Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Anta da Arquinha da Moura
Designação
DesignaçãoAnta da Arquinha da Moura
Outras Designações / PesquisasDólmen da Lajeosa / Anta da Arquinha da Moura (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt) / (Ver Ficha em www.arqueologia.patrimoniocultural.pt)
Categoria / TipologiaArqueologia / Anta
TipologiaAnta
CategoriaArqueologia
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaViseu/Tondela/Lajeosa do Dão
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
-- com acesso por caminho florestal, à esquerda da estrada municipal Lajeosa-Ferreiró do Dão, ao quilómetro 2,6000, devidamente sinalizadoPedra da Merenda Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
40.508412-8.008725
DistritoViseu
ConcelhoTondela
FreguesiaLajeosa do Dão
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
CronologiaDeclaração de Rectificação n.º 15-I/2002, DR, I Série-B, n.º 75, de 30-03-2002 (retificou a o texto) (ver Declaração)
Decreto n.º 5/2002, DR, I Série-B. n.º 42, de 19-02-2002 (ver Decreto)
ZEPPortaria n.º 206/2016, DR, 2.ª série, n.º 130, de 8-07-2016 (sem restrições) (ver Portaria)
Proposta de 26-01-2016 da DRC do Centro para que se proceda à conclusão do procedimento, através da publicação da ZEP
Edital de 7-07-2008 da CM de Tondela
Parecer favorável de 23-04-2008 do Conselho Consultivo do IGESPAR, I.P.
Proposta de 19-12-2007 da DRC do Centro
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMESítio
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO9914630
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaA Anta da Arquinha da Moura, localiza-se na freguesia de Lajeosa do Dão, concelho de Tondela. Encontra-se a cerca de 3 km a sudoeste da vila de Lajeosa do Dão. Implanta-se numa pequena chã, sobre um afloramento granítico a uma cota de 320 metros, na proximidade da escarpa que ladeia a margem direita do rio Dão.
Este monumento megalítico é constituído por uma câmara poligonal delimitada por sete esteios de granito de grão médio/grosseiro, dos quais quatro revelam pinturas. Possuía originalmente dois pilares à entrada, restando atualmente apenas um. O chapéu está danificado na extremidade nascente. Apresenta uma área de sensivelmente 9,3 metros quadrados e atinge os 2,58 metros de altura. Possui corredor de acesso de 4 metros de comprimento e 1,67 de altura média, bem diferenciado da câmara, orientado a este-noroeste, formado por cinco ortóstatos de cada lado e foi colocada ligeiramente descentrado do eixo da estrutura. Apenas se mantinha preservada in situ uma das suas lajes de cobertura. O tumulus envolvente, de planta elíptica, estava bem preservado e a escavação confirmou que não tinha carapaça pétrea. Atinge os 3 metros de altura e 27 metros de largura máxima.
As pinturas, maioritariamente figurativas, foram executadas a vermelho e negro, por vezes sobre preparado a branco. O reportório temático, de caracter esquemático, enquadrava-se no antigo Grupo de Viseu. A laje de cabeceira expõe uma composição de dois antropomorfos ligados por um motivo com três círculos concêntricos. O inferior mostra o motivo "forma de pele esticada" (skin skeuomorph). São ainda acompanhados por dois quadrúpedes, um caprídeo, um cervídeo e outros quatro antropomorfos, dois dos quais fálicos. À direita do esteio de cabeceira, na direção sul regista-se outro esteio decorado, dominado por um antropomorfo de grandes dimensões pintado a vermelho. Trata-se, possivelmente, do motivo "forma de pele esticada", igualmente presente na cabeceira da câmara, embora este exiba os braços fletidos, as pernas arqueadas e um contorno "rendilhado". São percetíveis outros três antropomorfos distribuídos lateralmente aproximadamente na linha de cintura da composição preponderante. À esquerda da figura central poderia estar desenhada uma grade desenhada a tracejado. Destaca-se uma única figura a preto colocada sobre o braço do maior antropomorfo. As condições de preservação dos restantes pictogramas não permitem a sua leitura.
Foram identificadas ossadas na camara, sem conexão anatómica, distribuídas junto aos esteiros laterais, com uma evidente diminuição junto ao esteio de cabeceira e ausentes na parte central do monumento. Os vestígios osteológicos distribuíam-se por tipos (crânios, ossos longos, etc.) e nos crânios recolhidos encontram-se ausentes os ossos da face. O cálculo realizado com base nos ossos recolhidos indica a presença de sete adultos e um não adulto, de ambos os sexos e representando diversos escalões etários.
A escavação permitiu a recolha de um vasto espólio materializado em vasos globulares, taças carenadas, vasos de perfil em S, vasos troncocónicos invertidos com mamilo, lâminas de sílex, pontas de seta, machados de pedra polida, foices, contas de colar.
A edificação da Anta da Arquinha da Moura remonta ao Neolítico, nas a sua utilização poderá ter persistido no Calcolítico. Terá sido alvo vitima de violações posteriores que afetaram parcialmente o corredor.
História
A divulgação, identificação e estudo deste dólmen deve-se a Ana Leite da Cunha que desde 1991 realizou duas campanhas de escavação, após uma noticia publicada no Jornal de Tondela. No entanto este evidencia vestígios de utilização recente como abrigo presumivelmente por habitantes da região que acediam ao monumento através de uma abertura na tampa. Mais recentemente, em 2005, foi realizada uma ação de conservação das estruturas sob a direção cientifica de João Perpétuo e Joaquim Garcia.
Ana Vale
DGPC, 2019
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens5
Nº de Bibliografias9

