Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Castelo de Algoso
Designação
DesignaçãoCastelo de Algoso
Outras Designações / PesquisasCastelo de Algoso (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Militar / Castelo
TipologiaCastelo
CategoriaArquitectura Militar
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaBragança/Vimioso/Algoso, Campo de Víboras e Uva
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
-- -Algoso Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
41.461264-6.579282
DistritoBragança
ConcelhoVimioso
FreguesiaAlgoso, Campo de Víboras e Uva
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
CronologiaDecreto n.º 40 361, DG, I Série, n.º 228, de 20-10-1955 (ver Decreto)
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO9913229
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaO castelo de Algoso é uma das mais importantes fortalezas medievais do Leste transmontano, evocadora das guerras com Leão, das tentativas do monarca português em afirmar a sua autoridade na região e, finalmente, da comenda hospitalária que aqui se estabeleceu em 1224 (TEIXEIRA, 2004).
A arqueologia permitiu confirmar que, antes de a Idade Média aqui ter erguido um castelo, foram várias as fases de povoamento, identificando-se materiais dos períodos calcolítico (em particular moldes de fundição de machados de bronze), proto-histórico e romano (correspondendo, estes últimos, a elementos cerâmicos aparentemente associados a uma lixeira do século IV e não a uma efectiva presença militar) (ARGÜELLO, 2004, pp.195-196).
A história do castelo de Algoso tem início no século XII, em altura ainda incerta, mas que se poderá situar "durante a fase final do reinado de Afonso Henriques, quando Sancho I se encontrava já associado ao exercício do poder régio" (TEIXEIRA, 2004, p.179). Por essa altura, e de acordo com informações das Inquirições de 1258, o castelo foi construído por Mendo Bofino (ao que tudo indica um dos apoiantes da causa de Afonso Henriques contra D. Teresa, e que, nas décadas centrais do século XII, teve grande protagonismo no Leste transmontano), em troca da vila de Vimioso. Verifica-se, assim, uma associação entre um importante nobre local (que sabemos ter tido ligações com a corte de Leão, mas que se manteve fiel à causa portuguesa) e o rei, indicador que, associado à condição do castelo como cabeça da Terra de Miranda, revela bem a importância da fortaleza "como ponto nuclear de apoio da autoridade régia" nesta periférica região (IDEM, p.181).
Infelizmente, desta primeira fase de construção, pouco ou nada sabemos. É possível que obedecesse "aos princípios do "castelo românico", com ou sem torre de menagem no interior do recinto murado", e acompanhando as condicionantes do terreno, mas nenhum elemento resgatado arqueologicamente é cronologicamente relacionável com esse período (IDEM, p.185) e, pelo registo arqueológico, parece confirmar-se que os níveis do século XII "foram arrasados nos séculos posteriores" (ARGÜELLO, 2004, p.196).
A partir de 1224, a primitiva estrutura foi radicalmente alterada. Nesta data, ou um pouco antes (TEIXEIRA, 2004, p.182), o castelo foi doado à Ordem de São João do Hospital, depois de um relativamente longo período de guerra com Leão. Nesta altura, a expansão da autoridade régia por Trás-os-Montes privilegiava a criação de julgados e de vilas novas, de carácter urbano, relegando os castelos para uma situação puramente defensiva e de conteúdo unicamente militar.
Na posse dos Hospitalários, o castelo foi transformado numa fortaleza gótica, caracterizada por uma ideia de defesa activa. Data deste período a torre de menagem heptagonal, assim concebida para melhor resistir a ataques, proporcionar mais adequados ângulos de tiro (em particular os verticais, conforme se documenta pela existência de um balcão de matacães sobre a porta de entrada do recinto) e melhor servir de residência ao comendador (IDEM, p.185). Do projecto gótico, terá feito igualmente parte um torreão localizado a Sul, que Duarte d'Armas ainda desenhou em 1509. Na transição para a Modernidade, o castelo foi parcialmente actualizado à pirobalística, mas "sem um programa extenso e coerente de remodelação", os trabalhos foram muito limitados (IDEM, p.187).
No Numeramento de 1530, refere-se que, no castelo, só vive o alcaide (GOMES, 2003, p.148) e, em 1684, eram já muitas as estruturas que se encontravam abandonadas e em ruínas. No final do século XVII, ainda se procederam a algumas obras, mas só muito recentemente se inverteu o processo decadente, primeiro com a DGEMN (nas décadas de 50 a 70 do século XX) e, na actualidade, com o IPPAR que, em parceria com a autarquia de Vimioso, aqui desenvolve um importante projecto de recuperação e valorização do conjunto (AMARAL, 2004; ANES, 2004).
PAF
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens33
Nº de Bibliografias19

