Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Igreja de Nossa Senhora da Piedade
Designação
DesignaçãoIgreja de Nossa Senhora da Piedade
Outras Designações / PesquisasIgreja de Nossa Senhora da Piedade da Merceana / Igreja de Nossa Senhora da Piedade da Merceana / Santuário de Nossa Senhora da Piedade da Merceana (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Religiosa / Igreja
TipologiaIgreja
CategoriaArquitectura Religiosa
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaLisboa/Alenquer/Aldeia Galega da Merceana e Aldeia Gavinha
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Rua da República (ou Rua Principal)Merceana Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
39.093745-9.111858
DistritoLisboa
ConcelhoAlenquer
FreguesiaAldeia Galega da Merceana e Aldeia Gavinha
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
CronologiaDecreto n.º 67/97, DR, I Série-B, n.º 301, de 31-12-1997 (ver Decreto)
Edital N.º 20 de 18-06-1996 da CM de Alenquer
Despacho de autorização e classificação de 17-05-1996 do Ministro da Cultura
Parecer de 3-11-1993 da 1.ª Secção do Conselho Consultivo do IPPAR a propor a classificação como IIP
Em 23-05-1993 a CM de Alenquer informou considerar de todo o interesse a classificação do imóvel
Despacho de abertura de 6-12-1991 do presidente do IPPC
Proposta de 4-12-1991 do IPPC para a abertura da instrução de processo de classificação
Em 5-09-1990 a CCNSPM enviou documentação sobre o imóvel
Em 30-08-1990 foi solicitado à Confraria da Casa de Nossa Senhora da Piedade da Merceana o envio de documentação para avaliar o valor patrimonial do imóvel
Processo iniciado em 1990 no IPPC
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO12700526
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaNa origem deste templo, dedicado a Nossa Senhora da Piedade, encontra-se uma lenda alusiva à aparição de uma imagem de Nossa Senhora, que motivou, no século XIV, a edificação, nesse mesmo local, de uma igreja comemorativa deste acontecimento. Do primitivo templo nada resta, embora a iconografia relativa ao milagre se tenha perpetuado ao longo dos tempos, subsistindo vários exemplos, do século XVI ao XVIII.
O culto a Nossa Senhora da Piedade fortaleceu-se, e à igreja original sucedeu uma outra, bem mais sumptuosa, patrocinada, ao que tudo indica, pela Rainha D. Leonor (HENRIQUES, 1873; MELO, GUAPO, MARTINS, 1984, p.28; Santuário N.S. Piedade, 1981, p.2). A data apontada para o templo quinhentista é a de 1520, mas o ano de 1535 inscrito numa das pilastras do lado do Evangelho faz avançar a cronologia dos trabalhos. Destes, apenas se conserva o arco triunfal, e as arcadas que dividem o interior em três naves. Esta planimetria, denota a referência ao modelo do gótico mendicante, mas adaptado à espacialidade renascentista, com decorações características, como os tondi ou o medalhão alusivo à lenda já referida. Rafael Moreira inscreve a igreja nos exemplos do denominado 1º Renascimento, para os quais foi determinante a encomenda aristocrática, atribuindo a iniciativa da edificação do templo ao herdeiro de D. Isabel de Sousa, viúva do Alcaide de Óbidos e irmã do Arcebispo D. Diogo de Sousa (MOREIRA, 1999, vol. II, p. 342).
Já no século XVII, os excessivos gastos da Confraria levaram à imposição de visitações periódicas à igreja, por parte de Filipe II, numa tentativa de controlar os montantes despendidos em festas, e com o objectivo de tornar a igreja mais sumptuosa. É neste contexto que se deve enquadrar a sacristia actual, o púlpito, a teia de pau brasil, o novo retábulo-mor (actualmente na sacristia), e o revestimento azulejar de tipo tapete na capela-mor (este, aconselhado pelos visitadores, em 1636 - SIMÕES, 1979, p.179). Foram estes os exemplares vendidos em 1776 e 1782 ao prior da Ventosa e à igreja de Arruda dos Vinhos, depois de substituídos pelos painéis oitocentistas que hoje conhecemos (SIMÕES, 1981, p.7).
A centúria seguinte trouxe consigo grandes transformações, acentuando o carácter barroco da decoração, numa arquitectura que se mantinha sóbria e depurada. Logo em 1704-1707 foi edificada a torre Sul, e a fachada beneficiou da galilé que hoje conhecemos, acrescentando-se ainda às dependências já existentes, o celeiro e a Sala das Sessões. No interior, registou-se um novo coro, bem como um retábulo de talha dourada em cuja tribuna se exibe a imagem de Nossa Senhora da Piedade, e o altar de embutidos marmóreos. As pinturas do tecto, da autoria de António Pimenta Rolim, inscrevem-se nesta campanha, e estão datadas de 1746 (FALCÃO,1986, pp.21-25). Ainda do século XVIII são os restantes altares de talha dourada, as 4 telas da capela-mor, e os azulejos historiados que revestem este espaço (identificados por Santos Simões como cenas da vida de Santa Cecília, e c. 1740) (1979, p.179).
O Terramoto de 1755 arruinou bastante a igreja, procedendo-se, nos anos subsequentes, à reparação da fachada, coro, sala das sessões, celeiro, e torre Sul. O alargamento da confraria ao Brasil permitiu que a segunda metade do século XVIII se tornasse um período de apogeu, graças às esmolas vindas do outro lado do Atlântico. Datam deste período muitos trabalhos de talha e alguma azulejaria (transepto - c. 1780). Os azulejos da nave, com emblemas marianos e moldura polícroma são já do início do século XIX, tal como a torre Norte.
Por fim, resta referir as obras do antigo celeiro, transformado em baptistério pelo arquitecto Luís Cristino da Silva, em 1960, e que contou com a colaboração de outros artistas seus contemporâneos, como Leopoldo de Almeida (que modelou um São João Baptista, em bronze), Severo Portela (autor da pintura a óleo representando a face de Cristo), e Eduardo Leite (que desenhou o pavimento cerâmico). (RC)
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens0
Nº de Bibliografias6

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Documentos da Real Casa de Nossa Senhora da Piedade da Merceana relativos aos pintores António Pimenta Rolim e Francisco Pinto PereiraFALCÃO, José AntónioEdição1986Santiago do Cacém
Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de LisboaAZEVEDO, Carlos deEdição1963LisboaLisboa Data do Editor : 1973
Alemquer e seu concelhoHENRIQUES, Guilherme João CarlosEdição1914Lisboa
Azulejaria em Portugal no século XVIIISIMÕES, J. M. dos SantosEdição1979Lisboa
"Arquitectura: renascimento e classicismo", História da Arte Portuguesa, vol. II, 1995, pp. 303-375MOREIRA, RafaelEdição1995Lisboa
Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de LisboaFERRÃO, JulietaEdição1963LisboaLisboa Data do Editor : 1973
Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de LisboaGUSMÃO, Adriano deEdição1963LisboaLisboa Data do Editor : 1973
O concelho de Alenquer - subsídios para um roteiro de arte e etnografiaMELO, António de OliveiraEdição1989Alenquer
O concelho de Alenquer - subsídios para um roteiro de arte e etnografiaGUAPO, António RodriguesEdição1989Alenquer

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