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Gravuras e Pinturas em Dólmenes. O "Grupo de Viseu" de E. Shee (1981) Trinta Anos Depois, in Actas da mesa-Redonda ¿A Pré-história e a Proto-História no Centro de Portugal: avaliação e perspectivas de futuro.BARBOSA, António FernandoEdição2017
"A consolidação do sistema agro-pastoril", Nova História de PortugalJORGE, Susana de OliveiraEdição1990Lisboapp. 102-162
Gravuras e Pinturas em Dólmenes. O "Grupo de Viseu" de E. Shee (1981) Trinta Anos Depois, in Actas da mesa-Redonda ¿A Pré-história e a Proto-História no Centro de Portugal: avaliação e perspectivas de futuro.CRUZ, Domingos de Jesus daEdição2017
Anta da Arquinha da Moura. Lajeosa do Dão - Tondela. Relatório/1991CUNHA, Ana Maria Cameirão Leite daEdição1992Processo de Arqueologia - S - 07462
"Anta da Arquinha da Moura (Tondela)", Trabalhos de Antropologia e EtnologiaCUNHA, Ana Maria Cameirão Leite daEdição1995Portovol. 35, fasc. 3, pp. 133-151
"Pinturas rupestres na anta da Arquinha da Moura (conc. de Tondela, Viseu): notícia preliminar", Estudos Pré-HistóricosCUNHA, Ana Maria Cameirão Leite daEdição1993Viseun.º 1, pp. 83-95
"Um dolmén pintado português, anta da Arquinha da Moura", ArchéologiaCUNHA, Ana Maria Cameirão Leite daEdição1994Dijonfasc. 304, pp 50-53
"300 Sítios arqueológicos visitáveis em Portugal", Al-madanRAPOSO, JorgeEdição2001Almada2.ª série, n. º10, pp.100-157
"Os restos humanos exumados da Anta da Arquinha da Moura (Tondela, Viseu)", Estudos Pré-HistóricosSILVA, Ana MariaEdição1995Viseun.º 3, pp. 141-150
A Anta da Arquinha da Moura. Trabalhos arqueológicos e de restauro. Relatório de Progresso.PERPÉTUO, João Miguel AndréEdição2007Precesso de Arqueologia - S - 07462
Gravuras e Pinturas em Dólmenes. O "Grupo de Viseu" de E. Shee (1981) Trinta Anos Depois, in Actas da mesa-Redonda ¿A Pré-história e a Proto-História no Centro de Portugal: avaliação e perspectivas de futuro.SANTOS, André TomásEdição2017
A Anta da Arquinha da Moura. Trabalhos arqueológicos e de restauro. Relatório de Progresso.GARCIA, JoaquimEdição2007Precesso de Arqueologia - S - 07462

IMAGENS

Anta da Arquinha da Moura - Planta com a localização e a proposta de ZEP (só em vigor após publicação em DR)

Anta da Arquinha da Moura - Vista geral

Anta da Arquinha da Moura - Planta com a delimitação e a ZGP que esteve em vigor até ser fixada a ZEP

Anta da Arquinha da Moura - Vista geral

Anta da Arquinha da Moura - Planta com a delimitação e a ZEP em vigor

MAPA

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