Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Conjunto dos elementos que caracterizam o pátio nobre e jardins da Casa de Simães (muro principal, portão armoriado, fontes e estátuas)
Designação
DesignaçãoConjunto dos elementos que caracterizam o pátio nobre e jardins da Casa de Simães (muro principal, portão armoriado, fontes e estátuas)
Outras Designações / PesquisasCasa de Simães e Jardins (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Civil / Casa
TipologiaCasa
CategoriaArquitectura Civil
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaPorto/Felgueiras/Margaride, Várzea, Lagares, Varziela e Moure
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
- -Simães Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
41.354688-8.166938
DistritoPorto
ConcelhoFelgueiras
FreguesiaMargaride, Várzea, Lagares, Varziela e Moure
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
CronologiaDecreto n.º 735/74, DG, I Série, n.º 297, de 21-12-1974 (ver Decreto)
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO12707538
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaA freguesia de Moure teve origem no reguengo de grandes dimensões que D. Afonso III "aforou aos homens bons (...), os quais se comprometeram a servir de homens de falas e a reunir-se, aqui, no lugar de Felgueiras desta freguesia, para decidirem certos assuntos administrativos e de justiça local" (FERNANDES, 1989, p. 78). O dinamismo da região levou a que D. Dinis conferisse privilégios aos responsáveis pela valorização desta zona, formando-se então uma série de feudos, já mencionados no foral de D. Manuel (IDEM). Entre estes, encontra-se o de Simães.
Inicialmente, a casa da Quinta não deveria apresentar elementos de destaque, servindo de morada aos Juízes dos Órfãos do Concelho. Mais tarde, em 1607, a propriedade foi adquirida por Francisco Pinto da Cunha (Guia de Portugal, 1982, p. 1265). A partir desta data, a casa de Simães tornou-se habitação dos donatário de Felgueiras, cargo exercido pelo referido Francisco Pinto da Cunha que, em 1613, instituiu um vínculo de morgadio em nome do irmão, João Pinto da Cunha, então arcediago de Lisboa (FERNANDES, 1989, p. 79).
Deve-se, com certeza, ao primeiro donatário a habitar a casa de Simães, os melhoramentos do edifício habitacional mas, a crer no imóvel que hoje conhecemos, esta campanha de obras apenas terá uniformizado os vãos que se abrem nos alçados dos diferentes volumes, de moldura recta com friso superior saliente.
De facto, os elementos do exterior que subsistem actualmente, apontam para uma cronologia mais tardia, denotando um gosto barroco ou mesmo rococó. Estes, foram edificados já no decorrer do século XVIII, mas desconhecemos se na mesma época a casa foi objecto de nova remodelação, pois o que hoje observamos é um imóvel de características funcionais, onde os elementos decorativos foram circunscritos à sua expressão mais reduzida.
Assim, ganha especial importância o portal armoriado, de acesso à propriedade e ao pátio, onde se encontram as fontes e os diferentes volumes correspondentes à casa. O portal é flanqueado por pilastras com capitéis que suportam o entablamento, liso, sobre o qual se ergue o frontão contracurvado. No tímpano, exibe-se brasão esquartelado dos Pintos, Pereiras, Silvas e Coelhos, rodeado por esculturas de guerreiros (IDEM, p. 140). Já no pátio, destacam-se as cinco fontes, integradas no amplo muro que delimita a área do que terá sido um antigo jardim. Cada uma delas é uma alegoria às quatro parte dos mundo - África, Ásia, Europa e América, mas relacionável com os quatro ramos do brasão da família. Ou seja, à Ásia correspondem os Pereira, à África os Pintos, à Europa os Coelhos e à América os Silvas (IDEM, p. 141). Assim, observamos um programa iconográfico que se prolonga desde o portão até ao jardim, e que tinha por objectivo a exaltação do prestígio e poder dos proprietários da Quinta.
A ultima fonte apresenta a figura de um cupido, e todas as outras assentam sobre representações de monstros marinhos a partir dos quais a água jorra para o tanque. Nos intervalos das fontes, encontram-se bancos para descanso e o muro é coroado por elementos de cantaria, contracurvados, que terminam em esferas. Ao centro do pátio, encontra-se ainda um chafariz e, nos extremos do muro duas esculturas de granito representam escudeiros (Guia de Portugal, 1982, p. 1265).
Ainda que apenas estes elementos tenham chegado até hoje, é possível que o pátio original apresentasse uma maior complexidade formal, mas onde a natureza foi trabalhada para servir enquanto espaço de passeio, e onde os equipamentos, de que os bancos entre as fontes são um dos melhores exemplos, foram pensados para a fruição de quem os habitava. Por outro lado, o jardim barroco implica "uma visão do mundo, do homem e do próprio cosmos", que no caso da Quinta de Simães se prende com referências mitológicas, mas também profanas e mundanas, de exaltação da nobreza dos seus habitantes, como pudemos observar (LETE, 1989, p. 238).
(Rosário Carvalho)
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens0
Nº de Bibliografias2

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Felgueiras de Ontem e de HojeFERNANDES, Maurício AntoninoEdição1989Felgueiras
Guia de Portugal, Vol. IIColecção

IMAGENS

MAPA

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