Nota Histórico-Artistica | Do pelourinho de Borba, apeado no início do século XIX, restam apenas alguns fragmentos à guarda da Câmara Municipal. Não permitindo a reconstituição rigorosa do monumento, são ainda assim o único testemunho do mais importante símbolo da autonomia jurídica de que o município gozou no passado. O primeiro foral de Borba foi dado em 1302, por D. Dinis, tendo a vila recebido foral novo, por D. Manuel, em 1513. A esta renovação do foral seguia-se geralmente o levantamento de picota nova, embora no presente caso esta seja uma peça mais tardia, não propriamente manuelina, mas sim renascentista, como se pode comprovar pela análise dos poucos elementos conservados. Erguia-se junto à Cadeia da comarca, em frente ao castelo, na actual Praça do Povo, onde até finais do século XVIII funcionou o Senado municipal (ESPANCA, 1978). Todas as peças são talhadas em mármore branco da região. Os fragmentos ainda existentes resumem-se ao capitel, em estilo coríntio, e ao respectivo remate, constituído por um esferóide achatado de boas dimensões, formado por duas calotes unidas por um anel moldurado, e lavradas com caneluras fundas, terminando em orifícios circulares, que seria sobrepujada por uma pinha. Tratava-se portanto de um pelourinho de roca, certamente muito semelhante ao de Veiros (datado de 1539), que é possível presumir ser por sua vez inspirado no pelourinho de Vila Viçosa (ESPANCA, 1978). Completo, deveria erguer-se sobre pilar de secção quadrada e plinto chanfrado, por sua vez levantado num soco de degraus igualmente quadrangulares. SML |