Capela de Nossa Senhora do Carmo | |||||||||||||
Designação | |||||||||||||
Designação | Capela de Nossa Senhora do Carmo | ||||||||||||
Outras Designações / Pesquisas | Capela de Nossa Senhora do Mocharro Antiga Igreja de São João do Mocharro / Capela de Nossa Senhora do Carmo / Ermida de São João do Mocharro (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt) | ||||||||||||
Categoria / Tipologia | Arquitectura Religiosa / Capela | ||||||||||||
Tipologia | Capela | ||||||||||||
Categoria | Arquitectura Religiosa | ||||||||||||
Inventário Temático | |||||||||||||
Localização | |||||||||||||
Divisão Administrativa | Leiria/Óbidos/Santa Maria, São Pedro e Sobral da Lagoa | ||||||||||||
Endereço / Local |
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Distrito | Leiria | ||||||||||||
Concelho | Óbidos | ||||||||||||
Freguesia | Santa Maria, São Pedro e Sobral da Lagoa | ||||||||||||
Proteção | |||||||||||||
Situação Actual | Classificado | ||||||||||||
Categoria de Protecção | Classificado como IIP - Imóvel de Interesse Público | ||||||||||||
Cronologia | Decreto n.º 40 361, DG, I Série, n.º 228, de 20-10-1955 (ver Decreto) | ||||||||||||
ZEP | |||||||||||||
Zona "non aedificandi" | |||||||||||||
CLASS_NAME | Monumento | ||||||||||||
Património Mundial | |||||||||||||
Património Mundial Designação | |||||||||||||
Cadastro | |||||||||||||
AFECTACAO | 12699926 | ||||||||||||
Descrição Geral | |||||||||||||
Nota Histórico-Artistica | A antiga capela de São João do Mocharro é o mais importante templo medieval que se conserva na "medievalizada" vila de Óbidos, e um dos que melhor reflecte o que foi a arquitectura gótica nos reinados de D. Dinis e de D. Afonso IV. Apesar de estarmos muito mal informados acerca de grande parte da sua história (e do processo de quase ruína a que foi votado nos últimos séculos), não restam dúvidas sobre a sua relevância regional e, até, nacional. Ao que alguns estudos têm acentuado, esta foi a igreja dos moçárabes de Óbidos durante os derradeiros anos de domínio árabe, comunidade cantonada à sombra das muralhas, mas no exterior, numa zona de relevo muito acidentado e diante da extensa lagoa (SILVA, 1994, p.21). No entanto, nunca se realizaram escavações neste local e, até ao momento, o passado moçárabe da igreja permanece como perspectiva de estudo, mas não como certeza. A construção que hoje conhecemos deu-se no início do século XIV e constitui um capítulo importante da marcha da arquitectura gótica nacional. De nave única (ao contrário do modelo paroquial da altura, que privilegiou uma espacialidade tripartida) e capela-mor quadrangular (que contraria também o esquema então em voga de cabeceira poligonal com altas janelas verticais entre contrafortes), possui grande parte das características construtivas e decorativas do Gótico dionisino. Aqui encontramos os robustos contrafortes (mais pesados do que aparentemente as necessidades técnicas o exigiriam), escalonados em altura através de pequenas cornijas salientes e progressivamente adelgaçados, que seccionam os panos murários em espaços iguais e possibilitam, assim, a abertura de janelas de arco quebrado, neste caso de vão relativamente curto. Aplicados à capela-mor, estes contrafortes marcam esteticamente o conjunto e, apesar de esta cabeceira estar longe da qualidade artística da arquitectura religiosa mendicante (onde as longas janelas verticais ocupam praticamente todo o espaço entre contrafortes), não deixa de evocar os suportes de uma obra tão emblemática como a do claustro da Sé de Lisboa, sem dúvida uma das mais importantes realizações de D. Dinis. No interior, a robustez da estrutura é a característica mais marcante. A capela-mor é, uma vez