Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Igreja de São Miguel de Castro Verde, incluindo todo o seu recheio
Designação
DesignaçãoIgreja de São Miguel de Castro Verde, incluindo todo o seu recheio
Outras Designações / PesquisasIgreja de São Miguel dos Gregórios / Igreja de São Miguel (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Religiosa / Igreja
TipologiaIgreja
CategoriaArquitectura Religiosa
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaBeja/Castro Verde/Castro Verde e Casével
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Caminho Municipal 535, de Castro Verde a Casével, ao km 8Monte dos Gregórios Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
37.740743-8.163057
DistritoBeja
ConcelhoCastro Verde
FreguesiaCastro Verde e Casével
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
CronologiaDecreto n.º 516/71, DG, I Série, n.º 274, de 22-11-1971 (ver Decreto)
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO12737527
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaA pequena igreja rural de São Miguel de Castro Verde ergue-se a alguma distância da povoação, tratando-se de uma típica igreja de romaria, rodeada inclusivamente por estruturas de apoio aos peregrinos (casa dos romeiros, em ruínas). De resto, a Romaria de São Miguel ainda é realizada em Castro Verde, no mês de Maio. A actual igreja terá substituído outra, seiscentista, a cerca de um quilómetro de distância; no seu local foi construída, a par das obras do novo templo e pelo mesmo mestre pedreiro, uma fonte apelidada de Fonte Santa ou Fonte dos Milagres. Esta fonte faz parte do percurso dos peregrinos, uma vez que evoca, no local primitivo, o milagre que deu origem ao templo e à romaria associada.
A empreitada da igreja, bem como a da fonte, está documentalmente atribuída a mestre Pedro Gomes. As obras tiveram início entre 1715 e 1720, embora os edifícios anexos (sacristia, casa dos romeiros, estrebaria) se tenham levantado entre 1719 e 1728. Os registos de pagamentos conhecidos, alguns deles por trabalhos de arquitectura, continuam pelo menos até 1776, quando é levantado o arco triunfal, pelo que a obra se terá arrastado por muito tempo. Mesmo para além desta data, e até final do século XVIII, continuam a ser efectuados trabalhos de revestimento do interior; o sino será pago em 1799.
Rodeada por um pequeno terreno murado, a igrejinha distribui-se em L, composto pelo corpo da nave e pela sacristia, adossada ao alçado esquerdo, junto da cabeceira. A fachada principal, bastante simples, é rematada em empena triangular com cruz latina, sob a qual se abre o portal de verga recta, encimado por um janelão também rectangular. Os cunhais do edifício são coroados por acrotérios com remates piramidais, existindo ainda uma cruz sobre a empena da cabeceira, em simetria com a da fachada principal. Sobre a sacristia, rasgada igualmente por porta de verga recta, levanta-se a sineira, composta por um arco redondo rodeado por aletas barrocas e coroado por um frontão interrompido.
O interior, de nave única, é coberto com abóbada de berço, tal como a capela-mor. O arco triunfal, datado já de finais da centúria, é um vão redondo assente sobre largas pilastras. Os panos murários são totalmente revestidos com azulejos policromos em tapete, que se sabe terem sido encomendados em Lisboa, e pagos em 1779; incluem cenas alusivas às intervenções milagrosas de São Miguel, na capela-mor. Mas particularmente interessante é o tratamento da abóbada da capela, onde se simula uma arquitectura fingida em trompe-l'oeil, com notável tratamento perspéctico. Quanto ao altar-mor, trata-se de uma elegante peça em mármore branco e rosa. Ao trabalho da pedra soma-se o de carpintaria, incluindo o púlpito da nave.
De realçar que a estrutura deste templo, desde a fachada principal até ao interior, corrido por uma cimalha moldurada sobre a qual assentam as abóbadas, é muito semelhante à de outros monumentos coevos da região, como é o caso da Igreja Matriz de Entradas, situada no mesmo concelho, e erguida a partir de 1745, quando a Igreja de São Miguel estava ainda longe da sua conclusão. O arco triunfal é decorado com as armas reais, permitindo supor que o avanço das obras só foi possível após patronagem régia; aliás, o revestimento azulejar do templo é atribuído à iniciativa de D. Maria, talvez em continuação do interesse que D. José teria demonstrado pela obra (e que, de forma geral, D. João V já demonstrara por todo o concelho de Castro Verde, que foi priorado da Coroa). O carácter erudito do tecto em perspectiva, bem como a intervenção documentada de mestre Sebastião de Abreu, um dos expoentes máximos da arte da talha rococó no Alentejo, na obra da igreja, mais acrescentam à hipótese de uma intervenção directa da família real para que os trabalhos pudessem seguir. SML
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens9
Nº de Bibliografias0

IMAGENS

Igreja de São Miguel de Castro Verde - Fachada principal

Igreja de São Miguel de Castro Verde - Zona envolvente

Igreja de São Miguel de Castro Verde - Zona envolvente: ruínas da casa de romeiros

Igreja de São Miguel de Castro Verde - Interior: capela-mor

Igreja de São Miguel de Castro Verde - Interior: pintura mural no tecto da capela-mor

Igreja de São Miguel de Castro Verde - Interior da capela-mor: painel de azulejos imitando porta

Igreja de São Miguel de Castro Verde - Campanário sobre o corpo da sacristia

Igreja de São Miguel de Castro Verde - Fachada lateral esquerda (DGEMN)

Igreja de São Miguel de Castro Verde - Fachada principal (DGEMN)

MAPA

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