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
O Leste do Território BracarenseNETO, Joaquim MariaEdição1975Torres Vedrasp. 363
A Cultura Castreja no Noroeste de PortugalSILVA, Armando Coelho Ferreira daEdição1986Paços de Ferreira
Memórias arqueológico-históricas do distrito de Bragança: repositório amplo de notícias corográficas, hidro-orográficas, geológicas, mineralógicas, hidrológicas, biobibliográficas, heráldicas (...), 2ªed.ALVES, Francisco ManuelEdição2000BragançaPublicado a 1909-1948
Castelos PortuguesesMONTEIRO, João GouveiaEdição2002LisboaLivro sem bibliografia Este guia propõe, para um vasto público, uma visão sintética da história da arquitectura militar portuguesa bem como um entendimento aprofundado dos elementos constituintes e funcionais dos castelos românico e gótico.
Castelos PortuguesesPONTES, Maria LeonorEdição2002LisboaLivro sem bibliografia Este guia propõe, para um vasto público, uma visão sintética da história da arquitectura militar portuguesa bem como um entendimento aprofundado dos elementos constituintes e funcionais dos castelos românico e gótico.
Povoamento Romano de Trás-os-Montes Oriental, 6 vols., Dissertação de Doutoramento apresentada à Universidade do MinhoLEMOS, Francisco SandeEdição1993Braga6 Vols.
"O povoamento medieval em Trás-os-Montes e no Alto Douro. Primeiras impressões e hipóteses de trabalho", Arqueologia Medieval, nº2, pp.171-190GOMES, Paulo José Antunes DórdioEdição1993Porto
"A Ordem do Hospital e a arquitectura militar em Portugal (Sécs. XII a XIV)", 3ºCongresso de Arqueologia Peninsular, vol. VII, 2000, pp.187-209BARROCA, Mário JorgeEdição2000Porto
Roteiro dos castelos de Trás-os-MontesVERDELHO, PedroEdição2000Chaves
Pré-História recente no Planalto Mirandês (Leste de Trás-os-Montes)SANCHES, Maria de JesusEdição1992Porton.º 3, p. 170.
"O projecto de valorização do Castelo de Algoso (Vimioso)", Património - Estudos, nº7, pp.175-177AMARAL, PauloEdição2004Lisboa
"O castelo de Algoso. Do domínio régio ao senhorio hospitalário", Património - Estudos, nº7, pp.178-191TEIXEIRA, Ricardo Jorge Coelho Marques AbrantesEdição2004Lisboa
"Intervenção arqueológica no castelo de Algoso", Património - Estudos, nº7, pp.192-197ARGÜELLO MENÉNDEZ, JorgeEdição2004Lisboa
"Reabilitação e valorização do castelo de Algoso. Enquadramento conceptual e fundamentação técnica", Património - Estudos, nº7, pp.198-205ANES, PauloEdição2004Lisboa
Vimioso. Notas monográficasALVES, Francisco ManuelEdição1968Coimbra
Vimioso. Notas monográficasAMADO, Adrião MartinsEdição1968Coimbra
"O castelo e a comenda de Algoso (apontamentos para uma monografia)", Brotéria, vol. XX, fasc. 5-6, pp.352-361LOPES, Miranda José ManuelEdição1935Lisboa
"Os comendadores de Algoso (1224-1416)", Brotéria, vol. XXII, fasc.4-5, pp.311-319LOPES, Miranda José ManuelEdição1936Lisboa
Fundação do Castelo de Algoso : quem era D. Bofino, testemunha e confirmante da doação do burgo do porto, por D. Teresa, em 1120?MOUTINHO, António MariaEdição1974Bragança
A Ordem Militar do Hospital em Portugal (séculos XII-XIV), Dissertação de Mestrado em História Medieval apresentada à Faculdade de Letras da Universidade do PortoCOSTA, Paula PintoEdição1993Porto
Castelos em Portugal. Retrato do seu Perfil ArquitectónicoCORREIA, Luís Miguel Maldonado de VasconcelosEdição2010Coimbra

IMAGENS

Castelo de Algoso - Enquadramento geral e zona envolvente

Castelo de Algoso - Vista geral (IPPC)

Castelo de Algoso - Vista geral (DGEMN, 1951)

Castelo de Algoso - Vista geral: acesso

Castelo de Algoso - Vista geral

Castelo de Algoso - Vista geral

Castelo de Algoso - Torre de menagem (vista a partir da Praça das Armas)

Castelo de Algoso - Torre e maciço rochoso do lado norte

Castelo de Algoso - Torre e maciço rochoso do lado poente-norte

Castelo de Algoso - Torre de Menagem (intervenção)

Castelo de Algoso - Acompanhamento de obras

Castelo de Algoso - Enquadramento geral

Castelo de Algoso - Vista geral

Castelo de Algoso - Enquadramento geral visto a partir da ponte do rio Angueira

Castelo de Algoso - Vista geral

Castelo de Algoso - Enquadramento do Monte da Penenciada visto a partir da ponte sobre o rio Angueira

Castelo de Algoso - Zona envolvente: rio Angueira

Castelo de Algoso - Vista geral

Castelo de Algoso - Encosta do Monte da Penenciada

Castelo de Algoso - Interior: acessos suspensos

Castelo de Algoso - Zona envolvente: capela de Nossa Senhora da Assunção

Castelo de Algoso - Zona envolvente: capela de Nossa Senhora da Assunção

Castelo de Algoso - Enquadramento geral visto a partir da ponte do rio Angueira

Castelo de Algoso - Face norte

Castelo de Algoso - Face norte

Castelo de Algoso - Enquadramento geral do monte da Penenciada e do rio Angueira

Castelo de Algoso- Paisagem envolvente vista a partir da janela da torre

Castelo de Algoso - Interior da cisterna: cobertura

Castelo de Algoso - Interior da cisterna: escada de acesso

Castelo de Algoso - Interior da cisterna: pavimento

Castelo de Algoso - Interior da cisterna: cobertura

Castelo de Algoso - Panorâmica da paisagem vista a partir da torre de menagem

Castelo de Algoso - Interior da cisterna: arcos da cobertura

MAPA

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