Nota Histórico-Artistica | Segundo alguns autores, Santa Cristina terá recebido foral na década de vinte do século XII, das mãos de D. Teresa, embora o primeiro documento conhecido tenha sido outorgado por D. Afonso III, em 1265. A localidade, então designada de Póvoa de Olastro ou Santa Cristina de Olastro, permaneceu reguengo da coroa. D. João II elevou-a a vila e sede de concelho, e em 1515 D. Manuel deu-lhe foral novo. Manteve a sua autonomia administrativa até 1836, quando o concelho foi extinto. A Póvoa conserva ainda o seu pelourinho, certamente erguido na sequência da doação do foral manuelino, embora se encontre consideravelmente alterado. O pelourinho foi desmantelado no início do século XX, e guardado no Museu Machado de Castro, em Coimbra, onde ficou exposto (remontado) no pátio. Em 1946, foi novamente erguido no centro da povoação, sobre um soco novo. O soco original era constituído por uma larga plataforma circular, que ficava enterrada no solo, sobre a qual assentavam quatro degraus hexagonais, com os ângulos desencontrados, sendo o superior de rebordo. Actualmente, o soco é constituído por dois degraus de alvenaria, de secção quadrada. Existem fotografias antigas que mostram o pelourinho ainda no seu local original, com os degraus primitivos, e uma aguarela do conjunto, realizada quando o monumento se encontrava no museu coimbrão (F. Perfeito de Magalhães, 1991, p. 98). A análise das mesmas permite afirmar que apenas os degraus foram alterados, mantendo-se o resto do pelourinho original, intacto, na reconstrução moderna. Consta de uma coluna de fuste quadrangular, com arestas ligeiramente chanfradas, tendendo vagamente para a secção oitavada, e assente numa pequena base quadrangular. Possui uma estreita moldura a curta distância do topo, formando uma espécie de colarinho. O remate assenta aí directamente, sendo constituído por um pequeno friso côncavo, decorado com rosetas, um prisma quadrangular com faces decoradas, e uma terminação piramidal encimada por bola. Nas faces do prisma podem ver-se as armas nacionais, a esfera armilar (emblema pessoal de D. Manuel), e carrancas (nas arestas), bastante danificadas. A esfera do topo não é original, uma vez que não figura nas fotos antigas. SML |