mais, o principal espaço, com uma apertada abóbada de cruzaria de ogivas, de dois tramos e nervuras salientes. Um dado cronológico relativamente importante é-nos dado pelo jogo de suportes deste sistema: uma coluna parcialmente embebida suporta a nervura principal, arrancando as oblíquas de duas mísulas adossadas a essa coluna. Vemos aqui o mesmo esquema que caracteriza o interior da capela gótica de São Martinho, edificada por volta da década de 30 do século XIV, facto que poderá ajudar a situar com maior precisão o templo do Mocharro. O acidentado terreno em que o monumento foi construído certamente determinou um problema de estabilidade, explicando-se, por esta via, a extrema robustez das paredes e contrafortes e a escassa abertura dos vãos de iluminação. Ao longo dos séculos, estes problemas fizeram-se naturalmente sentir. De 1711 é uma extensa campanha de obras, que teve por objectivo a actualização estética do conjunto e a sua maior operacionalidade. Datam dessa altura algumas dependências, como a sacristia, infelizmente posteriormente destruída, e a alteração da invocação do templo, passando a ser dedicado a Nossa Senhora do Carmo. A última grande fase construtiva do monumento deu-se já no século XX. Na décadas de 40 e 50, a DGEMN empreendeu aqui um extenso restauro, que visava recuperar o traçado original gótico. Para isso, procederam-se a sondagens nas paredes, identificando-se alguns arcos e o pavimento original, mas, por razões pouco claras, o processo não foi concluído. Assim ficou, inacabada, com a sua fachada principal sem o óculo, indicando a todos quantos a vêem de longe, o estado de ruína fingida. Mais recentemente, a autarquia tem vindo a proceder ao seu restauro, trabalho ainda em curso. PAF | ||||||||||||
Processo | Na encosta poente da vila de Óbidos a 80 m do lado exterior da muralha e junto à estrada do Castelo | ||||||||||||
Abrangido em ZEP ou ZP | Castelo de Óbidos e todo o conjunto urbano da vila | ||||||||||||
Outra Classificação | |||||||||||||
Nº de Imagens | 12 | ||||||||||||
Nº de Bibliografias | 5 |
TITULO | AUTOR(ES) | TIPO | DATA | LOCAL | OBS. |
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"Espaço defendido e estruturas de defesa em Óbidos durante a Idade Média" (1988), A região de Óbidos na época medieval. Estudos, pp.19-31 | SILVA, Manuela Santos | Edição | 1994 | Óbidos | |
Inventário Artístico de Portugal, vol. V (Distrito de Leiria) | SEQUEIRA, Gustavo de Matos | Edição | 1955 | Lisboa | |
Óbidos medieval : estruturas urbanas e administração concelhia (1987) | SILVA, Manuela Santos | Edição | 1997 | Cascais | |
Óbidos | PEREIRA, José Fernandes | Edição | 1988 | Lisboa | |
Monografia de Óbidos | ABREU, Madalena Fernandes de | Edição | 1980 | Ourém |
Igreja de Nossa Senhora do Carmo - Vista geral de norte (coberturas e fachadas posterior e lateral norte)
Igreja de Nossa Senhora do Carmo - Fachada lateral sul (vista geral)
Igreja de Nossa Senhora do Carmo - Fachada lateral sul: contrafortes e campanário
Igreja de Nossa Senhora do Carmo - Fachada principal (virada a poente)
Igreja de Nossa Senhora do Carmo - Interior: capela-mor
Igreja de Nossa Senhora do Carmo - Interior: capitel sul do arco triunfal
Igreja de Nossa Senhora do Carmo - Interior: capitel norte do arco triunfal
Igreja de Nossa Senhora do Carmo - Interior da capela-mor: fecho da abóbada de nervuras
Igreja de Nossa Senhora do Carmo - Interior da capela-mor: capitel do arranque da abóbada
Igreja de Nossa Senhora do Carmo - Interior da capela-mor: mísula do arranque da abóbada
Capela de Nossa Senhora do Carmo - Vista geral (fachadas principal e lateral sul) (1996)
Capela de Nossa Senhora do Carmo - Fachada principal: portal (1996)