrita no lintel do portal lateral Sul (o que está virado para a vila), juntamente com uma legenda alusiva à protecção da mater misericordiae. Ao que tudo indica, o projecto ficou a dever-se a um pouco conhecido arquitecto - Fernão Fidalgo -, a quem se tem vindo a atribuir as diversas construções monumentais religiosas dos concelhos de Alcochete e de Aldeia Galega (Montijo) nos meados e segunda metade do século XVI. Com efeito, quer as Misericórdias destas duas vilas, quer a Capela de Nossa Senhora da Vida, em Alcochete, quer ainda a Ermida de Santo António da Ussa, na herdade da Barroca de Alva, são construções unidas estilisticamente por um mesmo padrão tardo-renascentista erudito, "em moldes longinquamente italianizados", de que a Senhora da Vida é a manifestação mais clara (SERRÃO, 2002, p.216). Não restam dúvidas sobre a qualidade, originalidade e monumentalidade da igreja. O espaço foi propositadamente unificado, dispondo-se rectangularmente e diferenciando-se a capela-mor por estar em plano mais elevado que a nave. A cobertura reforça esta unificação espacial de tipo salão, ao compor-se por três panos de caixotões, onde se pintaram os símbolos da Misericórdia. Mas a principal característica do monumento, que o singulariza em relação a outras obras de idêntica funcionalidade, é o corpo quadrangular do narthex, que se adossa à fachada ocidental. Este elemento é também o que confere maior monumentalidade ao conjunto, uma vez que se organiza em dois andares: o primeiro corresponde àquele espaço de preparação para a entrada no templo, com acesso tripartido em cada alçado através de um amplo arco de volta perfeita; o segundo foi concebido como sala de reuniões e Casa do Despacho da Irmandade, impondo-se em altura bem acima do telhado da própria igreja. Findos os trabalhos de arquitectura, a Misericórdia de Alcochete esforçou-se por dotar o interior de elementos devocionais de qualidade. Exemplo máximo disso mesmo é o retábulo-mor, obra efectuada entre 1586 e 1588 e devido a um dos mais importantes nomes da pintura maneirista tardia portuguesa: Diogo Teixeira. Com oficina em Lisboa, a sua obra está documentada a partir da década de 60 e espalha-se por todo o país. Fiel a um formulário ideológico pós-Concílio de Trento, que preconizava o catequismo imagético sobre as pesquisas vanguardistas das décadas anteriores, o retábulo alcochetano é uma das realizações que melhor define o seu trabalho, aqui em parceria com o genro António da Costa. Como espaço sagrado quinhentista, a igreja foi escolhida, por vários membros da nobreza local e da hierarquia da ordem de Santiago, para última morada. A maioria destas sepulturas data dos anos finais do século XVI, contando-se a de D. João de Mascarenhas, D. João de Almeida (neto do conde de Abrantes e provedor da Misericórdia) e o panteão da família Viegas, entre outras (ESTEVAM, 2001, 2ªed., pp.50-59). O capítulo mais recente da história da igreja iniciou-se nos finais do século XX. A 15 de Agosto de 1990, era criado o Museu Municipal de Alcochete, cujo pólo de Arte Sacra foi concebido para se instalar no imóvel. Este, foi restaurado para o efeito, com projecto do arquitecto Vítor Mestre, inaugurando-se em 1993 e assumindo, a partir daí, um lugar de verdadeiro destque no roteiro cultural da vila. PAF | ||||||||||||
Processo | |||||||||||||
Abrangido em ZEP ou ZP | |||||||||||||
Outra Classificação | |||||||||||||
Nº de Imagens | 10 | ||||||||||||
Nº de Bibliografias | 8 |
TITULO | AUTOR(ES) | TIPO | DATA | LOCAL | OBS. |
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O concelho de Alcochete | COSTA, Eduardo Avelino Ramos da | Edição | 1902 | Alcochete | |
O povo de Alcochete, Apontamentos históricos sobre a terra e o pessoal | ESTEVAM, José | Edição | 1950 | Lisboa | |
Anais de Alcochete. Dados históricos desde o século XIII | ESTEVAM, José | Edição | 1956 | Lisboa | |
Edifícios e monumentos notáveis do concelho de Alcochete | GRAÇA, Luís | Edição | 1998 | Lisboa | |
A vila de Alcochete e o seu concelho | NUNES, Luís Santos | Edição | 1972 | Lisboa | |
"Tomás Luís e o antigo retábulo da igreja da Misericórdia de Aldeia Galega do Ribatejo", Artis | SERRÃO, Vítor | Edição | 2002 | Lisboa | |
Igrejas e Capelas da Costa Azul | DUARTE, Ana Luisa | Edição | 1993 | Setúbal | |
Retábulos das Misericórdias Portuguesas | LAMEIRA, Francisco | Edição | 2009 | Faro |
Igreja da Misericórdia de Alcochete - Enquadramento geral a partir da frente ribeirinha de Alcochete
Igreja da Misericórdia de Alcochete - Fachada lateral direita: torreão ocidental
Igreja da Misericórdia de Alcochete - Planta com a delimitação e a ZP que esteve em vigor até ser fixada a ZEP
Igreja da Misericórdia de Alcochete - Planta com a delimitação e a ZEP propostas pela DRCLVT e depois pelo CC em 12-02-2007. mas mais tarde alterada após proposta da CM e parecer favorável do CC em 3-03-2009
Igreja da Misericórdia de Alcochete - Planta com a alteração da ZEP proposta pela CM e aprovada pelo CC em 3-03-2009
Igreja da Misericórdia de Alcochete - Planta com a delimitação e a ZEP (conjunta) em vigor
Igreja da Misericórdia de Alcochete - Fachadas principal e lateral direita
Igreja da Misericórdia de Alcochete - Fachadas principal e lateral direita
Igreja da Misericórdia de Alcochete - Fachada posterior
Igreja da Misericórdia de Alcochete - Fachadas lateral esquerda e principal